“RECUPERANDO OS VALORES PERDIDOS”

Ou qual a mulher que possuindo dez drácmas, se perder uma, não:
Ø Acende a candeia;
Ø Varre a casa e;
Ø Procura (diligentemente) até encontrá-la? (Lc 15.8).

O capítulo 15 de Lucas é conhecido como o capítulo das coisas perdidas. É uma espécie de galeria de achados e perdidos… Nele vimos que para Jesus, os ‘publicanos’ e os ‘pecadores’ são ovelhas (perdidas), que podem ser achadas a qualquer momento; são drácmas, isto é, possuem o seu valor; vimos também que devemos empenhar-nos e (deixando de lado toda a sujeira que possa nos impedir), vasculhar à ‘casa’ até encontrá-los; são filhos que têm gastado os dons de Deus da maneira errada.

1 A Candeia de Deus

O meu testemunho pode ser lindo… o livro de auto-ajuda que você conhece pode ser ótimo… a tua história de vida pode ser a mais inspiradora possível… a minha ou a tua conduta pode ser impecável… você e eu podemos possuir um nome bem ‘limpinho’ na praça — crédito e ou limite muito elevados em vários bancos… enfim, nossa vida e nossas finanças podem ser tudo de bom.
Não obstante, existem verdades que estão em lugares aparentemente obscuros, cuja busca exige luz. Não estou falando dessa ‘luz’ que o Newton descobriu. Nem daquela lamparina que aprendemos a utilizar na época em que a maioria das residências, não possuíam luz elétrica; eu quero aprender com vocês sobre uma luz superior:

No Antigo Testamento, essa luz fora representada por um candelabro (castiçal) de ouro puro que ficava do lado direito ou à esquerda de quem entrava no tabernáculo… no tempo de Asafe (Sl 119.105) a Palavra de Deus (a Bíblia) fora chamada de lâmpada e luz… no Novo Testamento, aquele mesmo candelabro representa a igreja. Será sem causa que Jesus, um pouco depois de convidar seus primeiros discípulos, disse: “vocês são a luz do mundo?”. A nossa ‘candeia’ tem que estar sempre acesa!

2 A Limpeza da Casa

Alguém pode estar pensando, como pode uma mulher ser tão sem asseio e deixar sua casa por limpar tanto tempo a ponto de afundar uma moeda na poeira?
Em primeiro lugar, limpar a casa não era o ponto forte das mulheres daquela região. Segundo (com relação a fator limpeza), o Oriente Médio de dois mil anos atrás possuía costumes bem diferentes dos hábitos utilizados hoje… raramente se faziam uma faxina na casa, raramente se lavava a roupa suja… pouquíssimas vezes ao ano aquele povo tomava um bom banho…
Bem assim, está a ‘casa’ (espiritual) de muitos: faz tempo que não ganha um tratamento especial, faz tempo que o seu ‘dono’ (senhor), não tira um tempo para o culto doméstico, para uma leitura acurada da Bíblia, para fazer um jejum, para vir a um culto de terça-feira ou à escola bíblica dominical… faz tempo que o seu sacerdote e profeta deixou de representar à família perante Deus e a Deus perante a família… mesmo assim, esperam encontrar os valores perdidos! A não ser que queiramos ouvir de Jesus às seguintes palavras:

— “Não tenho achado as tuas obras perfeitas diante de Deus”. Lembremo-nos em que ponto da ‘caminhada cristã’ estávamos quando caímos, arrependamo-nos e voltemos a praticar às primeiras obras… podemos dizer não. Nós não queremos agir dessa forma; entretanto, foi da vontade de Deus que seu filho nos ensinasse uma cousa: ele pode tirar de nós (obreiros) o castiçal de ouro e de você (igreja) o brilho.

— Você quer encontrar os valores perdidos?
— É claro que eu quero, pregador!
— Então, acenda a lamparina.
— Limpe bem a tua casa espiritual.
— E, por último procure o quê e onde você o perdeu, até encontrar.

3 A busca do bem perdido

ILUSTRAÇÃOConta-se de um bêbado que estava debaixo de um poste cuja luz era muito clara a procurar algo… aproximou-se alguém e fez a seguinte observação:

— Você deve ter perdido uma agulha, pois está tendo dificuldades para achá-la mesmo sob essa luz…
— Não, não perdi uma agulha, perdi um isqueiro e eu também não o perdi aqui, perdi lá atrás.
— Como você pode estar procurando aqui se perdeu lá atrás?
— Se com todo esse clarão eu não estou conseguindo achar vou achar no escuro?

— Eu não sei se você perdeu algo nem o que você perdeu. Mas tenho certeza que enquanto estás vivo podes recuperar os teus ‘valores perdidos’.
— Se o teu filho afastou-se da fé, ele pode ser achado… se a tua esposa ou o esposo mudou (para pior), ambos podem recuperar toda aquela habilidade e romantismo que possuíam na época do namoro e do noivado… se a tua fé um dia já foi melhor, “… o Deus em quem você firmou-a é o mesmo ontem, hoje e será eternamente” (Hb 13.8). Forçosamente, eu devo te fazer pelo menos três perguntas:

· O que você perdeu?
· Onde foi que você perdeu?
· Onde você está procurando?

a) Estabeleçam prioridades — Não são poucos os que buscam as bênçãos de Deus para suas vidas. Muitas dessas bênçãos um dia lhe pertenceram, porém, hoje lhe parecem distantes e impossíveis. Entre os ‘valores perdidos’ mais comuns estão: o emprego, a ação judicial, a herança, a apólice de seguros, a auto-estima…

Enfim, a cada encontro (como este), pessoas e mais pessoas são adicionadas às nossas reuniões. Algumas em busca de ‘soluções’ para uma simples ‘dor de cabeça’, outras têm apresentado questões (aparentemente) mais difíceis, uns são atendidos imediatamente, outros precisam insistir (fazer uma campanha de “X” semanas). Alguns ficarão decepcionados, porque voltarão ‘vazios’. (sem encontrar os valores ‘perdidos’). Jesus queria nos ensinar algo mais ao expressar esta parábola. Em outras palavras ele nos dizia:

b) Busquem conforme a vontade de Deus — O texto em apreço fala-nos de uma mulher que procura DILIGENTEMENTE! Eu não sei o que procuras, não sei qual o ‘valor’ que um dia perdestes. Só sei de uma cousa: Se tu queres encontrá-lo, procure-o diligentemente.
Jesus nos dá à receita para uma busca bem sucedida: “Continue pedindo e dar-se-vos-á; continue buscando; qualquer dia desses (por ser até hoje) o encontrarás. Continue a bater à porta e abrir-se-vos-á…”. Existem algumas ‘portas’ que não são automatizadas; essas portas só se abrem quando batemos.
Falando nisso, há uma porta que todos os candidatos ao reino dos céus estão fadados a entrar por ela (‘a porta da salvação’ — diz o hino). Jesus definiu e artigo na primeira pessoa do singular quando disse: “EU SOU ‘A’ PORTA”.

c) Essa porta é estreita — Certo rapaz chegou-se até Jesus e indagou:

— São poucos os que se salvam?
— Porfiai por entrar pela porta estreita…
— Muitos procurarão ‘entrar’ e não poderão.

A grande maioria do povo ‘eleito’ (Israel) não entrou pela porta. Os judeus até hoje procuram os ‘valores perdidos’. Seu maior erro:

· Rejeitaram à verdadeira fonte da água da vida e cavaram para si cisternas inúteis!

Um tal de Esaú, ‘buscou’ com muita insistência a bênção que um dia desprezara; pena que era muito tarde! Seus maiores erros:

· Ele não soube valorizar àquilo que por direito já era seu!
· E
(principalmente) nem antes, nem depois que o perdeu conseguira compreender que o mais importante não é ser ‘dono’ da bênção, mas, pertencer àquele que abençoa!

Você quer encontrar os teus valores perdidos? Então:

· Acenda a candeia;
· Faça uma limpeza em tua casa;
· E, procure diligentemente.

Quem sabe assim, você vai encontrá-los!


Conclusão
Poesia: “Achados e perdidos” (Demétrio)

Na triste estrada da vida
De uma pobre mulher.
Desanimada da lida…
E, quase perdendo a fé;
À procura de algo perdido…
Talvez por falta de zelo;
Convidou suas amigas
Para poder reavê-lo.
Faz-nos lembrar muitos homens
Que se perderam neste mundo;
Homens que vivem sem Deus,
Peregrinos e moribundos…
Não importa como estás,
Sei até que já sofrestes…
Mas, hoje é possível encontrar,
Não importa o que perdestes.
Nesta (e) noite (dia) o podes achar…
Sim. Você pode achar à alegria!
E também se levantar,
Pra viver em harmonia…
Com aquele que há muito,
Na plenitude dos tempos,
Deixou seu trono no céu
E enfrentou o sofrimento;
Humilhou-se até à morte…
Horrenda morte ele sofreu!
Porém, reviveu em três dias,
O Santo filho de Maria,
Só pra achar você e eu!


Caldas Novas, 04 de agosto de 2006. Evangelista, Demétrio.
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