MEUS DOIS TRONOS

Frágil, cortado e exausto…, porém, muito feliz!
Eis o atual estado do meu pobre coração…
Frágil, porque todos os corações (inclusive o meu) são enganosos;
Cortado, por estar cirurgiado e (por que não dizer?), por saber que nem todos os meus atos coincidem com aquilo que eu sonhei para as nossas vidas, amor;
Exausto, porque o tenho poupado de grandes esforços e emoções;
Porém, muito feliz! Por quê?
Porque estou sempre ao lado da mais formosa entre as mulheres!
Meu coração tem dois tronos! E, você está assentada em um deles.

Beijos! Beijos!
Eu te amo muito, minha querida.


Feliz dia dos namorados amor!
Caldas Novas-GO (segunda-feira), 09 de junho de 2008.

O PRIMEIRO LIVRO DO PENTATEUCO (GÊNESIS)

GÊNESIS 1

1 Para início de todas as coisas o Senhor Deus criou os céus e à terra (essa citação de "Deus" vem do Hb. ELOHIM/Uma forma plural para o nome de Jeová — corresponde à primeira citação bíblica da trindade).
2 A terra tornou-se sem forma e vazia passando a existir escuridão sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus movia-se sobre a face das águas.
3 Até que o Senhor Deus disse: Haja luz! Então a luz (cósmica) passou a existir.
4 O Senhor Deus ficou tão satisfeito por ter criado à luz que resolveu fazer uma distinção clara entre ela e a escuridão.
5 De modo que desde o primeiro dia, ele chamou de “dia” ao período claro e, de “noite” ao período de escuridão.
6 Em seguida o Senhor criou a expansão e definiu o ciclo da água na natureza.
7 Ao criar à expansão, Deus também fez separação entre as águas que estão sob ela e as que estão acima dela. E assim foi.
8 Ele mesmo deu nome à expansão: Chamou-a de céu. Tudo isso ele fez no segundo dia.
9 Depois Deus disse: Vou ajuntar às águas debaixo dos céus num local para que a porção seca apareça. E foi isso que ele fez.
10 Deus deu à porção seca o nome de terra e ao ajuntamento das águas ele chamou mares. Logo ele percebeu que isso era muito bom.
11 Nessa mesma época ele disse: Produza a terra ervas verdes que possuam sementes e frutos segundo a sua espécie. E assim aconteceu.
12 E a terra passou a produzir ervas e árvores frutíferas com suas respectivas sementes. Isso também Deus percebeu que era bom.
13 Isso ocorreu no terceiro dia.
14 No quarto dia Deus resolveu criar e pôr em ordem o sistema solar, possibilitando o uso do atual sistema sexagesimal de horas, as estações e, definindo os períodos do ano.
15 Deus não contentou-se apenas em criar à luz, ele quis iluminar à terra; o que fez, quando colocou no espaço sideral os luminares.
16 Por isso ele fez os dois grandes luminares: O que possui luz própria (sol) para brilhar durante o dia e o satélite (lua) para refletir a sua luz à noite. Também criou às estrelas.
17 E Deus colocou-os na expansão dos céus para iluminar à terra.
18 E não somente para isso; queria, além de separar o dia da noite, fazer diferença entre a luz e a escuridão. Deus viu que isso era bom.
19 Isso ocorreu no quarto dia.
20 E disse o Senhor Deus: Produzam as águas em grande quantidade répteis e outras formas de vida, e que o céu passe a ser povoado por toda espécie de aves.
21 Nesse dia ele criou às grandes baleias e todo ser vivo que existe nas águas, como também às aves conforme as suas espécies. Deus achou que isso também era muito bom.
22 Deus resolveu abençoar os sistemas de reprodução sexuada e assexuada quando disse: Frutificai, multiplicai-vos e enchei tanto às águas dos mares quanto à terra.
23 Isso ocorreu no quinto dia.
24 Então o Senhor fez surgir da terra todas as espécies de animais; o gado, os répteis e os animais ferozes; e isso aconteceu assim.
25 Criou, então, o Senhor os animais ferozes da terra, também o gado e os répteis conforme sua espécie e viu que isso era bom.
26 E, depois de reunir o conselho divino (Trindade), disse Deus: Façamos o homem parecido com um de nós... Tenha ele o direito de dominar sobre os peixes do mar, sobre as aves que voam no céu, sobre o gado, sobre a própria terra e sobre todos os répteis que têm vida sobre ela.
27 Então o Senhor Deus criou a raça humana. Fez o macho e à fêmea; criou-os parecidos com ele.
28 E abençoou a união deles com as seguintes palavras: Frutificai, multiplicai-vos e povoai toda à terra; vocês devem dominá-la, dominar os peixes do mar, às aves e todo o animal que vive na terra.
29 Deus ensinou ao homem sobre quais os frutos que poderiam ser usados na sua alimentação.
30 Permitiu que eles passassem a ingerir carne de toda espécie de animais e aves criados por ele. E assim foi.
31 Deus gostou muito de tudo quanto havia criado. Isso ocorreu no sexto dia.

GÊNESIS 2

1 Assim os céus, a terra e tudo que neles existe foram criados.
2 E encerrando o Senhor Deus toda sua obra no sétimo dia, ensinou-nos que depois de cada sete dias de trabalho devemos descansar um.
3 E Deus abençoou o sétimo dia e o declarou um feriado santo, porque foi nele que o Senhor concluiu a grande obra que havia feito.
4 São estas as origens dos céus e da terra desde o tempo em que o Senhor Deus os criou.
5 Nessa época as plantas e todas as ervas do campo ainda não haviam brotado, porque o Senhor Deus não tinha feito cair chuva sobre a terra e o homem não tinha experiência no cultivo da terra.
6 Entretanto passou a subir dela vapores de água suficientes para regá-la.
7 Foi assim que Deus criou o homem: Tomou do pó da terra, formou-o e permitiu que este pudesse viver, dando-lhe, por um sopro, o fôlego da vida que possibilitou sua respiração.
8 E o Senhor Deus plantou um jardim num local chamado Éden, e ali pôs o casal que havia formado.
9 As árvores daquele jardim começaram a brotar como Deus havia planejado, eram árvores que agradavam à vista; todas possuíam frutos comestíveis e, no centro do jardim estava a árvore da vida, mas, havia ali outra árvore: a árvore do conhecimento de bem e do mal.
10 Deus criou ali um rio para regar o jardim, depois esse rio veio a se tornar em quatro braços.
11 Seus nomes primitivos eram: Pisom; de uma região muito rica em ouro.
12 O ouro daquela terra era excelente; também havia ali pedras preciosas: pérolas e ônix.
13 O segundo rio recebeu o nome de giom, que atravessava toda a extensão de terra da Etiópia.
14 O terceiro rio é o Tigre; esse é o que vai em direção ao lado oriental da Assíria; o quarto rio é o Eufrates.
15 Então Deus colocou o homem para cuidar daquele jardim que ele tinha formado, para que esse pudesse cultivá-lo e vigiá-lo.
16 Deus deu a seguinte ordem ao homem: Do fruto de todas as árvores do jardim vocês podem comer livremente.
17 Apenas uma delas está proibida: a que permite que conheçam o bem e o mal, dela eu não quero que comam; porque se vocês comerem vão morrer física e espiritualmente.
18 Deus logo viu que não faz bem ao homem estar só e resolveu fazer seu casamento. Disse o Senhor: Far-lhe-ei uma auxiliadora idônea.
19 Deus havia apresentado a Adão todos os seres que havia criado para ver que nomes ele lhes daria; então foi o homem quem deu nome a todo o ser vivente.
20 Enquanto Adão deu nome a toda espécie de gado, às aves e aos animais do campo; notou que somente ele estava solitário. Isto é, não havia uma fêmea capaz de ser ajudadora idônea dele.
21 Então o Senhor fez cair um profundo sono em Adão e logo que este adormecer, tomou uma de suas costelas.
22 E daquele pedaço que havia tirado de seu lado formou a sua fêmea e a trouxe ao homem
23 Então disse Adão: Esta é realmente um pedaço de mim. É carne de minha carne e osso dos meus ossos; vou chamá-la de mulher pois do homem foi tomada.
24 Portanto o homem deixará seu pai e sua mãe para unir-se à sua esposa, passando a formar com ela uma só carne.
25 Eles ficaram completamente nus por algum tempo, mas, não havia motivo para sentir vergonha um do outro por causa de sua inocência.


GÊNESIS 3

1 Então Satanás incorporou numa serpente, que era a mais astuta de toda a alimária que o Senhor criara. Essa “serpente” que representava o diabo, disse à mulher: Deus proibiu vocês de comerem o fruto de todas as árvores do jardim?
2 Eva lhe respondeu: Não. Podemos comer livremente muitos frutos.
3 Apenas há uma árvore que ele nos advertiu dizendo: Não comam do fruto desta árvore, porque se comerem ou ao menos tocarem nele morrereis.
4 Vocês não vão morrer. Disse a serpente à mulher.
5 Na verdade Deus tem medo que vocês se tornem iguais a ele, passando a conhecer o bem e o mal. Porque é isso que irá acontecer se comerem desse fruto.
6 Logo a mulher começou a desejar o fruto daquela árvore, pois este agradara-lhe aos olhos e desejou adquirir o entendimento do qual a serpente havia lhe falado; por isso ela tomou-o, comeu, depois ofereceu dele ao seu marido e juntos comeram daquele fruto.
7 Acabou a inocência deles. Logo viram que estavam nus, então cozeram folhas de figueiras fazendo delas aventais para cobrirem-se.
8 Chegou a hora da visita que Deus costumava fazer-lhes; nesse dia eles tentaram esconder-se dele entre as árvores do jardim.
9 Então o Senhor chamou-os dizendo: Onde vocês estão?
10 Adão respondeu lhe: Ouvi a tua voz no jardim e porque percebi minha nudez teve vergonha e tentei esconder-me.
11 E disse Deus: Quem te fez perceber que estavas nu? Você comeu o fruto da árvore que eu proibi?
12 Adão não quis assumir sua culpa, pois disse: A mulher que o Senhor me deu para ser ajudadora foi quem comeu primeiro, depois eu também comi.
13 E o Senhor disse à mulher: Por que você fez isto? Eva também não assumiu sua culpa, antes disse: A serpente me enganou, por isso eu comi.
14 Então o Senhor disse àquela serpente: Porquanto você foi usada para fazer isto, maldita serás mais que todos os outros animais; andarás sobre o teu ventre e passarás a comer pó todos os dias de tua vida.
15 Eu farei com que haja uma grande inimizade entre você e a mulher, entre a tua prole e o seu filho, este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.
16 Voltando-se para a mulher Deus disse: Vou fazer com que a dor de teu parto seja aumentada; com grandes dores darás à luz a teus filhos; teu desejo será controlado pelo teu marido e ele te dominará.
17 Depois disse a Adão: Porquanto você deu ouvidos à voz de tua esposa e comeu do fruto que eu te proibi, vou amaldiçoar à terra por tua causa e multiplicar os teus sofrimentos enquanto você viver nela.
18 Haverá várias espécies de espinhos e você vai ter que aprender a comer erva do campo.
19 Terás que trabalhar até que fiques suado, para adquirir o teu sustento e um dia você vai ter que morrer; voltar para o pó, de onde eu te tirei.
20 Foi depois disso que Adão deu nome à sua mulher. Ele chamou-a de Eva. “A mãe de todos os seres vivos”.
21 E Deus confeccionou vestes de peles para vestir a Adão e a Eva.
22 Então o conselho divino (a Trindade), voltou a reunir-se chegando à seguinte conclusão: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal; vamos evitar que ele coma o fruto da árvore da vida, porque viveria eternamente.
23 Com pesar o Senhor Deus expulsou o casal daquele jardim.
24 Depois que foram expulsos do jardim, Deus ordenou querubins (uma das classes de anjos), para vigiar o lado oriental do Éden e uma espada inflamada circulava, guardando o acesso à árvore da vida.


GÊNESIS 4

1 Então Adão deitou-se com sua esposa, ela ficou grávida e deu à luz a um filho a quem chamou Caim, dizendo: Alcancei do Senhor a graça de ter um filho homem.
2 O segundo filho do casal foi Abel, que ao crescer tornou-se pastor de ovelhas e Caim era agricultor.
3 Um dia Caim resolveu dar uma oferta ao Senhor.
4 Abel teve a mesma iniciativa e trouxe sua oferta dos primogênitos (o filho mais velho) de suas ovelhas. Deus aceitou a Abel à sua oferta.
5 Mas rejeitou a Caim e sua oferta. Isso deixou Caim muito nervoso com seu irmão e passou a olhá-lo diferente.
6 O Senhor disse a Caim: Por que estás com raiva? E por que não olhas o teu irmão como antes?
7 Eu posso aceitar você, basta que passes a praticar o bem, diga não ao pecado que está à tua porta, pois é possível resisti-lo.
8 Caim voltou a falar com seu irmão; mas, estando eles um dia no campo, ele conspirou contra seu irmão Abel e o matou.
9 E disse o Senhor a Caim: Onde está teu irmão? Não sei. Por acaso eu deveria ser guardador dele?
10 O Senhor Deus insistiu: Que fizeste Caim? Eu sei que você o matou. A voz do seu sangue clama a mim desde a terra.
11 Por causa de tua atitude você acaba de atrair maldição sobre a terra que acaba de receber de tuas mãos o sangue do teu próprio irmão.
12 Não vai adiantar você continuar lavrando à terra, pois vou tirar dela sua força, agora serás um fugitivo e vagabundo sem o menor valor.
13 E Caim disse ao Senhor: Minha maldade é tão grande que não pode ser perdoada.
14 Sei que hoje o Senhor vai expulsar-me dessa terra, que vai me lançar para longe de tua presença e eu vou passar a ser fugitivo e errante até encontrar alguém que me mate.
15 Porém o Senhor lhe disse: Eu não concordo com a vingança. Ninguém vai te matar, prometo castigar com sete castigos àquele que matar a Caim. Então o Senhor pôs nele um sinal para que podessem distingui-lo e não lhe fizessem mal.
16 A partir daquele dia Caim afastou-se definitivamente do Senhor e foi morar em Node, ao oriente do Éden.
17 Depois disso Caim deitou-se com sua esposa, ela ficou grávida e deu à luz a Enoque; Caim ficou tão contente de ser pai que, construiu uma cidade, dando-lhe o nome de seu filho Enoque.
18 Enoque também teve um filho a quem chamou Irade, este Irade veio a ser pai de Meujael e este pai de Metusael que por sua vez foi pai de Lameque.
19 Lameque foi o primeiro homem que introduziu no mundo o pecado da bigamia. Suas duas mulheres foram Ada e Zilá.
20 A Ada nasceu um filho a quem chamou de Jabal, ele é conhecido como o primeiro criador de gado e também como o primeiro que implantou o costume de morar em tendas.
21 Seu irmão fora Jubal, que é considerado pai de todos os músicos.
22 Zilá, a outra mulher de Lameque, também lhe deu filhos: Tubalcaim, que foi um famoso escultor em cobre e em ferro e sua irmã Naamá (considerada a primeira prostituta da história).
23 Lameque fora um homem muito violento. Vejam só o que ele disse às suas mulheres: Ouvi-me minhas mulheres, escutem-me; eu matei um homem porque me causou um ferimento e um rapaz só porque me pisou.
24 Se Caim será castigado sete vezes então eu serei castigado setenta vezes sete.
25 Adão deitou-se com sua esposa, ela ficou grávida e Deus deu-lhe um filho a quem ela chamou de Sete, este foi o substituto de Abel que havia sido assassinado por seu irmão Caim.
26 Sete veio a ser o pai de Enos, que ficou conhecido como o primeiro homem que começou a adorar ao Senhor Deus.


GÊNESIS 5

1 Começa aqui o relato sobre as genealogias de Adão. Desde o dia em que Deus o criou à sua semelhança.
2 Tanto o homem quanto à mulher foi Deus quem criou e os abençoou e chamou o homem pelo nome de Adão no mesmo dia que concluiu sua criação.
3 Quando seu filho Sete nasceu Adão estava com cento e trinta anos.
4 Depois do nascimento de Sete Adão ainda viveu oitocentos anos, durante os quais ele gerou muitos filhos e filhas.
5 Todos os anos da vida de Adão foram novecentos e trinta anos.
6 Sete tinha cento e cinco anos quando gerou a Enos.
7 Ele viveu depois que gerou a Enos, oitocentos e sete anos, durante os quais ele gerou muitos filhos e filhas.
8 Sete alcançou à idade de novecentos e doze anos e morreu.
9 Enos tinha noventa anos quando lhe nasceu Cainã.
10 Depois do nascimento de Cainã Enos ainda viveu oitocentos e quinze anos, durante os quais ele gerou muitos filhos e filhas.
11 Enos morreu com novecentos e cinco anos.
12 Cainã estava com setenta anos quando gerou a Maalalel.
13 Depois que gerou a Maalalel Cainã ainda viveu oitocentos e quarenta anos, durante os quais ele gerou muitos filhos e filhas.
14 Todos os seus dias foram novecentos e dez anos.
15 Maalalel estava com sessenta e cinco anos quando seu filho Jarede nasceu.
16 Depois disso Maalalel ainda viveu oitocentos e trinta anos, durante os quais ele gerou muitos filhos e filhas.
17 Todos os anos que Maalalel viveu foram oitocentos e noventa e cinco.
18 Jarede tinha cento e sessenta e dois anos quando seu filho Enoque nasceu.
19 Depois que gerou a Enoque Jarede ainda viveu oitocentos anos, durante os quais ele gerou muitos filhos e filhas.
20 E foram todos os seus dias novecentos e sessenta e dois anos.
21 Enoque tinha sessenta e cinco anos quando gerou a Matusalém.
22 Depois que gerou a Matusalém Enoque passou a andar com Deus servindo-o por um período de trezentos anos, durante os quais ele gerou muitos filhos e filhas.
23 Enoque permaneceu aqui na terra até completar seus trezentos e sessenta e cinco anos de idade.
24 Depois disso o Senhor Deus, com quem ele andara todo aquele tempo, arrebatou-o para junto de si. E Enoque nunca mais foi visto.
25 Matusalém tinha cento e oitenta e sete anos quando gerou a Lameque.
26 Depois que gerou a Lameque ele ainda viveu setecentos e oitenta e dois anos, durante os quais ele gerou muitos filhos e filhas.
27 Todos os anos de vida de Matusalém foram novecentos e sessenta e nove.
28 Quando Lameque tinha cento e oitenta e dois anos nasceu-lhe um filho.
29 Este filho foi Noé. Quando ele nasceu seu pai disse: Este nos consolará dos nossos sofrimentos, porque o Senhor havia amaldiçoado à terra por conta dos pecados graves que tinham praticado.
30 E viveu Lameque depois do nascimento de Noé quinhentos e noventa e cinco anos, durante os quais ele gerou muitos filhos e filhas.
31 Ao todo Lameque viveu setecentos e setenta e sete anos.
32 Quando Noé estava com quinhentos, tinha três filhos a saber: Sem, Cão e Jafé.


GÊNESIS 6

1 Nessa época o pecado cresceu a uma proporção assustadora. A humanidade estava dividida em dois grupos: Os filhos de Deus (que nesse contexto são os descendentes de Sete) e os filhos(as) dos homens (descendentes de Caim).
2 Quando os filhos de Deus perceberam a formosura das filhas dos homens, iniciou-se uma mistura dos dois grupos através do casamento.
3 Então o Senhor Deus viu-se forçado a tomar uma decisão muito importante. Ele disse: Não posso conviver amigavelmente com o homem, pois ele é carnal. O meu Espírito não agirá nele por muito tempo. Vou reduzir seus dias para cento e vinte anos.
4 Da união das duas raças começou a nascer gigantes e grandes guerreiros na terra.
5 O Senhor percebeu o quanto a maldade do homem havia aumentado e que o propósito da mente humana era continuamente mau.
6 Antes eu não tivesse criado o homem! Comentou o Senhor com grande pesar.
7 Disse mais o Senhor: Farei desaparecer esses homens maus que criei da terra, eles, os animais, os répteis e as aves dos céus; pois estou lamentando por haver criado todos eles.
8 Porém, no meio dessa gente, Deus achou um homem temente a ele. Este homem era Noé, o filho de Jarede.
9 Eis a história dele a seguir: Noé fora um homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos... Ele andara com Deus.
10 Casado, Pai de três filhos: Sem, Cão e Jafé.
11 Morava numa região em que todos tinham se corrompido à vista de Deus, numa terra cheia de violência. Na verdade toda a humanidade estava nessa situação
12 Deus não pôde mais suportar o auto grau de corrupção dos habitantes da terra.
13 Então disse o Senhor Deus a Noé: Resolvi destruir todos os moradores da terra, porque eles estão cheios de violência. Eis que a morte deles é inevitável.
14 Portanto, tome madeira de cipreste, faça uma arca bem repartida e calafete-a com betume por dentro e por fora.
15 Este é o seu projeto: Ela deverá ser de aproximadamente cento e cinqüenta metros de comprimento, vinte e cinco de largura e quinze de altura.
16 A arca será de três andares. Em toda a sua volta perto do teto haverá uma abertura de aproximadamente meio metro de altura e terá uma porta lateral.
17 Vou exterminar todos os seres vivos de sobre a terra com um grande dilúvio.
18 Escolhi a você e tua família (tua esposa, teus filhos e suas esposas) para iniciarem uma nova geração composta por pessoas que têm compromisso comigo.
19 Eu quero usar o teu grande barco também para conservar um casal de cada espécie dos seres vivos que existem na terra.
20 Aves segundo suas espécies, gado segundo suas espécies e répteis da terra segundo suas espécies; um casal de cada espécie virá para a arca, para conservação de suas vidas.
21 Reuna bastante comida para você e para todos eles.
22 Noé obedeceu fielmente a Deus. Fez tudo como ele ordenara.


GÊNESIS 7

1 Terminada a arca, disse o Senhor a Noé: Entra você e toda a tua família na arca, porque eu sei que você é um homem justo e que esta geração não é digna de tê-lo consigo.
2 De todos os animais considerados limpos sete casais serão conservados; dos animais que não são considerados limpos serão conservados dois casais.
3 Das aves serão conservados sete casais de cada espécie.
4 Sete dias após a vossa entrada na arca, farei chover por um período de quarenta dias e quarenta noites, para destruir da terra os seres que criei.
5 E Noé obedeceu fielmente a Deus. Fez tudo como ele ordenara.
6 Quando ocorreu o dilúvio Noé tinha seiscentos anos de idade.
7 Aquela arca salvou Noé e sua família das águas do dilúvio.
8 As espécies de animais (os limpos, os não limpos, as aves e de todos os répteis) da terra.
9 Entraram para a arca junto com Noé como Deus havia ordenado.
10 dilúvio aconteceu sete dias após a entrada deles na arca como Deus havia falado.
11 Corria o ano seiscentos da vida de Noé, aos dezessete dias do segundo mês, nesse dia as geleiras dos pólos começaram a derreter e abriram-se os depósitos dos céus em forma de chuvas.
12 Choveu sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites.
13 Noé, seus três filhos, sua esposa e as esposas de seus filhos haviam entrado na arca.
14 Foram salvos do dilúvio juntamente com Noé as espécies de animais, répteis e aves.
15 De tudo que vive na terra foi possível conservar junto a Noé na arca.
16 Quando todos haviam entrado para cumprir à ordem de Deus, o Senhor fechou por fora à porta daquela arca.
17 À medida que as águas dos dilúvio iam subindo durante os quarenta dias de chuva, a arca flutuava nelas.
18 Durante todo o tempo em que as águas aumentavam na terra a arca passeava por cima delas.
19 Demorou muito a permanência das águas na terra; cobriram a todos os altos montes.
20 As águas subiram não menos que 7,5 metros acima dos montes.
21 Todo ser vivo da terra expirou. As aves, o gado, os animais ferozes, os répteis e todos os homens que não conheciam a Deus.
22 Tudo que havia na porção seca com fôlego e espírito de vida morreu.
23 Foi dessa maneira que Deus pôs fim a todos os viventes que haviam na terra, desde os homens até os animais; foram extintos da terra, salvando-se apenas Noé e os que estavam na arca com ele.
24 O tempo que as águas do dilúvio permaneceram na terra foi de cento e cinqüenta dias.

GÊNESIS 8

1 Depois o Senhor lembrou-se de que Noé e os seres vivos que estavam com ele deveriam sair da arca; então o Senhor fez vir um forte vento para fazer baixar o nível da água.
2 As fontes dos abismos subterrâneos no fundo dos oceanos acalmaram-se e dos céus cessaram as fortes tempestades.
3 Então a água do dilúvio passou a escoar rapidamente, em apenas cinco meses tinham minguado.
4 No dia dezessete do sétimo mês a arca repousou em uma das montanhas da Armênia.
5 As águas passaram a diminuir mais rápido e o cume de outros montes apareceram no dia 1º do décimo mês.
6 No dia dez do 11º mês, Noé abriu à janela que havia feito na arca.
7 Ele soltou um urubu, que não achando lugar seguro voltou à arca várias vezes até que as águas secassem por completo.
8 Depois Noé soltou uma pomba, para ver se já era tempo de sair da arca com segurança.
9 Como a terra não estava de todo enxuta, a pomba retornou à arca.
10 Então Noé esperou mais uma semana e depois tornou a enviar àquela pomba.
11 À tarde a pomba voltou, mas trouxe uma folha de oliveira em seu bico; desta forma Noé pôde compreender que a terra estava novamente seca.
12 Ele esperou outros sete dias e, ao enviar de novo à pomba, ela não mais voltou à arca.
13 No 1º dia, do 1º mês, do ano seiscentos e um da vida de Noé, as águas secaram definitivamente de sobre a terra. Então ele pôde tirar a cobertura da arca e verificar que a terra estava novamente enxuta.
14 Noé ainda esperou até o dia vinte e sete do segundo mês para sair da arca com sua família.
15 Disse o Senhor Deus a Noé:
16 Sai da arca com todos os teus familiares.
17 Todo o animal que está na arca; as aves, o gado e os répteis, chama-os para fora contigo e continuem a cumprir o que ordenei: Povoem toda a face da terra, frutifiquem e multipliquem-se sobre ela.
18 Então ele saiu da arca com toda a sua família.
19 Os animais, répteis e aves, tudo que vive na terra segundo suas famílias, saiu daquela arca.
20 Como servo fiel de Deus, Noé edificou-lhe um altar assim que saiu da arca e, tomando alguns daqueles animais que estavam com ele ofereceu-os em holocausto naquele altar.
21 Ao sentir o cheiro gostoso do sacrifício o Senhor disse consigo: Não vale à pena amaldiçoar à terra por causa do homem; ele é um ser que possui uma tendência para o mau desde a sua infância; também não fica bem destruir todos os seres vivos como eu fiz.
22 Enquanto a terra existir, existirá semeaduras e colheitas, frio e calor, verão e inverno, os dias e as noites serão normais.


GÊNESIS 9

1 Senhor Deus abençoou a Noé e à sua família dizendo: Frutificai, multiplicai-vos e enchei à terra.
2 Vocês serão respeitados por todos os animais da terra, por todas as aves dos céus, por tudo que vive na superfície terrestre e por todos os peixes do mar, eu entrego o domínio deles a vocês.
3 Todos os animais e vegetais considerados próprios para alimentação, serão para vosso sustento.
4 Só não comam os animais sufocados, pois no seu sangue está a vida deles.
5 Eu vou cobrar de cada um o sangue, o sangue de suas vidas; quer tenha sido derramado por um animal ou por um homem e vocês não podem derramar o sangue de seus irmãos.
6 Quem matar um homem corre o risco de ser morto por um homem; porque Deus não fez o homem parecido com ele para vê-lo sendo assassinado.
7 Eu quero que a humanidade aumente na terra e povoem-na abundantemente. Que a taxa de natalidade seja maior que a de mortalidade.
8 E falou mais o Senhor a Noé e à sua família dizendo:
9 Vou fazer um trato com vocês e com toda a vossa posteridade.
10 Esse trato é válido para todas as pessoas, para as aves, para os animais de toda a terra e, principalmente, para esses que acabaram de sair da arca.
11 Eu prometo a vocês não mais destruir à terra com dilúvio. Não haverá mais dilúvio que destrua aos habitantes da terra.
12 E Deus acrescentou: Vou criar um sinal para o nosso trato; ele existirá enquanto houver gerações na terra.
13 Porei o arco-íris nas nuvens por sinal do trato entre mim e a humanidade.
14 Quando eu fizer vir nuvens densas sobre a terra, farei vir também o meu arco.
15 Isto farei para lembrar-vos dessa promessa que acabo de fazer, de que as águas do dilúvio não tornarão a destruir todas as pessoas.
16 Quando o meu arco estiver nas nuvens, eu estarei repetindo a promessa de preservar à vida sobre a terra.
17 Disse mais o Senhor a Noé: O arco-íris é o principal sinal de que não haverá mais dilúvio na terra.
18 Noé e seus filhos: Sem, Cão e Jafé saíram da arca em segurança. Cão foi o pai do povo de Canaã.
19 Todos os habitantes da terra são descendentes desses três filhos de Noé.
20 Voltando ao cultivo da terra, porque fora lavrador, Noé plantou uma vinha (lavoura de uvas).
21 Ao beber excessivamente do seu vinho, ele ficou embriagado e tirou suas roupas, ficando completamente nu em sua tenda.
22 Um de seus filhos, Cão, vendo a sua nudez, (que era expressamente proibido na época), zombou dele diante de seus irmãos.
23 Numa atitude de extremo respeito, Sem e Jafé apanharam uma capa e, protegendo-se para não vê-lo nu, conseguiram cobrir à nudez de seu pai sem que a vissem.
24 Ao passar o efeito de sua embriaguez Noé percebeu a gravidade do que acontecera e não gostou da atitude de seu filho Cão.
25 Deixou escapar as seguintes palavras: Maldito seja Canaã (o filho mais velho de Cão); seja ele empregado dos empregados de seus irmãos.
26 E acrescentou: Que o Senhor Deus seja glorificado pela atitude de Sem; de quem Canaã será servo.
27 Que Deus dê muitos descendentes a Jafé e que ele viva em paz com Sem, sendo servido por Canaã.
28 Depois do dilúvio Noé ainda viveu trezentos e cinqüenta anos.
29 Ao todo ele viveu novecentos e cinqüenta anos.


GÊNESIS 10

1 Aqui está a lista de descendentes dos três filhos de Noé. Depois do dilúvio nasceram muitos filhos a Sem, a Cão e a Jafé.
2 Os filhos de Jafé foram: Gômer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras.
3 Os filhos de Gômer: Asquenaz, Rifá e Togarma.
4 Os filhos de Javã: Elisá, Társis, Quitim e Dodanim.
5 Esses foram os primeiros a resolver morar nas ilhas, separados apenas por seu idioma e sua família, conservando os nomes de seus fundadores.
6 Os filhos de Cão foram: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã.
7 De Cuxe descenderam: Sebá, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá; Sebá foi o pai de Sabá e Dedã.
8 Cuxe também foi o pai de Ninrode, que comandou a primeira rebelião organizada contra Deus.
9 Esse Ninrode questionou a autoridade de Deus; por isso se diz: “fulano é como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor.”
10 Ele também foi o fundador do imperialismo, tendo como seu primeiro reino “Babel” , depois Ereque, Acade e Calné, numa região chamada Senaar.
11 Daquela região ele mudou-se para a Assíria onde fundou às cidades de Nínive, Reobote-Ir e Calá.
12 Ele também fundou a grande cidade de Résem, entre Nínive e Calá.
13 Mizraim gerou a Ludim, a Anamim, a Leabim, a Naftuim,
14 A Patrusim, a Casluim (que é o pai dos filisteus) e a Caftorim.
15 O outro filho de Noé “Canaã” gerou a Sidom, a Hete;
16 Também gerou aos jebuseus, aos amorreus, aos girgaseus,
17 Aos heveus, aos arqueus, aos sineus;
18 Aos harvadeus, aos zemareus e aos hamateus. Depois os descendentes de Cão espalharam-se.
19 Nesse tempo os limites da terra de Canaã (a palestina) eram os seguintes: Saía de Sidom na direção de Gerar, estendendo-se até Gaza, seguia para Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa.
20 São esses os filhos de Cão, conforme suas famílias e línguas, nas suas heranças entre as nações.
21 A Sem também nasceram vários filhos e ele é, também, o pai de Éber, que é o pai dos hebreus.
22 Estes são os filhos de Sem: Elão, Assur, Arfaxade, Lude e Arã.
23 Os filhos de Arã foram: Uz, Hul, Geter e Más.
24 Arfaxade gerou a Selá e esse gerou a Éber.
25 Os filhos de Éber: O primeiro foi Pelegue (nessa época eles começaram a repartir a terra) e o segundo foi Joctã.
26 Os filhos de Joctã foram: Almodá, Selefe, Hazarmavé, Jerá,
27 Hadorão, Usal, Dicla,
28 Obal, Abimael, Sebá,
29 Ofir, Havilá e a Jobabe; todos esses foram filhos de Joctã.
30 Eles habitaram desde Messa, indo até uma Montanha chamada Sefar.
31 São esses os filhos de Sem conforme suas famílias e línguas, nas suas heranças entre as nações.
32 Essas são as famílias dos filhos de Noé conforme suas gerações, nas suas heranças entre as nações, é deles que vieram todos os povos atuais.


GÊNESIS 11

1 Nessa época os habitantes da terra falavam a mesma língua.
2 Então partiram e encontraram uma planície num lugar chamado Sinear (Babilônia) e habitaram ali.
3 Formaram uma cooperativa e, logo surgiu a idéia de preparar betume e tijolos de boa qualidade para iniciar um projeto sem precedente.
4 Combinaram: Vamos construir uma cidade e uma grande torre que de tão alta encoste no céu, vamos ficar famosos e não teremos que obedecer as ordens desse Deus que quer que espalhemo-nos por toda a terra.
5 A audácia deles chamou a atenção de Deus, que veio ver de perto à cidade e sua torre. O projeto não agradou a Deus, que resolveu interrompê-lo.
6 O Senhor disse: Eles usam um único idioma, tornando fácil a comunicação de um para com o outro.
7 Reunindo o conselho divino, o Senhor disse: Vamos descer e confundir a língua deles, assim, não entendendo um ao outro, terão que desistir da obra.
8 O plano divino deu certo e Deus os espalhou por toda a terra parando àquela obra.
9 Por isso puseram naquela torre o nome de Babel, isto é, “confusão” porque ali realmente houve grande confusão de línguas levando-os a espalhar-se por toda a terra.
10 Os descendentes de Sem são os seguintes: Aos cem anos de idade (dois anos após o dilúvio), ele gerou a Arfaxade.
11 Depois que gerou a Arfaxade, Sem ainda viveu quinhentos anos, durante os quais gerou filhos e filhas.
12 Aos trinta e cinco anos Arfaxade gerou a Selá.
13 Depois que gerou a Selá, Arfaxade viveu quatrocentos e três anos, durante os quais gerou filhos e filhas.
14 Aos trinta anos Selá gerou a Éber.
15 Depois que gerou a Éber, Selá viveu quatrocentos e três anos, durante os quais gerou filhos e filhas.
16 Éber estava com trinta e quatro anos quando gerou a Pelegue.
17 Depois ele ainda viveu quatrocentos e trinta anos, durante os quais gerou filhos e filhas.
18 Aos trinta anos Pelegue gerou a Reú.
19 Depois Pelegue ainda viveu duzentos e nove anos, durante os quais gerou filhos e filhas.
20 Aos trinta e dois anos Reú gerou a Serugue.
21 Depois Reú ainda viveu duzentos e sete anos, durante os quais gerou filhos e filhas.
22 Quando Serugue estava com trinta anos gerou a Naor.
23 E Serugue viveu depois que gerou a Naor, duzentos anos, durante os quais gerou filhos e filhas.
24 Aos vinte e nove anos Naor gerou a Terá.
25 Depois que gerou a Terá, Naor viveu cento e dezenove anos, durante os quais gerou filhos e filhas.
26 Quando Terá estava com setenta anos gerou a Abrão, a Naor e a Harã.
27 Eis a lista dos descendentes de Terá: Ele gerou a Abrão, a Naor e a Harã; este Harã é o pai de Ló.
28 Harã faleceu, em Ur dos caldeus, sua terra natal, antes de seu pai.
29 Então Abrão e Naor tomaram como esposas a: Sarai, que fora esposa de Abrão e a Milca, esposa de Naor.
30 Sarai, esposa de Abrão, não podia Ter filhos. Era estéril.
31 Nesse tempo saíram de Ur dos caldeus, Terá, seu filho Abrão e seu neto Ló, para ir à terra de Canaã; chegaram até um lugar chamado Harã e ficaram morando ali.
32 Aos duzentos e cinco anos de idade morreu Terá em Harã.


GÊNESIS 12

1 Na época o Senhor Deus chamou a Abrão e disse: Sai da tua terra, do convívio com os teus parentes e da casa que pertence a teu pai, vá para uma terra que prepararei para você.
2 Teus descendentes serão muitos, eu vou te abençoar, você ficará muito famoso e serás uma bênção.
3 Prometo abençoar àqueles que ajudarem e amaldiçoar àqueles que não gostam de você; em um de teus descendentes serão benditas todas famílias da terra.
4 Abrão obedeceu e partiu, levando Ló consigo, tinha Abrão setenta e cinco anos nessa época.
5 Chamando sua esposa Sarai, seu sobrinho Ló, as pessoas que vieram a ele em Harã e levando todos os seus bens, Abrão saiu rumo à terra de Canaã e logo chegaram lá.
6 Entraram naquela terra até um lugar chamado Siquém, a uma região conhecida como Carvalho de Manre, nessa época os cananeus tinham a posse da terra.
7 O Senhor apareceu a Abrão e disse-lhe: Vou dar esta terra à tua parentela. Então Abrão construiu ali um altar ao Senhor que lhe aparecera.
8 Pouco depois Abrão partiu dali para uma região montanhosa perto de Betel, ele montou sua cabana ficando Betel a oeste e a cidade de Aí ao leste. Nesse lugar também ele edificou um altar ao Senhor e invocou o seu nome.
9 E continuou Abrão a entrar na terra indo sempre para o lado do Sul.
10 Iniciou-se um período de escassez naquela região; então Abrão pensou que deveria descer para o Egito afim de morar ali por alguns dias.
11 Perto de chegar ao Egito ele disse a Sarai sua mulher: Você é uma mulher muito linda! Isso tem me preocupado.
12 Quando os egípcios te virem dirão: Vamos matar esse homem e ficaremos com a mulher dele.
13 Por isso, diga que és minha irmã, então terão respeito por mim e por tua causa me deixarão viver.
14 Logo que eles entraram no Egito e os egípcios viram à mulher impressionaram-se com sua beleza.
15 Quando os príncipes egípcios a viram, elogiaram-na diante do Faraó da época. Faraó logo mandou buscá-la para sua casa.
16 Mais que isso, por sua causa ele tratou muito bem ao seu “irmão” Abrão, dando-lhe vários presentes: Ovelhas, bois, jumentos, camelos, escravos e escravas.
17 Porém Deus castigou a Faraó e toda sua família com grandes pragas, por causa de sua pretensão com Sarai.
18 Faraó mandou que lhe trouxessem Abrão e disse a ele: Que é isso que você me fez? Por que você mentiu para mim? Na verdade ela é tua esposa e não irmã.
19 Se ela fosse tua irmã poderia ser minha mulher! Agora, pois, toma tua esposa e vai embora daqui.
20 Escoltado pela guarda egípcia, Abrão saiu do Egito levando consigo, além da vergonha, tudo que lhe pertencia.

GÊNESIS 13

1 Saindo do Egito, Abrão, com sua esposa, seu sobrinho Ló e tudo quando possuía, foram direto para o Sul.
2 A esta altura, Abrão estava muito rico; possuía muito gado, prata e ouro.
3 Viajou do deserto ao sul de Betel, até o lugar onde estivera anteriormente, entre Betel e Aí.
4 Foi até o local onde antes tinha feito um altar e reiniciou ali sua adoração ao Senhor que lhe aparecera.
5 Ao lado de Abrão, Ló também ficou rico.
6 Tornou-se difícil a convivência entre eles, faltava espaço para tantos bens, chegara o momento de escolher cada um o seu rumo.
7 Houve uma crise entre seus empregados: Os “pastores” de ambos começaram a se desentender. Nessa época a terra que Deus prometera a Abrão era ocupada pelos cananeus e pelos ferezeus.
8 Então Abrão disse a Ló: Não pode haver inimizade entre eu e você, nem entre nossos empregados, pois somos parentes próximos.
9 A terra está à tua frente, escolhe, pois, de que lado dela ficarás; se você escolher o lado esquerdo o direito será meu, se escolheres o direito eu fico com o outro lado.
10 Ló escondia em si uma ambição que foi revelada aqui, ao ver a campina do Jordão e o quanto aquela região era bem regada, parecendo-se com um jardim plantado por Deus, mas, que na verdade, era como a terra do Egito, como quem vai para Zoar.
11 Ló não somente quis o que lhe pareceu ser o melhor, ele escolheu “toda” a campina do Jordão, ficou com o lado leste, só assim eles apartaram-se um do outro.
12 Abrão ficou morando em Canaã e Ló foi habitar nas cidades das campinas, armando suas tendas até os limites de Sodoma.
13 O homossexualismo era praticado livremente naquele lugar, isso é considerado um grave pecado contra o Senhor.
14 Depois que Ló tirou dali tudo que era seu, o Senhor disse a Abrão: Ergue a cabeça, olha desde este lugar onde você está agora para o lado do Norte, para o Sul, para o Leste e para o Oeste.
15 Porque toda a terra que está diante de ti eu vou dar a você e à tua descendência para sempre.
16 Multiplicarei à tua descendência sobre a terra; de maneira que será difícil numerá-la.
17 Você já pode iniciar um passeio pela terra, inspecionando-a em toda a sua dimensão, porque tudo darei a ti.
18 Então Abrão mudou-se novamente para perto dos carvalhais de Manre que estão ao lado da cidade de Hebrom; ele edificou também ali um altar ao Senhor.


GÊNESIS 14

1 Na época em que Senaar era governada por Anrafel, Arioque era governador de Elasar, Quedorlaomer governava Elão e Tidal a Goim;
2 Aconteceu que, esses fizeram guerra a Bera rei de Sodoma, a Birsa rei de Gomorra, a Sinabe rei de Admá, a Semeber rei de Zeboim e ao rei de Belá (esta é Zoar).
3 Todos estes se reuniram no vale de Sidim (que é o Mar Morto).
4 Eles haviam servido a Quedorlaomer por doze anos, mas ao décimo terceiro ano rebelaram-se.
5 No ano décimo quarto veio Quedorlaomer e seus aliados, feriram aos refains em Asterote-Carnaim, aos zuzins em Hã, aos emins em Savé-Quiriataim.
6 Aos horeus em seu monte Seir, estendendo-se até El-Parã que está junto ao deserto.
7 Numa segunda batalha eles vieram a En-Mispate (que é Cades) e feriram à terra dos amalequitas, à terra dos amorreus que moravam em Hazazom-Tamar.
8 Então o rei de Sodoma, o rei de Gomorra, o rei de Admá e o rei de Zoar, resolveram enfrentá-los na batalha do vale de Sidim.
9 Eram quatro reis contra cinco.
10 Mas o vale de Sidim estava repleto de poços de betume, onde os reis de Sodoma e Gomorra caíram ao tentar fugir, os demais fugiram para os montes.
11 Com isso, todos os bens de Sodoma e de Gomorra foram levados, bem como todo o seu mantimento.
12 Ló, o sobrinho de Abrão que morava em Sodoma, também foi levado juntamente com tudo que possuía.
13 Então um dos que escaparam na batalha, veio e contou a Abrão, o hebreu que morava ao lado dos carvalhais de Manre, um amorreu irmão de Escol e de Aner, amigos e aliados de Abrão.
14 Quando Abrão soube do que havia acontecido, que Ló estava preso, armou seus empregados e aos nascidos em sua casa, (trezentos e dezoito) e perseguiu-os até Dã.
15 De noite, Abrão dividiu seu grupo contra eles, feriu-os e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco.
16 Então trouxe de volta todos os bens levados pelos invasores e também a seu sobrinho Ló com seus bens, as mulheres e muitas outras pessoas.
17 O rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (ao ver que ele tinha vencido a Quedorlaomer e seus aliados) até ao Vale de Savé, que é o vale do rei.
18 Nesse tempo Abrão encontrou-se com Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, este trouxe-lhe comida e vinho.
19 Este sacerdote abençoou-o e lhe disse: Bendito sejas pelo Deus Altíssimo, Senhor dos céus e da terra.
20 Bendito o Deus Altíssimo que hoje entregou os teus inimigos nas tuas mãos. Abrão aproveitou àquela oportunidade e deu-lhe o dízimo de tudo.
21 O rei de Sodoma disse a Abrão: Eu só que poder receber o meu povo de volta, os bens são para pagar os teus esforços.
22 Abrão, porém, lhe respondeu: Antes de sair eu fiz um voto ao Senhor, o Deus Altíssimo, possuidor do céu e da terra.
23 Prometendo que desde o fio até à correia de um sapato, nada quero do que é teu; para depois não ouvi-lo dizer: Eu enriqueci a Abrão.
24 Com exceção dos gastos que tivemos, se você quiser dar recompensa a alguém, dê àqueles que foram comigo (Aner, Escol e Manre).


GÊNESIS 15

1 Depois destas coisas veio a palavra do Senhor Deus a Abrão, numa visão, dizendo: Não tenha medo porque eu sou o teu escudo; eu quero recompensar o teu esforço.
2 Ao que respondeu Abrão: Como pode o Senhor dar herança à descendência de um homem que não possui filhos? Devo incluir o mordomo Eliézer em meu testamento, Dando a um sírio os meus bens?
3 E acrescentou: O Senhor não me permitiu ter um filho, certamente meu herdeiro será um dos empregados nascido em minha casa.
4 Então o Senhor lhe respondeu: Este não será teu herdeiro, terás um filho legítimo que será herdeiro de tudo que é teu.
5 Deus chamou para fora e lhe disse: Dê uma olhada no céu e tente contar às estrelas, se achares fácil contá-las; também contarás com facilidade à tua descendência.
6 Abrão creu em Deus e isso foi contado como justiça sua.
7 E o Senhor ainda lhe disse: Eu sou o mesmo Deus que tirou você da terra de Ur dos caldeus para dar a você e à tua prole esta terra.
8 Abrão pediu: Eu gostaria de ter uma garantia de realmente vou herdá-la.
9 Em primeiro lugar traga-me uma novilha, uma cabra, um carneiro todos de três anos e uma rolinha ou um pombinho.
10 Abrão trouxe-os depressa, partiu-os ao meio e pôs a duas metades frente a frente; só não partiu às aves.
11 Logo surgiu aves de rapina sobre os cadáveres; porém Abrão enxotava-as.
12 Quando anoiteceu veio um profundo sono sobre Abrão e teve ele momentos espantosos.
13 Em sonhos Deus lhe disse: Você quer uma garantia de que esta terra pertencerá à tua descendência e eu te dou esta garantia; mas, antes disso, saiba que teus descendentes vão peregrinar em outra terra, serão reduzidos à escravidão e afligidos por um período não inferior a quatrocentos anos.
14 Depois eu punirei àquela nação a quem eles irão servir e farei com que saiam dali com grande riqueza.
15 Isso permitirei que aconteça após a tua morte, você vai ser sepultado em paz.
16 Os amorreus ainda não esgotaram os limites de minha longanimidade, mas no tempo da vossa quarta geração tornareis para cá.
17 No meio da noite surgiu um fogo vindo de um forno cheio de muita fumaça, que passou no meio daquelas metades de animais como prova de que o Senhor aceitara o sacrifício.
18 Então o Senhor fez ali um trato com Abrão, dizendo: Tenho dado esta terra à tua descendência, desde os limites do Egito até o grande rio Eufrates.
19 Por tua causa vou desterrar o queneu, o quenezeu, o cadmoneu.
20 O heteu, o perizeu, os refains.
21 O amorreu, o cananeu, o girgaseu e o jebuseu.


GÊNESIS 16

1 Até esta altura Sarai não tinha filhos, faltou-lhe capacidade para esperar pacientemente pelo Senhor e tinha ela uma empregada egípcia chamada Agar.
2 Disse Sarai a Abrão, seu marido: O Senhor me impediu de ser mãe, façamos o seguinte: Você toma minha empregada para ser tua segunda esposa e se ela tiver filhos, eles serão meus. Ele concordou.
3 Assim, a pedido de Sarai, Abrão tomou por sua mulher à sua empregada egípcia Agar, no décimo ano de sua chegada à terra de Canaã.
4 Logo Agar deu o primeiro filho a Abrão e por essa razão começou a desprezar sua patroa.
5 Reconhecendo o seu erro, Sarai disse a seu marido: Estou muito contrariada, inclusive com você, pois eu te dei minha escrava como segunda esposa e agora que ela engravidou já não tem respeito por mim; o Senhor será juiz dessa questão.
6 Respondeu-lhe Abrão: Você é a patroa, faça com ela aquilo que julgar necessário. Então Sarai a maltratou e, não podendo resistir, ela fugiu.
7 Deus veio até o local aonde Agar estava acampada no deserto, localizando-a ao lado de uma fonte sem água, no caminho que ia para Sur.
8 Disse-lhe o Senhor: De onde você está vindo e para onde pensas que vais? O lugar da empregada é ao lado de sua senhora. Respondeu Agar: Estou fugindo de minha patroa.
9 Então o Anjo do Senhor disse a Agar: Volta e humilha-te perante tua senhora, que ela vai te estender a mão.
10 Disse mais o Anjo do Senhor a ela: Porque tens um filho de Abrão, vou multiplicar à tua descendência.
11 O Anjo do Senhor continuou: Teu filho terá o nome de Ismael (o Senhor ouve); porque a tua aflição foi ouvida.
12 Ele será um homem mui valente, levantar-se-á contra muitos povos e nações se levantarão contra ele, mesmo assim ele resistirá.
13 Então Agar disse àquele que falava com ela: Tu és Deus que vê e acrescentou: Estou olhando para aquele que me vê.
14 Por causa disso aquele poço, que estava localizado entre Cades e Berede, passou a ser chamado: Beer-Laai-Rói (poço daquele que vê).
15 Agar voltou à sua senhora e logo deu à luz ao seu filho, a quem deram o nome de Ismael.
16 Quando Ismael nasceu Abrão estava com oitenta e seis anos.


GÊNESIS 17

1 Quando Abrão completou noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e lhe disse: Eu sou o Senhor Deus Todo-Poderoso, anda na minha presença e sê perfeito.
2 Confirmarei o trato que fiz contigo, de multiplicar grandemente à tua semente.
3 Então Abrão caiu com o rosto em terra e falou o Senhor com ele dizendo:
4 Estou escolhendo-te para ser o pai de muitas nações.
5 Teu nome deixará de ser Abrão (pai elevado), a partir de hoje teu nome será Abraão (pai de uma grande multidão), porque te escolhi para ser pai de muitas nações.
6 Haverá mais que uma nação entre os teus descendentes e reis famosos sairão de ti.
7 Sustentarei o meu trato contigo e com os teus descendentes por todas as suas gerações; eu serei o teu Deus e também serei o Deus de toda a tua descendência.
8 Esta terra aonde você hoje é peregrino, eu darei a ti e aos teus descendentes, lhes darei toda a terra de Canaã em possessão perpétua e serei sempre o Deus de vocês.
9 Disse mais o Senhor Deus a Abraão: Você tem o dever de cumprir o teu lado no nosso trato, não somente você, a tua semente também deverá observá-lo.
10 O trato é o seguinte: A partir de hoje, todo o homem entre vocês será circuncidado.
11 Para asseio da vossa posteridade, tirareis o courão da glande do pênis como sinal de que sois um povo distinto e que temos um trato.
12 Oito dias após o nascimento, o filho homem deverá ser circuncidado, isso será válido não somente para teu filho, mas também para aquele nasceu em tua casa ou que foi adquirido por teu dinheiro, mesmo que não seja israelita.
13 Façam isso, circuncidem os vossos filhos ou os nascidos em vossas casas e os que foram adquiridos pelo vosso dinheiro, então tereis em vossa carne um sinal de nosso trato.
14 Os que recusarem à circuncisão serão excluídos do meio do seu povo, porque rejeitou à minha aliança.
15 O Senhor Deus ainda disse a Abraão: Tua esposa não continuará a ser chamada de Sarai (minha princesa). Sara (princesa), será o seu nome.
16 Porque eu vou abençoá-la e dar-lhe um filho; quando eu por sobre ela a minha bênção ela passará a ser considerada como a mãe das nações e de muitos de seus governantes.
17 Então Abrão caiu com o rosto em terra e achou engraçado tudo que Deus falara-lhe, disse ele em seu pensamento: Como pode nascer um filho a um homem de cem anos? Minha esposa Sara deixará de ser estéril aos noventa anos?
18 Diante disso, disse Abraão: Que o jovem Ismael tenha vida longa perante ti!
19 Mas o Senhor Deus lhe disse: É verdade, Sara tua esposa te dará um filho e chamarás o seu nome Isaque, é com ele que eu quero dar continuidade ao trato que fiz contigo e, que confirmarei a ele.
20 Você pode ficar sossegado quanto a Ismael, eu o tenho abençoado, vou fazê-lo crescer, frutificando e multiplicando-se grandemente e ele será pai de doze príncipes.
21 Entretanto, a Isaque, que daqui há um ano nascerá de Sara, confirmarei como aquele que dará continuidade ao meu plano.
22 Quando terminou sua conversa com Abraão o Senhor subiu dali perante os seus olhos.
23 Em seguida Abraão tomou seu filho Ismael, a todos os que haviam nascido em sua casa, àqueles que adquiriu por seu dinheiro e, depois de haver circuncidado a si mesmo, circuncidou-os naquele mesmo dia, em obediência à ordem do Senhor.
24 Abraão foi circuncidado aos noventa e nove anos de idade.
25 O seu filho Ismael, já estava com treze anos.
26 Pai e filho foram circuncidados no mesmo dia.
27 Não somente eles, mas todos os homens de sua casa, nascidos ali ou adquiridos por seu dinheiro, foram circuncidados com ele.


GÊNESIS 18

1 Pouco depois apareceu o Senhor Deus a Abraão quando este estava nos carvalhais de Manre, assentado à porta durante no maior calor do dia.
2 Eis os detalhes da sua aparição: Ao levantar Abraão os olhos viu três, com aparência humana em pé ao seu lado. Vendo-os ele, correu ao encontro deles e inclinado com o rosto em terra adorou-os.
3 E disse-lhes: Meu Senhor, se tenho sido achado merecedor de receber tão honrada visita, rogo que não tenhas pressa de partir.
4 Supondo que eles poderiam estar exaustos, Abraão mandou que fizessem vir água e, também lavou-lhes os pés ali mesmo.
5 Disse mais Abraão: Servir-lhes-ei pessoalmente, depois continuareis vossa jornada, que me parece ser muito importante. Eles disseram: Tudo bem, faça isso como disseste.
6 Tomado de grande pressa, Abraão dirigiu-se a Sara e disse lhe: Faça depressa bolos de três medidas de flor de farinha.
7 Então ele mesmo correu até as vacas e trouxe uma das melhores novilhas, que logo mandou preparar.
8 Tomou também manteiga e leite e, ao aprontar a novilha, levou tudo perante eles e ficou assistindo enquanto eles comiam.
9 Eles perguntaram-lhe: Onde está Sara, tua esposa? Respondeu ele: Está na tenda.
10 Então o Senhor lhe disse: Daqui a um ano ela terá um filho. Sara estava escondida à porta de sua tenda e ouviu tudo.
11 Ela achou isso estranho, pois ela e seu marido estavam avançados em idade e ela já estava na menopausa.
12 Ela começou a rir, dizendo consigo mesma: Depois de velha voltarei a sentir prazer com meu esposo, que é ainda mais velho que eu?
13 O Senhor perguntou a Abraão: Por que Sara está rindo e achando impossível dar à luz com a idade que tem?
14 Haveria alguma coisa impossível para o Senhor? Então o Senhor repetiu: Daqui a um ano ela terá um filho.
15 Sara não quis assumir seu erro, mas disse: Eu não estava rindo, espantada com onisciência de Deus. O Senhor lhe disse: Não tente mentir para mim, eu sei que você estava rindo.
16 E levantaram-se dali, começaram a dirigir-se para Sodoma e Abraão foi com eles.
17 Então o conselho divino resolveu contar a Abraão o que pretendia fazer ali.
18 O meu plano tem tudo a ver com Abraão e, por causa de um dos seus descendentes todas as famílias da terra serão abençoadas.
19 Eu conheço-o bem e sei que como bom pai que é, ensinará a seus filhos e netos, para guardarem o meu caminho, para agir com justiça e juízo, para que possam herdar às bênçãos prometidas à sua nação.
20 Falou mais o Senhor: Tenho notado a gravidade do pecado de Sodoma e Gomorra e, vejo que já não há salvação para estas cidades.
21 Resolvi verificar pessoalmente este negócio, pois não posso tolerar esse tipo de situação.
22 Então dois deles continuaram rumo às cidades de Sodoma e Gomorra, mas o outro permaneceu com Abraão, que estava em pé diante dele.
23 Abraão resolveu tentar salvar àquelas cidades e, chegando-se bem perto do Senhor perguntou-lhe: Destruirás o justo junto com o ímpio?
24 Se houver ali cinqüenta justos, mesmo assim não desistirás de destruí-la por causa do amor que tens para com os justos?
25 Não. O Senhor não deveria fazê-lo, jamais matarias o justo com o ímpio, porque não os tratarás do mesmo modo. Como poderia agir com injustiça o juiz de toda a terra?
26 A isso o Senhor respondeu-lhe dizendo: Se eu encontrar em Sodoma cinqüenta justos pouparei àquela cidade por causa do amor que tenho neles.
27 Abraão continuou: Pode parecer atrevimento de minha parte, pois sou formado do pó e como cinzas vou desaparecer.
28 Se houver ali quarenta e cinco justos, destruirás à cidade só porque lhe faltou cinco justos? O Senhor respondeu: Não a destruirei, se nela houver quarenta e cinco justos.
29 Abraão continuou ainda a lhe falar e disse: Se porventura houver apenas quarenta? Disse o Senhor: Não a destruirei por amor aos quarenta.
30 Entendendo Abraão que aquela cidade não contava com quarenta justos, disse: Por favor, não fique irritado comigo se ainda lhe pedir mais uma vez: Se porventura houver ali ao menos trinta justos? Se houvesse ali trinta justos eu não a destruiria.
31 Aproveitando que o Senhor está tratando-me com grande paciência diga-me: Se porventura houver nela vinte justos? Disse-lhe o Senhor: Poupá-la-ei por causa deles.
32 Abraão fez mais uma tentativa de salvar àquelas cidades. Não me castigues se eu insistir mais essa vez: Se porventura houver ali pelo menos dez justos? Ao dizer que não a destruiria às cidades por amor aos dez.
33 O Senhor retirou-se dali, então Abraão voltou à sua tenda.


GÊNESIS 19

1 Quando os dois chegaram a Sodoma à tarde, Ló, que era um dos principais cidadãos dali, estava assentado à porta (lugar onde ficava o conselho) e, vendo-os ele, foi ao encontro deles e adorou-os.
2 E disse: Meus senhores, por favor, entrem na casa de vosso servo e passai nela a noite, lavai os pés e se tendes algo a fazer, levantem de madrugada e façam. E eles disseram: Não seremos teus hóspedes, antes passaremos a noite na rua.
3 Ló insistiu com eles e conseguiu convencê-los a virem com ele para entrarem em sua casa; onde foram recebidos com uma festa, preparada à base de bolos sem fermento, então comeram juntos.
4 Porém, antes que eles fossem se deitar, a casa foi cercada pelos homossexuais de todos os bairros da cidade.
5 Que chamaram a Ló e disseram-lhe: Onde estão os homens que chegaram à tua casa esta noite? Traga-os aqui. Queremos ter relações com eles.
6 Ló pôs-se à porta, para tentar impedir que a casa fosse invadida.
7 E lhes disse: Meus irmãos, rogo-vos que não façam mal aos meus hóspedes.
8 Eu tenho duas filhas virgens, vou entregá-las a vocês, que se quiserem, poderão toma-las por vossas mulheres, somente não façam mal aos meus hóspedes, pois tenho o dever de oferecer proteção aos que estão sob meu teto.
9 Aqueles “homens” disseram-lhe: Saia da frente. E acrescentaram: Você não passa de um estrangeiro e já foi promovido a nosso juiz? Agora, não queremos apenas a eles, queremos também a você. Então investiram contra Ló e chegaram perto para arrombarem à porta.
10 Os hóspedes, estendendo às suas mãos, recolheram a Ló e fecharam à porta.
11 Em seguida eles feriram àqueles homens de cegueira, desde o mais novo até o ancião, de modo que tivessem problemas para localizar à porta.
12 Depois os ilustres hóspedes disseram a Ló: A quem mais você pretende salvar neste lugar? Genro, filhos, filhas e todos quantos queres livrar nesta cidade, tira-os daqui.
13 Porque nós iremos este lugar, pois o pecado dele cresceu tanto que incomoda-nos, por isso o Senhor decidiu destruí-lo.
14 Ló saiu atrás dos candidatos a seus genros e lhes disse: Levantem-se e saíam daqui, porque o Senhor vai destruir à cidade. Eles, achando que Ló estava brincando, não lhe deram ouvidos.
15 Demorando Ló, amanheceu o dia, então os anjos do Senhor começaram a apressá-lo dizendo: Levanta-te, toma tua esposa e tuas duas filhas para que não morram junto com os ímpios dessa cidade.
16 Ló, porém, não demonstrava o menor interesse de sair logo dali, então aqueles anjos pegaram à sua mão e à mão de sua esposa e de suas filhas, demonstrando o Senhor sua compaixão para com eles, e tiraram-nos para fora daquele lugar.
17 Quando foram tirados para fora da cidade o Senhor lhes disse: Estou fazendo isso para preservar à vida de vocês; não pensem em voltar para este lugar e não parem durante o tempo em que estiverem perto daqui; procurem um lugar alto, para que não sejais atingidos e morram.
18 Ló disse: Isso será muito difícil meu Senhor!
19 Já que o Senhor tem nos agraciado e mostrado-nos grande misericórdia, para preservar nossa vida, não nos mande subir a um monte, provavelmente eu não suportaria.
20 Tem uma pequena cidade perto daqui, deixe-me ir para lá, ali também eu poderei escapar com vida.
21 Na sua onisciência Deus disse: Eu pretendia destruir àquela cidade também, mas, porque insistis em ir para lá, resolvi concordar em deixar de destruí-la.
22 Vá depressa, escapa-te para lá; você está atrasando-me, só posso destruir este lugar quando tiver certeza de estarão seguros. Por causa disso a cidade passou a ser chamada de Zoar.
23 Quando Ló e sua família entraram em Zoar o dia estava amanhecendo.
24 Então o Senhor fez cair do alto fogo e vir enxofre sobre aquelas cidades.
25 E destruiu completamente àquelas cidades impenitentes em toda aquela campina, incluindo todos os seus moradores e sua vegetação.
26 Infelizmente a esposa de Ló não pôde ser salva, porque ao desejar voltar àquela cidade, olhou para trás, sendo transformada numa estátua de sal.
27 Naquela mesma manhã Abraão havia levantado de madrugada para ir ao mesmo lugar onde estivera a falar com o Senhor.
28 Olhando ele para a direção de Sodoma e Gomorra e para toda aquela planície, notou que uma fumaça parecida à fumaça de uma fornalha subia da terra.
29 Ao destruir as cidades de Sodoma e Gomorra o Senhor Deus ficou preocupado com o sobrinho de Abraão e, por causa do amor que tinha por este, livrou a Ló com suas filhas dali antes da queda das cidades.
30 Tendo Ló e suas filhas subido a Zoar habitaram num monte, porque ficaram com medo de morar na cidade e achando uma numa caverna ficaram ali.
31 Logo a filha mais velha disse à mais nova: Nosso pai está muito velho e nós continuamos solteiras e, isso não é bom;
32 Eu tive a seguinte idéia: Vamos dar bastante vinho para ele beber, então, quando ele ficar bêbado vai se deitar conosco e assim vamos preservar sua descendência.
33 Naquela mesma noite puseram em prática o plano, ao deixá-lo embriagado, veio a ele a primogênita, de tão bêbado, ele não percebeu o que ocorreu.
34 Na noite seguinte ela disse à mais nova: Eu fiquei com nosso pai ontem à noite, hoje, vamos embebedá-lo novamente e você fica com ele, então não correremos o risco de ficar sem descendência.
35 E deram o vinho a Ló também naquela noite, assim, veio a outra filha, que agiu da mesma maneira, deitando-se com ele.
36 Então, sem querer, Ló engravidou suas duas filhas.
37 Quando as crianças nasceram, a mais velha deu ao seu filho o nome de Moabe (que é o pai dos moabitas).
38 A filha menor chamou o seu filho de Ben-Ami ou Amom (que é o pai dos amonitas).


GÊNESIS 20

1 Nesse tempo partiu Abraão, indo sempre na direção do Sul e foi morar entre Cades e Sur, tendo também peregrinado em Gerar.
2 Em Gerar, Abraão e cometeu o mesmo erro que cometera no Egito, pois novamente ele pediu à sua esposa para dizer que era apenas sua irmã. Então Abimeleque rei de Gerar mandou que trouxessem Sara a ele.
3 Mas em sonho Deus veio a Abimeleque e falou-lhe: Se você ficar com essa mulher eu vou condená-lo à morte, porque ela tem marido.
4 Ele ainda não tinha deitado-se com Sara, por isso lhe disse ao Senhor: O Senhor vai matar a alguém que não tem culpa?
5 O próprio marido disse: Ela é minha irmã. E ela também me disse: Ele é meu irmão. Estou sem culpa neste negócio e com as mãos limpas, pois não a teria tomado se soubesse que é casada.
6 Então Deus lhe disse em sonhos: Eu sei que você está sendo sincero e também, eu dificultei às coisas para impedir que você fizesse isso.
7 Portanto, devolva à mulher ao seu marido, porque ele é um profeta e vai interceder por ti, para que eu não te mate; porém, se você não devolvê-la logo, vou destruir-te com tudo que é teu.
8 Abimeleque levantou de madrugada, chamou algumas pessoas de sua confiança e contou-lhes tudo, o que ouvindo eles ficaram muito assustados.
9 Abimeleque chamou a Abraão e disse-lhe: O quê fiz eu e meu povo contra você para trazeres maldição sobre nossa gente? Você podia ter evitado que isso acontecesse.
10 E acrescentou Abimeleque, que mal há em nós para que nos façais passar por isso?
11 Abraão lhe disse: Eu pensava comigo: Quando os amalequitas virem à beleza de minha mulher, se não houver neles respeito pelo meu Deus, quererão me matar para ficar com ela.
12 Se bem que não dissemos uma mentira, pois, ela é minha esposa mais também é meio irmã, porque é filha de meu pai.
13 Por causa disso, desde que Deus me fez sair andando errante pelo mundo a fora, combinamos de dizer que somos irmãos sempre que temermos retaliações em algum lugar.
14 Então Abimeleque além de devolver a esposa de Abraão, tomou muitos bens e empregados os deu a ele.
15 Disse-lhe mais Abimeleque, você tem autorização para estabelecer moradia em qualquer ponto de nossa terra, desde que seja de teu agrado.
16 E disse a Sara: Eu estou dando a teu “irmão” mil moedas de prata, espero que sirvam para diminuir a vergonha que te fiz passar.
17 Logo que Abraão orou a Deus, o Senhor desistiu de fazer mal a Abimeleque e sarou às mulheres de seu país, que já tinham sido condenadas à esterilidade.
18 Porque, por causa de Sara o Senhor determinara que as mulheres dos amalequitas tivessem suas madres fechadas.


GÊNESIS 21

1 Deus lembrou-se de sua promessa a Sara, então o Senhor cumpriu o que lhe havia prometido.
2 Sara ficou grávida, dando a seu marido o filho que Deus prometera, mesmo estando ambos avançados em idade.
3 A alegria foi tamanha que o filho ganhou o nome de Isaque (riso).
4 Aos oito dias de nascido, Isaque foi circuncidado, como havia sido combinado entre Deus e Abraão.
5 Abraão estava com cem anos de idade quando Isaque nasceu.
6 Sua mãe, distribuindo riso, disse: Deus é o responsável pela alegria que estou sentindo, agora, as pessoas que me fizerem visita hão de rir comigo.
7 Ela ainda disse: Quem diria que eu poderia um dia amamentar um filho? Mais Deus deu-nos um filho na velhice.
8 Quando Isaque foi desmamado seu pai fez-lhe uma grande festa.
9 O outro filho de Abraão ficou com ciúmes de Isaque e começou a criticar dele, Sara viu tudo.
10 Nesse tempo ela disse a Abraão: Eu quero que você mande essa mulher e seu filho irem embora, pois eles já estão discutindo a posse da herança.
11 Abraão ficou muito irritado com Sara, por causa do amor que ele tinha por seu filho.
12 Então Deus disse a Abraão: Eu sei que você não gostou dessa idéia de despedir o teu próprio filho e sua mãe, mas você não tem outra alternativa, pois eu também quero que Isaque seja teu herdeiro, inclusive das bênção que te prometi.
13 Não fiques inquieto por causa de Ismael, teu filho com esta escrava, pois, por ele ser teu filho farei com que ele também seja pai de uma nação muito grande.
14 Com pesar. Abraão levantou-se na manhã seguinte, preparou a alimentação com o cantil de água e os entregou a Agar, deixando também, que ela levasse o menino, então ela saiu errante pelo deserto, em direção a uma região chamada Berseba.
15 Logo a água do cantil acabou, então Agar procurou à sombra de uma árvore e pôs ali o menino.
16 Na verdade ela ficou achando que seu filho morreria de sede, então pôs-se a uma certa distância para não presenciar sua morte. Ela dizia consigo: Não posso assistir à morte dele. Disse isso com lágrimas nos olhos.
17 Deus ficou com pena do garoto e enviou seu próprio Anjo, que falou a Agar nestes termos: Qual o motivo de tua preocupação Agar? Não tenha medo de que o menino morra, pois eu tenho ouvido o seu lamento desde os céus.
18 Não fique aí parada, levante-se, toma-o pela sua mão e prossiga, porque ele não só irá sobreviver, como também haverá de ser pai de um numeroso povo.
19 Então o Senhor fez surgir um poço naquele deserto à vista dela, de onde ela pôde tirar águas para saciar à sede de seu filho.
20 Deus foi favorável para com Ismael, à medida que ia crescendo, ia tornando-se mais e mais forte e, aprendendo os segredos do deserto, tornou-se um ótimo flecheiro.
21 Habitou Ismael no deserto de Parã e sua mãe ajudou-o a escolher uma mulher (egípcia) para ser sua esposa.
22 A esta altura, Abraão tornava-se cada vez mais rico e isso começou a preocupar Abimeleque e Ficol, seu general, então vieram a ele e disseram: Vemos que Deus está te ajudando muito...
23 Disse Abimeleque: Prometa-me em nome de teu Deus que sempre serás sincero comigo, com meu filho, com meu neto e, que não pagarás o bem que te fizemos com o mal, pois na época em que peregrinavas aqui estendemo-te nossa mão.
24 Abraão disse-lhe: Eu prometo.
25 Abraão aproveitou o memento para contar a Abimeleque que alguns dos seus servos aviam lhe tomado à força um poço de água.
26 Então Abimeleque disse a ele: Isso não partiu de mim, não ficaria sequer sabendo disso, se hoje você não me contasse.
27 Os dois trocaram alguns presentes, conforme o costume da época quando queriam selar um contrato.
28 Abraão separou sete cordeiras do meio do rebanho.
29 Aguçou-se à curiosidade de Abimeleque, que perguntou: Para quê são estas sete cordeiras separadas?
30 E disse Abraão: Toda vez que você olhar para essas sete cordeiras que à partir de hoje passam a pertencer-te, lembrarás que elas servem como uma espécie de prova de que fui eu quem mandou cavar àquele poço (e evitaremos incidentes semelhantes).
31 Por causa disso aquele lugar passou a ser chamado de Berseba (poço de juramento), porque ali eles fizeram juramento um para com o outro.
32 Foi assim que em Berseba, Abimeleque e Abraão celebraram àquele contrato. Depois, Abimeleque e seu general foram para a terra dos filisteus.
33 Abraão plantou um “bosque” em Berseba, para onde ia periodicamente adorar ao Deus Eterno.
34 Ele ficou morando na terra dos filisteus por muito tempo.


GÊNESIS 22

1 Quando Isaque tornou-se um adolescente Deus resolveu testar à fé de Abraão e disse-lhe:
2 Toma o teu filho que está morando em tua casa, o teu querido Isaque, vá até a terra de Moriá e chegando ali oferece-o a mim em holocausto na montanha que eu te indicar.
3 Seu amor por Deus era tão grande que ele levantou-se de madrugada e, levando consigo além do filho (que deveria ser morto), dois de seus empregados e a lenha para o holocausto, foi ao lugar que Deus lhe tinha designado.
4 No terceiro dia de sua caminhada Abraão avistou o lugar designado por Deus.
5 Nesse ponto Abraão disse aos seus empregados: Fiquem aqui com o jumento, depois que eu e o meu filho “prestarmos nosso culto a Deus”, tornaremos a vós.
6 Abraão pegou à lenha do holocausto e colocou-a no ombro de seu filho enquanto ele levava o fogo e o cutelo. Assim seguiram.
7 Por estranhar àquela atitude, Isaque levantou à seguinte questão:
- Meu pai!
- Sim meu filho. Respondeu-lhe Abraão.
- Então continuou: Eu estou vendo somente o fogo e à lenha para o holocausto, onde está o cordeiro?
8 Sua fé obrigou-o a responder: Deus proverá o cordeiro para o holocausto meu filho. E continuaram juntos.
9 Quando finalmente chegaram ao local para Deus os mandara, Abraão edificou ali um altar e logo pôs à lenha em ordem sobre ele, depois, amarrou a Isaque sobre a lenha que estava no altar.
10 Mas ao erguer Abraão o cutelo para degolar seu filho.
11 O Anjo do Senhor repreendeu-o dessa forma: Abraão, Abraão! Estou pronto para ouvi-lo Senhor. Disse Abraão.
12 Não é a morte do garoto que eu quero, eu estava apenas testando você e foste aprovado no meu teste, não negando-me o único filho que agora tens.
13 O Senhor havia preparado um substituto para Isaque e, quando Abraão virou-se, viu o cordeiro, do qual ele falara a seu filho anteriormente (Deus proverá) amarrado no mato e, ofereceu-o em holocausto no lugar de Isaque.
14 Abraão deu àquele lugar o nome de Jeová Jiré. Que quer dizer: Deus proverá. Desde então surgiu um adágio popular que diz: “No monte do Senhor se proverá” .
15 Então o Anjo do Senhor falou com Abraão desde os céus pela Segunda vez:
16 Juro por meu nome, diz o Senhor, por causa de tua atitude e porque não me negaste o único filho que te restou
17 Eu vou abençoar-te muitíssimamente e multiplicar tua descendência de tal maneira que será difícil enumerar. Os termos de suas possessões chegará até à porta de seus inimigos.
18 Em um de teus descendentes todas nações da terra serão benditas, a obediência que você me demonstrou foi decisiva nessa questão.
19 Depois disso Abraão voltou aos moço que estavam às encostas da montanha à sua espera e foram até Berseba onde Abraão habitou por muito tempo.
20 Depois de alguns dias chegou a Abraão a seguinte notícia: Milca, esposa de teu irmão Naor também foi abençoada e agora é mãe. Seus filhos são:
21 Uz, que é o primogênito; Buz, o segundo; Quemuel, que já possui um filho chamado: “Arã”;
22 Quésede, Hazo, Pildas, Jidlafe e Betuel.
23 Betuel já tem uma filha a quem pôs o nome de Rebeca. Ao todo Milca deu a Naor, irmão de Abraão: Oito filhos.
24 A segunda esposa de Naor lhe deu: Reumá, Teba, Gaã, Taás e Maaca.


GÊNESIS 23

1 Sara, esposa de Abraão, estava nessa época com cento e vinte e sete anos de idade. Estes foram os anos de sua vida.
2 Ela morreu na terra de Canaã, num lugar chamado Quiriate-Arba (Hebrom), ali Abraão lamentou sua morte.
3 Então Abraão resolveu comprar um lugar específico para a sepultura da sua família e falou aos filhos de Hete, que estavam no velório, dizendo:
4 Mesmo não sendo natural desta terra, resolvi comprar aqui um campo para servir de sepultura para minha família.
5 Os filhos de Hete disseram a Abraão:
6 Sabemos que tu és um “príncipe de Deus” no nosso meio; escolhe o lugar que te parecer melhor para sepultura e aceite-o como um presente de nossa parte.
7 Inclinou-se Abraão perante eles à vista daquele povo (conforme o costume de sua época).
8 E disse-lhes: Só vou acreditar que vocês irão permitir-me sepultar o meu morto, se me ajudarem a convencer Efrom filho de Zoar e líder de vocês.
9 Já escolhi o local, quero a cova de Macpela que está pronta no fim desse campo, mas faço questão de pagar o seu preço e escriturá-la como sepultura familiar.
10 Abraão não conhecia pessoalmente a Efrom e, como este estava ali, respondeu a Abraão perante todos os moradores da cidade que estavam presentes:
11 Meu senhor. Disse ele a Abraão, deixe-me te dar, perante os olhos de meu povo, este campo e com ele o local onde escolheste para sepultar o teu morto.
12 Novamente Abraão inclinou-se perante os olhares de todos que ali estavam.
13 Depois ele falou a Efrom diante de toda aquela gente dizendo: Se realmente isso te parece favorável, peço-te que deixe-me pagar o devido valor desse campo, só assim eu farei dele a sepultura para meu morto.
14 Diante de sua insistência, Efrom respondeu-lhe dizendo:
15 Esta terra não vale mais de 4,6 Kg de prata; valor irrisório, tanto para mim quanto para ti. Sepulta teu morto.
16 Então Abraão mandou pesar a prata (que era a moeda corrente da época), de que Efrom havia falado diante daquela gente e deu-a a ele.
17 Dessa forma aquele campo, que fora de Efrom, com a caverna de Macpela que está próxima de Manre e todo aquele bosque, passou a pertencer a Abraão.
18 Lavraram a escritura passando a posse dela à família de Abraão perante os olhos dos filhos de Hete e demais moradores da cidade.
19 Finalmente, Abraão pôde sepultar Sara, sua esposa ali, perto de Manre, em Hebrom, na terra de Canaã.
20 Foi assim que os filhos de Hete confirmaram a Abraão o título de propriedade daquele campo e da cova que está nele.


GÊNESIS 24

1 Quando Abraão ficou avançado em idade, fez uma avaliação e percebeu que o Senhor o havia abençoado em tudo.
2 Então chamou o mordomo de sua casa e fê-lo jurar com a mão sob sua cocha (conforme o costume da época).
3 Eu quero, disse Abraão, que você prometa-me em nome do Senhor, Deus do céu e Deus da terra, que não permitirás que Isaque se case com as mulheres de Canaã...
4 Prometa-me que irás à terra de meus parentes e trará de lá uma esposa à altura para meu filho.
5 Seu mordomo lhe disse: Pode ser que a moça que eu escolher não queira vir. Nesse caso, eu deveria levar vosso filho àquela terra?
6 Respondeu Abraão: Sabes que não quero que meu filho retorne para aquele lugar.
7 O Senhor, Deus dos céus, me tirou de lá, do meio de meus parentes e fez-me habitar aqui, jurando dar esta terra a mim e aos meus sucessores, ele enviará o seu Anjo... Que irá ajudá-lo a escolher a pessoa certa que há de vir contigo.
8 Porém, se a moça se negar a acompanhar-te, estarás livre desse juramento; mas não leve meu filho Isaque para lá.
9 Diante disso, o mordomo resolveu aceitar o desafio, colocou a mão debaixo da cocha de seu senhor e jurou-lhe fidelidade naquele negócio.
10 Como todos os bens de seu senhor estavam sob sua responsabilidade, tomou dez de seus camelos e levantando-se partiu para a Mesopotâmia, à cidade onde morava Naor, o irmão de Abraão.
11 Achou um poço de água perto daquela cidade e logo fez ajoelhar ali os camelos, bem na hora da tarde em que as donzelas costumavam sair para tirar água.
12 Ali ele fez esta oração: “Ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, dá-me hoje bom encontro e faz o bem ao meu senhor Abraão!
13 Eis que estou ao lado dessa fonte, muitas virgens virão aqui a buscar água.
14 Faça com que a moça que escolheste para o teu servo Isaque tenha a coragem não só de tirar água para eu beber, mas, que também se disponha a dar água aos camelos; nisso verei que fizeste o bem ao meu senhor.”
15 Estava ele ainda a falar quando veio Rebeca, filha de Betuel e neta de Milca e de Naor, o irmão de Abraão, ela trazia um cântaro em seu ombro.
16 A moça era muito linda e virgem, quando ela desceu à fonte, encheu o seu cântaro e subiu.
17 O mordomo de Abraão correu-lhe ao encontro e disse: Deixa-me beber um pouco dessa água.
18 Para sua surpresa, ela respondeu: Bebe, meu senhor. Dizendo isso, abaixou logo o cântaro dando-lhe de beber.
19 Em seguida ela acrescentou: Vou tirar água também, para os teus camelos...
20 Correu e esvaziou o cântaro na pia, voltou ao poço para tirar mais água, até que todos os camelos beberam.
21 O mordomo de Abraão observava-a admirado, não lhe dirigindo palavras, pois queria ter certeza de que o Senhor tinha atendido sua oração.
22 Depois que os camelos beberam ele deu de presente àquela donzela, um pendente de ouro de mais ou menos 8 gramas e duas pulseiras de aproximadamente 23 gramas, também de ouro.
23 Depois perguntou-lhe: De quem és filha? Existe a possibilidade de eu e os que estão comigo pernoitarmos na casa de vosso pai?
24 Disse ela: Sou filha de Betuel, que é filho de Milca e de Naor.
25 E prosseguiu: Temos a palha, o pasto para teus animais e as instalações de que precisam para passar a noite.
26 Nesse ponto, inclinou-se aquele homem, adorou ao Senhor.
27 E disse: Bendito seja o Senhor, Deus de meu senhor Abraão, que quis fazer-lhe o bem conforme a sua verdade; quanto a mim, agradeço-lhe por ter me guiado à parentela de meu senhor.
28 Apressou-se a moça a informar isso à sua mãe.
29 Rebeca tinha um irmão chamado Labão (Hb. Branco), que foi logo ao encontro daquele mordomo até à fonte.
30 Porque ele viu os presentes que este havia dado à sua irmã e ouviu-a comentar o que tinha acontecido à beira do poço... Veio Labão ao homem, que estava junto aos camelos ao lado da fonte.
31 E disse: Não fique parado aí fora, entra, “bendito do Senhor!” Eu já preparei a casa e o lugar para os camelos.
32 O mordomo de Abraão veio àquela casa e, deu-se palha e pasto para os animais dele, enquanto ele e os que com ele estavam lavaram os pés.
33 Em seguida serviram-lhes o jantar. Porém aquele homem disse: Não posso comer sem antes dizer o propósito de minha missão. Tomando à palavra, Labão lhe disse: Fala.
34 Continuou aquele mordomo e disse: Sou servo de Abraão.
35 Deus tem abençoado muito ao meu senhor, ele é um homem muito rico; possuidor de ovelhas, vacas, prata, ouro, servos, servas, camelos e jumentos.
36 O fato é que meu senhor é pai de um moço que sua esposa Sara lhe deu de forma milagrosa e este, que é o único herdeiro de tudo que Abraão possui.
37 Está solteiro e meu senhor Abraão me fez jurar que não permitirei que seu filho se case com uma moça cananéia...
38 Disse ainda que eu deveria buscar entre seus parentes uma esposa para seu filho.
39 Quando eu lhe disse: Pode ser que a moça que eu escolher não queira vir.
40 Ele me respondeu: O Senhor, em cuja presença tenho andado, mandará o seu Anjo para te guiar no caminho e te fará encontrar, entre os meus parentes, uma donzela para ser esposa de meu filho.
41 Mas se a família da moça não permitir que ela te acompanhe, então ficarás livre desse juramento.
42 Aconteceu que, ao chagar hoje junto à fonte eu fiz uma oração onde pedi a Deus que: “me desse uma prova de ele havia feito prosperar o meu caminho...
43 E disse ainda: Eis que estou ao lado dessa fonte, faça com que a moça que escolheste para o teu servo Isaque tenha a coragem não só de tirar água para eu beber...
44 Mas, que também se disponha a dar água aos camelos; seja a mulher que o Senhor designou para o filho de meu senhor.”
45 Eu ainda estava a falar quando vossa filha apareceu com um cântaro em seu ombro, desceu à fonte e quando tirou água, não somente deu-me de beber.
46 Deu-me de beber e depois disse-me: Vou dar água aos teus camelos também.
47 Somente depois foi que eu descobri que ela era parente de meu senhor Abraão, que é irmão de seu avô, então dei-lhe os presentes que trouxe para oferecer à futura noiva do filho de meu senhor.
48 Depois, inclinei-me e adorei e bendisse ao Senhor, Deus de meu senhor Abraão, por entender que ele havia me guiado no caminho certo, eu proponho vos que permitam-me levar vossa filha para se casar com o filho de meu senhor.
49 Agora não posso tomar nenhuma decisão antes de ouvir de vocês o sim ou o não.
50 A isso responderam Labão e Betuel: Vemos que este negócio procede do Senhor. Não temos como impedir.
51 Nós deixamos para Rebeca a decisão de ir contigo e ser a esposa do filho de teu senhor, como o Senhor tem dito.
52 Quando o mordomo de Abraão ouviu estas palavras, inclinou-se até à terra diante do Senhor.
53 Depois ele tirou os vasos de prata, de ouro e às vestes que havia trazido e deu deles presentes à moça, a seu irmão e à sua mãe.
54 Finalmente puderam jantar, saborear às bebidas que lhes foram servidas à mesa e pernoitaram ali. Na manhã seguinte o mordomo disse: Deixem-me ir ao meu senhor.
55 Visando acostumar com a idéia de entregar à moça sem saber quando iram vê-la novamente, disseram sua mãe e seu irmão: Fique a donzela pelo menos dez dias conosco e depois ela irá. Ao que o mordomo respondeu:
56 Sei que Deus tem abençoado-me nessa viagem, mas, não me façam parar aqui, porque eu não posso voltar ao meu senhor sem levar a moça.
57 Então eles disseram: Vamos deixar a donzela decidir isso.
58 Chamaram a Rebeca e perguntaram: Você tem coragem de viajar com este homem? Ela respondeu: Tenho.
59 Diante disso, eles despediram-se dela e ela se foi com aquele mordomo, levando consigo sua mãe de leite.
60 Antes que ela partisse eles a abençoaram com as seguintes palavras: “Irmã nossa, desejamos que sejas mãe de milhões de pessoas e que a tua semente venha a ser superior à de vossos aborrecedores!”
61 Depois dessa bênção, Rebeca e as criadas que estavam com ela, montaram nos camelos seguindo àquele mordomo. Foi assim que aquele homem conseguiu convencer a Rebeca a ir com ele.
62 Voltava Isaque do poço de Laai-Roi, perto de sua residência.
63 Era numa tarde e Isaque tinha saído para orar no campo, quando ele olhou, eis a comitiva de volta.
64 Quando Rebeca olhou e viu a Isaque logo desceu do camelo.
65 Em seguida ela perguntou ao mordomo: Quem é aquele homem que está vindo ao nosso encontro? E o mordomo lhe respondeu: É o meu senhor. Então ela cobriu-se com o véu conforme o costume da época.
66 Ao encontrá-lo, o servo contou a Isaque como a tinha escolhido.
67 Isaque tratou logo de leva-la para conhecer à tenda que fora de Sara (sua mãe), ele amou muito a Rebeca, que tornou-se sua esposa e o consolou por causa da perda recente de sua mãe.


GÊNESIS 25

1 Depois do casamento de seu filho Isaque, Abraão resolveu casar novamente; sua segunda esposa chamava-se: Quetura.
2 Desse segundo casamento ele gerou a Zinrã, a Jocsã, a Midiã, a Isbaque e a Suá.
3 Jocsã foi o pai de Seba e de Dedã, que foi pai de Assurim, de Letusim e de Leumim.
4 Midiã foi o pai de Efá, Efer, Enoque, Abida e Elda; são estes os filhos e netos de Quetura.
5 Abraão, já havia nomeado Isaque como seu único herdeiro.
6 Aos outros filhos que tivera com suas concubinas, Abraão deu vários presentes e os despediu para a região Leste.
7 Abraão alcançou à idade de cento e setenta e cinco anos.
8 Assim morreu Abraão, sadio, apesar da idade, sendo reunido a seus pais.
9 Seus filhos Ismael e Isaque o sepultaram na cova que ele havia comprado aos Heteus (onde estava Sara), perto de Manre.
10 Nesse campo, que Abraão havia comprado aos filhos de Hete, estão sepultados ele e sua esposa Sara.
11 Depois que Abraão morreu, Deus confirmou sua bênção a Isaque, que ainda estava morando perto do poço de Laai-Roi.
12 Quando ao outro filho de Abraão, Ismael, que tivera com a criada egípcia Agar...
13 Estes são seus descendentes: Seu primogênito foi Nebaiote, o segundo Quedar, o terceiro Abdeel, o quarto Mibsão.
14 O quinto Misma, o sexto Dumá, o sétimo Massá.
15 O oitavo Hadade, o nono Tema, o décimo Jetur, o décimo primeiro Nafis e o décimo segundo Quedemá.
16 Estes são os doze príncipes filhos de Ismael e seus nomes correspondem às suas cidades e a seus castelos, conforme suas famílias.
17 O tempo da vida de Ismael foi de cento e trinta e sete anos, então morreu, sendo reunido a seus pais.
18 Desde Havilá até Sur, que está defronte do Egito, seguindo na direção de Assur (diante da face de seus irmãos, conforme o Senhor havia dito a Agar), aí habitaram os descendentes de Ismael.
19 São estas as gerações de Isaque, o outro filho de Abraão: Na sua velhice, Abraão gerou a Isaque.
20 Aos quarenta anos, Isaque casou-se com Rebeca, filha de Betuel e irmã de Labão (arameus), de Padã-Arã.
21 Rebeca era estéril e por causa disso, Isaque orou insistentemente ao Senhor, que atendeu à oração dele e fez com que sua esposa pudesse ficar grávida.
22 Como havia um movimento muito grande dentro dela, ela resolveu perguntar a Deus o que era aquilo...
23 A resposta de Deus foi a seguinte: No teu ventre há duas nações, isto é, dois povos sairão de ti; um deles virá a ser mais forte que o outro e o maior será servo do menor.
24 Quando chegou o tempo de as crianças nascerem, realmente eram gêmeos.
25 O que saiu primeiro era ruivo e peludo, por isso, recebeu o nome de Esaú (Hb. Peludo).
26 Seu irmão saiu logo em seguida, agarrado ao seu pé, por isso, recebeu o nome de Jacó (Hb. Suplantador). A essa altura Isaque estava com sessenta anos.
27 Quando os meninos cresceram, Esaú tornou-se um excelente caçador, um homem do campo; Jacó fora um homem pacato e não gostava de sair da tenda.
28 Isaque tinha preferência por Esaú, que sempre o agradara com sua caça; Rebeca preferia o Jacó.
29 Ao voltar de uma caçada, Esaú desejou comer de um prato de “lentilhas” que Jacó acabara de preparar.
30 Fez-lhe o seguinte pedido: Dá-me um pouco desse guisado vermelho, pois eu estou cansado demais para esperar (Depois disso Esaú passou a ser chamado de Edom = Vermelho).
31 Mas Jacó lhe disse: Vende-me, hoje, o teu direito de primogenitura.
32 E Esaú lhe respondeu: Para quê me serviria a primogenitura, se estou a morrer de fome?
33 Jacó convenceu-o a jurar e ele jurou-lhe; assim, Esaú “vendeu” sua primogenitura a Jacó.
34 Então Jacó deu-lhe comida à vontade e ele comeu, bebeu e depois levantou-se e se foi. Dessa forma Esaú desprezou sua primogenitura.


GÊNESIS 26

1 Como aconteceu nos dias de Abraão, houve uma carestia naquela terra; por isso, Isaque foi a Abimeleque na terra dos filisteus, em Gerar.
2 Ele planejava ir para o Egito, mas o Senhor lhe disse numa visão: Não vá para o Egito, vá para a terra aonde eu te disser:
3 Peregrina nesta terra, só assim serei contigo e te abençoarei; porque todas estas terras serão dos teus descendentes, como jurei a Abraão, teu avô.
4 Teus descendentes serão multiplicados a ponto de ficar difícil enumerá-los e a eles darei todas estas terras. Em um de teus descendentes serão benditas todas as nações da terra.
5 Segue o exemplo de teu avô, que obedeceu à minha voz, guardou o meu mandamento, os meus preceitos, os meus juízos e às minhas leis.
6 E Isaque morou um bom tempo em Gerar.
7 Porém, quando os moradores daquele lugar fizeram-lhe perguntas sobre sua esposa, ele teve medo de ser assassinado (por causa da beleza dela) e disse: Ela é minha irmã.
8 Com o passar do tempo, Abimeleque, (Hb. Pai dum rei. Provavelmente um “título” dos reis dos filisteus...), viu que Isaque tratava à Rebeca com um carinho muito especial...
9 Chamou-o e lhe disse: Por quê você mentiu para mim? Na verdade ela é tua esposa. Como disseste que era tua irmã? Tive medo de que alguém me matasse por sua causa.
10 Já pensou no que poderia nos acontecer se alguém deste povo a tivesse tomado para ser sua esposa? Você seria responsável por isso!
11 Então Abimeleque expediu à seguinte ordem: Quem ofender de alguma maneira a este homem ou à esposa dele será condenado à morte!
12 Naquele ano Isaque semeou à sua terra e o Senhor fez com que ele tivesse uma colheita tão abundante que cada semente atingiu cem vezes mais.
13 Isaque prosperou muito naquele país, tornando-se cada vez mais rico.
14 Ele possuiu muitas ovelhas, vacas e muitos empregados, de maneira que os filisteus passaram a ter inveja dele.
15 Para implicá-lo, os filisteus começaram a entulhar todos os poços de água que seu pai, Abraão, havia deixado como parte de sua herança.
16 Quando percebeu que Isaque tinha (em tudo), se tornado mais forte que seu povo, Abimeleque exigiu sua deportação.
17 Então Isaque saiu daquela região e foi morar no vale de Gerar.
18 Todos os poço que Abraão havia cavado ali e que, os filisteus haviam entulhado depois que esse morrera, Isaque mandou cavar novamente, conservando os nomes dados por seu pai.
19 Enquanto cavavam os poços, os servos de Isaque acharam, em lençóis freáticos profundos, uma fonte de águas inesgotáveis.
20 Então os pastores de Gerar cresceram os olhos e começar a lutar pela posse da água. Eles diziam a Isaque: Essa á é nossa. Por causa daquela discussão, Isaque deu àquele poço o nome de “Eseque” (Hb. Contenda).
21 O “pacífico” Isaque, mandou cavar outro poço e também houve demanda por esse poço. Isaque deu àquele poço o nome de “Sitna” (Hb. Inimizade).
22 Ele saiu dali e ao chegar em outra região mandou cavar outro poço. Por esse não houve demanda. Isaque deu àquele poço o nome de “Reobote” (Hb. Alargamento). E disse: Porque agora o Senhor nos deu motivos para alegramo-nos e sabermos que podemos fixar moradia e prosperar aqui.
23 Pouco depois, ele voltou para Berseba.
24 Na mesma noite em que chegou lá, o Senhor apareceu para ele e lhe disse: Eu sou o Deus de teu pai Abraão. Não tenha medo, pois eu estou ao teu lado; vou abençoar e multiplicar os teus descendentes, por causa do grande amor que tenho por meu servo Abraão.
25 Nesse mesmo lugar Isaque edificou um altar e invocou nele o nome do Senhor. Só depois ele armou ali sua tenda e cavou outro poço.
26 Preocupados, Abimeleque (rei de Gerar), juntamente com seu amigo Ausate e Ficol (seu general), vieram até Isaque.
27 Que lhes disse: O que vocês querem aqui, se já provaram que não são meus amigos e até me deportaram?
28 Então eles disseram: Temos notado que o Senhor está com contigo; por isso... Queremos propor um trato contigo. Vamos fazer um juramento.
29 Jure que não nos fará mal, pois, não maltratamos a ti. Ao contrário. Te fizemos bem, quando permitimo-te sair em paz de nosso país.
30 Isaque deu-lhes uma festa, dando-lhes comida e bebida à vontade.
31 Na madrugada seguinte, pois eles pernoitaram ali, confirmaram àquele juramento. Então Isaque os despediu em paz.
32 No mesmo dia os servos de Isaque trouxeram-lhe essa notícia: Cavamos um poço e achamos ali muita água.
33 Isaque deu àquele poço o nome de “Seba” (Hb. Juramento). Foi à partir daí que aquela cidade (próxima ao poço) passou a ser chamada de “Berseba” (Hb. Poço de juramento).
34 Quando Esaú (o primeiro dos gêmeos filhos de Isaque), estava com quarenta anos de idade, casou-se com Judite, filha de um heteu chamado Beeri e teve como segunda esposa a Ada (Basemate), filha de Elom, também heteu.
35 Como noras, elas foram um fracasso. Só causaram desgosto para Isaque e para Rebeca.

GÊNESIS 27

1 Quando Isaque ficou velho e perdeu completamente à visão, chamou Esaú (seu filho preferido), e disse-lhe: Meu filho! Estou aqui papai! Disse Esaú.
2 Eu estou muito velho e posso morrer a qualquer momento.
3 Agora, pegue suas armas de caçar e vá procurar uma caça para mim.
4 E faça um refogado bem gostoso e depois que eu comê-lo vou dar a você a bênção da primogenitura antes de eu morrer.
5 Rebeca ouviu àquela conversa entre eles e, logo que Esaú saiu à procura da caça pedida por Isaque.
6 Então ela chamou a Jacó e lhe disse: Eu ouvi esta conversa entre teu pai e teu irmão:
7 Vá buscar-me uma caça e faça-me um refogado bem gostoso para eu coma e depois te abençoe diante da face do Senhor antes que morra.
8 Portanto, meu filho, faça o que eu vou te mandar.
9 Corra até o rebanho e faça vir de lá dois bons cabritos e eu prepararei deles um refogado como teu pai gosta.
10 Então você leva-o a teu pai e depois que ele comê-lo, sua bênção virá sobre ti, antes que ele morra.
11 Respondeu Jacó à sua mãe: Eu sou muito diferente de Esaú; ele é peludo e eu não tenho pêlo algum.
12 É lógico que meu pai irá apalpar-me e, quando descobrir que estou tentando enganá-lo, me dará uma maldição e não uma bênção.
13 Que essa maldição caia sobre mim. Disse-lhe Rebeca. Apenas faça o que eu estou mandando.
14 Assim, Jacó saiu e logo trouxe-lhe tudo que ela pediu, apressou-se ela e fez deles um saboroso refogado para Isaque.
15 Para enganar a seu marido, Rebeca escolheu às melhores vestes de Esaú e vestiu com elas a Jacó...
16 Usou à pele dos cabritos para cobrir a lisura das mãos o do pescoço de Jacó.
17 Então ela entregou o refogado saboroso e o pão que estava preparado a Jacó.
18 Chegando-se ele a seu pai disse-lhe: Meu pai! Sim meu filho. Disse o velho. E acrescentou: És Esaú ou Jacó?
19 Então ele, mentindo-lhe, disse: Eu sou Esaú, teu primogênito. Acabo de fazer o que o senhor pediu-me. Sai dessa cama, coma essa saborosa refeição e depois me dê à tua bênção.
20 Você voltou muito rápido, filho meu. Disse Isaque. A isso, Jacó respondeu: O Senhor, teu Deus, mandou à caça ao meu encontro.
21 Disse-lhe Isaque: Deixe-me apalpar-te e saberei se és meu filho Esaú ou não.
22 Quando ele chegou perto, seu pai o apalpou e disse: A voz está mais parecida com a de Jacó, porém, estas mãos são de Esaú.
23 Foi assim que Jacó conseguiu enganar seu pai, suas mãos peludas como as de Esaú, fez que o velho o confundisse com seu irmão e o abençoou.
24 Quando perguntou: És tu meu filho Esaú? Jacó lhe respondeu: Eu sou.
25 Com isso, Isaque disse: Traga o refogado para perto de mim e depois que eu comê-lo darei a bênção a você. E Jacó o trouxe e ele comeu, também lhe trouxe vinho e ele bebeu.
26 Depois, disse Isaque a Jacó: Venha me dar um beijo, meu filho.
27 Quando Jacó beijou-o, sentiu o cheiro de Esaú, que estava em sua roupa, então proferiu-lhe à sua bênção, dizendo: Meu filho tem o cheiro do campo que foi abençoado pelo Senhor.
28 Que Deus dê a este meu filho do orvalho dos céus e das gorduras da terra, em forma abundância de mantimento e vinho.
29 Que nações inteiras curvem-se diante dele e o sirvam, que ele seja o líder dos seus parentes, curvem-se perante ele, mesmo que sejam filhos de sua mãe; sejam malditos os que o amaldiçoarem e benditos os que o abençoarem.
30 Logo que Isaque deu sua bênção a Jacó, que saiu rapidamente de diante dele, chegou Esaú, seu irmão, trazendo consigo à caça.
31 Preparou o refogado saboroso, trouxe-o a seu pai e lhe disse: Levanta-te meu pai, come da caça de teu filho preferido e depois me dê à tua bênção.
32 Disse Isaque: Quem é você? Ao que ele respondeu: Sou teu filho Esaú. O teu primogênito.
33 Isaque estremeceu, com um estremecimento muito grande e disse: Quem trouxe-me àquela caça que acabei de saborear? Porque antes de você chegar, alguém trouxe-me o refogado, que eu já comi e depois dei-lhe a bênção, que não posso retirar-lhe.
34 Ao ouvir isso, Esaú, que um dia tinha trocado seu direito de filho mais velho por um “refogado”; em tom de amargura e com voz alterada a seu pai e disse: Dê-me uma bênção também, papai!
35 Mas Isaque lhe disse: A bênção já está com teu irmão, que usando de sua esperteza a tomou.
36 Não é à toa que ele se chama Jacó! É por isso que ele já me enganou duas vezes, levando primeiro minha primogenitura e agora minha bênção. Disse Esaú. E acrescentou: O senhor não reservou uma bênção para mim?
37 É tarde, filho meu, pois já te coloquei como subordinado a teu irmão, dei-lhe por servos todos os seus familiares e desejei que ele possua muito trigo e muito vinho, que mais posso eu dar a ti?
38 Me dê pelo menos uma bênção, papai! Exclamou Esaú. Abençoa também a mim, meu pai. Disse isso em prantos.
39 Seu pai respondeu-o com as seguintes palavras: Você terá falta das gorduras da terra e do orvalho dos céus.
40 Terás que usar à tua espada para conseguir sobreviver e serás servo de teu irmão. Estarás, por muito tempo, preso a ele, como se tivesse uma canga pendurada ao pescoço.
41 Por causa disso Esaú ficou de mal com Jacó e prometeu a si mesmo que o mataria, logo após à morte de seu pai.
42 Rebeca ficou sabendo dessa “decisão” de Esaú, então chamou a Jacó e lhe disse: Pode parecer que Esaú, está consolado a teu respeito, mas, eu descobri que ele planeja matar-te logo após à morte de vosso pai.
43 Por isso, meu filho, faça o que vou dizer-te: Vá até o lugar onde mora meu irmão (Labão), em Harã.
44 Fique por lá, até que teu irmão acalme-se.
45 Quando ele não mais estiver irado contigo e “esquecer” o que você fez, então, darei um jeito de te avisar, para que voltes de lá. Eu não suportaria perder dois filhos num só dia!
46 Rebeca foi até Isaque e lhe disse: Sabes que essas filhas dos heteus (dentre as quais Esaú arranjou sua esposa), não me agradam e que, se Jacó tomar uma delas para ser sua esposa, minha vida perderá o sentido.


GÊNESIS 28

1 Entendendo o que ela queria dizer, Isaque mandou chamar a Jacó, abençoou-o novamente e deu-lhe à seguinte ordem: Não arranje uma esposa cananéia.
2 Vá à terra de Padã-Arã, à procura da família de Betuel teu avô e procure uma esposa entre as filhas de Labão, irmão de tua mãe.
3 Que o Deus Todo-Poderoso te abençoe e faça de ti um grande povo! Que os teus descendentes venham a ser uma grande multidão!
4 Que Deus dê a você e aos teus sucessores a bênção que prometeu desde o tempo de meu pai (Abraão), a quem o Senhor prometeu dar a terra onde um dia foi peregrino.
5 Jacó obedeceu à ordem de seu pai Isaque e se foi para Padã-Arã à procura da família de Labão, o arameu (filho de Betuel que era irmão de sua mãe).
6 Quando Esaú descobriu que seu pai abençoara a Jacó e que o enviara à sua parentela, em Padã-Arã, para escolher dali uma esposa e, que ainda disse-lhe: Não arranje uma esposa cananéia;
7 E quando soube que Jacó obedeceu a seu pai e à sua mãe em tudo, indo a Padã-Arã.
8 Vendo ele o quando as moças da terra de Canaã eram más no ponto de vista de Isaque, seu pai,
9 Esaú foi até onde moravam a família de Ismael e trouxe dali, para ser sua esposa, além das que já possuía, a Maalate, filha do próprio Ismael, que também fora pai de Nebaiote.
10 Eis o que aconteceu a Jacó durante sua viagem de Berseba para Harã:
11 À noite, ele escolheu um lugar para descansar, arranjou uma pedra, que colocou como travesseiro e deitou-se ali.
12 Teve um sonho: Nesse sonho ele viu uma escada que ligava o céu à terra e viu ele que os anjos de Deus subiam e desciam por essa escada.
13 Por cima daquela escada ele viu o Senhor, que disse-lhe: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu avô, o Deus de Isaque. Prometo-te que darei esta terra onde estás deitado a você e aos teus sucessores.
14 Seria fácil contar os teus descendentes, se fosse fácil contar o pó da terra; haverá parentes seus nos quatro pontos cardeais e, em um deles todas famílias da terra serão benditas.
15 Eu vou guardar você (pessoalmente) por onde quer andar e farei com que voltes a esta terra, tenho um plano e você fará parte dele.
16 Ao acordar, Jacó disse: Na verdade o Senhor está neste lugar e eu não o sabia.
17 Depois, com muita reverência, ele acrescentou: Que lugar terrível! Este lugar só pode ser a casa de Deus, pois aqui vi uma escada que representa a porta dos céus.
18 Levantou-se Jacó na madrugada seguinte e resolveu por um marco naquele lugar; então tomou a mesma pedra que servira-lhe de travesseiro, colocou-a ali e a ungiu com azeite.
19 Então ele deu ao local o nome de Betel (Hb. Casa de Deus); antes, a cidade mais próxima dali chamava-se Luz.
20 Ali Jacó fez o seguinte voto: Se Deus for comigo e me proteger durante esta viagem, se ele não deixar que passe fome e não deixar que me falte roupa para vestir...
21 Se eu tiver a chance de voltar em paz à casa de meu pai, o Senhor será meu único Deus.
22 Quanto a esta pedra (que hoje me serviu de travesseiro), deixarei aqui por coluna, marcando o local onde será a casa de Deus e, de tudo que o Senhor me der eu prometo devolver-lhe o dízimo.


GÊNESIS 29

1 Em seguida Jacó continuou sua viagem, rumo ao leste.
2 De repente, ele viu um poço no campo e havia, em torno daquele poço, três rebanhos de ovelhas; era o único poço para onde todos os rebanhos da região iam a beber água. O poço estava fechado com uma grande pedra.
3 Essa pedra só poderia ser removida quando todos os rebanhos chegassem (devido o seu grande peso), depois que os rebanhos bebiam seus pastores tornavam a colocá-la ali.
4 Sem saber disso, Jacó disse aos pastores daqueles três rebanhos: Meus irmãos, de onde são vocês? Somos de Harã. Responderam.
5 Vocês conhecem ali um homem chamado Labão, filho de Naor? Sim. Nós o conhecemos.
6 Está tudo bem com ele? Disse-lhes Jacó. Está sim. E acrescentaram: Eis que esta moça que vem chegando com um rebanho de ovelhas é sua filha Raquel.
7 Então Jacó lhes disse: Eu sei que está muito cedo para reunir todos os animais à beira do poço, por que vocês não dão de beber às ovelhas que estão aqui? Depois, vocês continuam o vosso trabalho.
8 Aqueles pastores disseram a ele: Temos que esperar até todos os rebanhos cheguem, então aproveitamos os pastores para remover à pedra (que é muito pesada) de sobre a boca da cisterna para que as ovelhas possam beber.
9 Nisso chegou Raquel, trazendo consigo às ovelhas de seu pai, pois ela era pastora.
10 Quando Jacó viu a Raquel (filha de Labão, que era irmão de Rebeca) e ao ver à grande quantidade de ovelhas que Labão possuía, chegou-se para perto daquele poço e removeu de sobre ele àquela pedra (sozinho), dando de beber ao rebanho de Labão, seu tio.
11 Em seguida, depois que foram formalmente apresentados, Jacó beijou a Raquel e emocionou-se, a ponto de chorar.
12 Ele contou-lhe que era filho Rebeca, irmã de seu pai. Então ela foi correndo contar isso a Labão.
13 Quando Labão ficou sabendo que Jacó era filho de sua irmã, foi correndo ao seu encontro, abraçou-o, deu-lhe o tradicional beijo e levou-o à sua casa. Jacó contou-lhe tudo que havia acontecido durante sua viagem.
14 Ao ouvir a história de Jacó, Labão ficou impressionado e disse-lhe: Realmente, você é meu parente! E Jacó ficou trabalhando com ele durante todo aquele mês.
15 Depois, Labão lhe disse: Você não precisa trabalhar de graça só porque é meu parente! Vamos estipular o valor de teu salário.
16 Como Jacó estava enamorado de uma de suas filhas (porque Labão era pai de Léia e de Raquel).
17 Léia era meio pálida de semblante, mas Raquel era linda, tanto de rosto como de porte.
18 Como não conseguia mais esconder o amor que sentia por Raquel, Jacó não pensou duas vezes para dizer: Eu vou trabalhar sete anos para você sem cobrar salário, apenas peço-te que deixe-me casar com tua filha menor.
19 Disse Labão: Se é este o teu “preço”, pode ficar trabalhando comigo, pois, é melhor que minha filha se case com você (que meu parente), do que com um estranho.
20 O amor de Jacó por Raquel era tão grande que aqueles sete anos de trabalho, pareceram-lhe poucos dias.
21 Terminados os sete anos, Jacó disse a Labão: Agora eu quero casar-me com tua filha, pois, para isso eu trabalhei.
22 Para selar o acordo, Labão convidou seus amigos e deu uma grande festa.
23 Ao anoitecer, Labão trouxe-lhe Léia (sua filha mais velha) e, não percebendo-o Jacó, deitou-se com ela.
24 Labão tinha uma empregada por nome de Zilpa, que passou a ser empregada de Léia.
25 Na manhã do dia seguinte, ao descobrir que fora enganado, Jacó ficou muito nervoso e disse ao sogro: Por que você fez isso comigo? Eu trabalhei para casar-me com Raquel, não com a Léia!
26 Então Labão deu a ele a seguinte resposta: Temos um costume, aqui, de não permitir que a filha caçula se case antes da mais velha.
27 Depois que passar uma semana, você poderá tomar, também, à Raquel para ser sua segunda esposa; desde que me sirva por mais sete anos.
28 Jacó esperou até passar àquela “semana” e finalmente pôde casar-se com Raquel.
29 Labão tinha outra empregada, por nome de Bila, que passou a ser empregada de Raquel.
30 Depois que casou-se, também com Raquel, logo Jacó deixou claro que era a ela e não a Léia, que ele realmente amava; pois ele topou, sem problemas, trabalhar mais sete anos por ela.
31 Vendo o Senhor, o sofrimento de Léia, a fez fecunda e logo ela pôde ficar grávida, mas Raquel era estéril.
32 O primeiro filho que Léia deu a Jacó foi Rúben (Hb. Eis um filho). Quando ele nasceu, ela disse: O Senhor viu à minha aflição e deu-me a chance de reconquistar meu marido.
33 O segundo filho que Léia deu a Jacó foi Simeão (Hb. Ouvido). Quando ele nasceu, ela disse: O Senhor viu que continuo aborrecida e, ouvindo à minhas preces, deu-me este filho.
34 Quando nasceu seu terceiro filho, a quem deu o nome de Levi (Hb. Junto), ela disse: Talvez eu volte a ser a primeira esposa, pois já dei três filhos a meu marido.
35 O quarto filho que Léia deu a Jacó foi Judá (Hb. Louvor). Quando ele nasceu, ela disse: Este pode ser o meu último filho, mas eu quero louvar ao Senhor por causa ele.


GÊNESIS 30

1 Quando Raquel descobriu que era estéril, ficou com muita inveja de sua irmã e vejam só o que ela disse a Jacó: Se você não me der filhos eu quero morrer!
2 Seu marido ficou muito nervoso e disse-lhe: Você pensa que eu sou Deus? É somente Deus quem pode decidir se terás filhos ou não!
3 Tive uma idéia. Disse ela. Deita-te com Bila, minha serva e os filhos que nascerem dela, serão meus…
4 Então a sua serva, Bila, passou a ser a terceira esposa de Jacó.
5 Logo ela ficou grávida e deu um filho a Jacó.
6 Então disse Raquel: Deus viu o meu sofrimento, julgou à minha causa e deu-me este filho; então ela chamou-o de Dã (Hb. Juiz).
7 Pouco depois, Bila deu-lhes outro filho…
8 Desta vez Raquel disse: O Senhor tem me dado coragem para enfrentar essa “luta” com minha irmã e tenho levado vantagens; por isso o chamou de Naftali (Hb. Lutando).
9 Porque não engravidava a muito tempo e, vendo que sua irmã logo teria tantos filhos quanto ela; Léia resolveu dar sua serva Zilpa para ser a quarta esposa de Jacó.
10 Zilpa, a serva de Léia, logo deu um a Jacó um filho.
11 Disse Léia: Agora eu posso concorrer com minha irmã. Então deu ao “filho” o nome de Gade (Hb. Vem uma fortuna).
12 Algum tempo depois, Zilpa (a serva de Léia), deu a Jacó outro filho.
13 Disse Léia: Agora, todas as outras mulheres dirão que sou uma mulher feliz e deu ao seu “filho” o nome de Aser (Hb. Feliz).
14 Um dia o filho mais velho de Jacó, Rúben, foi ao campo e achou ali umas mandrágoras e trouxe-as para Léia, sua mãe, vendo-as Raquel, disse à sua irmã: Dá-me dessas mandrágoras.
15 E Léia respondeu-lhe: Por tua causa meu marido não me quer mais! Por que eu te daria os frutos que meu filho me trouxe de tão longe? Eu deixo ele ficar com você esta noite, se tu me deres dessas mandrágoras. Disse Raquel.
16 Ao chegar Jacó do trabalho, à tarde, Léia saiu-lhe ao encontro e disse-lhe: Eu te aluguei, para deitar-te comigo esta noite… Então ficou com ela aquela noite.
17 Quando Deus viu a humilhação a que ela se submeteu (para deitar-se com seu próprio esposo), resolveu dar-lhe um quinto filho.
18 Então disse ela: Deus recompensou-me. Mesmo que dei minha serva por esposa de meu marido… E chamou-o de Issacar (Hb. Galardão).
19 Depois ela ainda deu a Jacó um sexto filho…
20 Léia disse: Este filho é minha maior dádiva… Esperando poder aproximar-se mais de seu marido, por ter dado-lhe mais esse filho, chamou-o de Zebulom (Hb. Morada).
21 Depois ela ainda teve uma filha, a quem chamou Diná (Hb. Julgada).
22 Sabendo que Raquel orava (para que se lhe abrisse à madre), o Senhor, Deus, resolveu atendê-la…
23 Ela ficou grávida e, dando a Jacó um filho. Disse: Deus tirou de mim o motivo de minha vergonha.
24 Raquel disse: Tomara que Deus ainda me dê outro filho! E deu ao menino o nome de José (Hb. Jeová acrescenta).
25 Pouco depois que José nasceu, Jacó disse a Labão, seu sogro: Eu quero voltar para a minha terra.
26 Deixe-me ir, com meus filhos e minhas esposas, pelas quais trabalhei para ti todos esses anos. Sabes que tenho cumprido minha parte em nosso trato.
27 Labão insistiu para que ele ficasse, dizendo-lhe: Por causa de ti o Senhor tem me abençoado… Se achas que mereço um voto de confiança, fica em nossa terra.
28 E acrescentou: Vamos estipular um bom salário e te pagarei, enquanto quiseres servir-me.
29 Decidido, Jacó respondeu-lhe: Sabes como tenho cuidado (bem) de teus rebanhos…
30 O teu rebanho era pequeno, antes de eu chegar aqui, hoje é uma multidão. Por meu trabalho, o Senhor tem abençoado a você. Chegou o momento de cuidar apenas de minha própria família…
31 Como Jacó resolveu ficar algum tempo ali, disse-lhe Labão: Que hei de dar-te? Nada me darás… Disse Jacó. E propôs-lhe um acordo:
32 Vou inspecionar, à partir de hoje, todo o rebanho e separarei dos cordeiros os salpicados, os malhados e os de cor escura; também os malhados e os salpicados de entre as cabras e isto será o meu salário.
33 Só assim haverá “justiça” a meu favor… Um dia verás que meu esforço será recompensado. Se vires entre meu rebanho algum cordeiro ou cabra sem esses caracteres, poderás tratar-me como um ladrão.
34 Então disse Labão: “Se isto acontecer…” faremos conforme à tua palavra.
35 Então Jacó separou, naquele mesmo dia, tudo que foi combinado com seu sogro… e os deu nas mãos de seus filhos.
36 Separou-se deles, caminho de três dias e continuou a apascentar o “resto” do rebanho de seu sogro.
37 Jacó teve à seguinte idéia: Tomou varas verdes de álamo, de aveleira e de castanheiro, descascou nelas listas brancas para deixar sua brancura aparente.
38 Colocou essas varas em frente às pias, onde os rebanhos iam beber, esperando que: “…Se eles concebessem ali…”
39 Então as ovelhas dariam crias listradas, salpicadas e malhadas.
40 Então Jacó pôs à parte àqueles que passaram a pertencer-lhe… separando-os do rebanho de Labão.
41 Quando as ovelhas fortes vinham à fonte, ele colocava àquelas varas diante delas. Como se adiantasse elas conceberem diante daquelas varas!
42 Assim, as “fracas” pertenceriam a Labão e as fortes a ele…
43 Logo Jacó começou a enriquecer… Teve grandes rebanhos, incluindo camelos e jumentos e também veio a ter muitos empregados de ambos os sexos.


GÊNESIS 31

1 Não demorou para que os filhos de Labão começassem a censurar à atitude de Jacó… Na verdade ele os ouviu fazendo o seguinte comentário: Jacó está enriquecendo às custas de nosso pai…
2 Além disso, Jacó percebeu que seu sogro já não o tratava com a mesma cordialidade de outrora.
3 Diante disso, o Senhor disse a Jacó: Já é tempo de você voltar à tua terra, a tua parentela. Não fique com medo! Eu estou ao teu lado.
4 Jacó convidou a Raquel (que na época era sua primeira esposa) e também a Léia, ao campo, onde mostrou-lhes como o Senhor havia feito prosperar o seu rebanho.
5 Ali ele disse às duas o seguinte: Estou vendo que vosso pai está muito diferente comigo; entretanto, o Deus de meus antepassados (Abraão e Isaque) falou comigo.
6 Sabeis que tenho feito o melhor que posso para ser útil no seu serviço.
7 Porém, ele já enganou-me e não menos que dez vezes mudou o meu salário. Só não sofri dano, porque o Senhor, meu Deus, livrou-me de que me fizesse mal.
8 Combinamos que os salpicados seriam meu salário; então todo o rebanho passou a conceber salpicados. Quando ele me disse: Os listrados serão teus; todo o rebanho passou a conceber listrados…
9 Foi o Senhor, Deus, quem “tirou” de vosso pai o seu gado e nos deu.
10 Fazendo eu o acompanhamento do rebanho, observei que os bodes listrados, salpicados e malhados eram maioria entre os seus reprodutores.
11 Nessa época (em um sonho), o Anjo do Senhor chamou-me pelo nome e eu lhe respondi: Estou à sua disposição Senhor!
12 Fique observando, disse ele; então você verá que os bodes listrados, salpicados e malhados são maioria entre os reprodutores. Fiz isto para compensar os males que Labão te fez.
13 Eu sou o mesmo Deus que te apareceu em Betel, onde erigiste um monumento e fizeste-me um voto; já é tempo de você iniciar o cumprimento desse voto e isso implica na tua volta à tua parentela.
14 Nesse instante Raquel e Léia disseram a ele: Não resta, para nós, nenhuma herança com nosso pai.
15 Vemos que ele está nos tratando como se fôssemos estranhas… Não foi por acaso que ele nos “vendeu” a você e nem ao menos pagou-nos parte do nosso preço!
16 Na verdade, pertence a nós e a nossos filhos, toda a riqueza que Deus permitiu que se tirasse de nosso pai. Portanto, se o Senhor te disse que devemos sair daqui, estamos prontas para isso.
17 Sem perda de tempo, Jacó reuniu seus filhos e suas mulheres e os pôs em seus camelos para viajarem.
18 Como seu rebanho e todas as riquezas, que com muito “esforço” adquirira em Padã-Arã, estavam separados daquilo que pertencia a seu sogro, tomou o que era seu e saiu a caminho do lugar morara Isaque seu pai, na terra de Canaã.
19 Pouco antes que fossem embora, quando Labão saiu para tosquiar suas ovelhas, sua filha Raquel, furtou uns ídolos domésticos que ele possuía, pensando que eram “deuses…”
20 Sem revelar ao sogro o que fazia, Jacó foi embora dali.
21 Na verdade ele fugiu, levando consigo tudo que possuía; saiu daquele lugar e dirigiu-se rumo a Gileade, indo até o outro lado do Eufrates.
22 Só depois de três dias Labão ficou sabendo que seu genro havia fugido.
23 Então (insatisfeito com a atitude de Jacó), Labão reuniu os homens, que faziam parte de um “exército particular” mantido por ele e saíram atrás de Jacó. Alcançaram-no numa Montanha em Gileade, depois de sete dias de busca.
24 Mas, na noite anterior ao dia em que alcançaram-no, Labão teve um “sonho” no qual Deus falou-lhe: Cuidado com o que estás pretendendo fazer a Jacó!
25 Estando Jacó com uma tenda montada numa das Montanhas de Gileade, Labão o alcançou ali e acampou-se, com seus “soldados…”, bem perto do local onde ele estava.
26 Quando encontraram-se, Labão disse a Jacó: Não estou satisfeito com a tua atitude, pois, além de fugir de diante de mim, também trouxeste minhas filhas como se elas fossem prisioneiras de guerra!
27 Você devia ter avisado-me de que iria partir. Por que saístes às escondidas, não dando-me a chance de despedi-los depois de reunir os cantores e músicos e dar-vos uma grande festa?
28 Você negou-me o direito de beijar os meus netos e às minhas filhas! Admiro-me que alguém, em seu juízo perfeito, tenha feito isso!
29 E acrescentou: Eu tenho poder para fazer-te o mal, porém, o Deus a quem vossos pais (Abraão e Isaque) serviram, me advertiu ontem à noite dizendo-me: Tenha cuidado até com as palavras que pretende dizer a Jacó!
30 É natural que tenhas saudades de tua parentela e que queiras voltar… Entretanto, responda-me à seguinte pergunta: Por que furtastes os meus deuses?
31 Pensando que isso fosse um plano de Labão para levar de volta suas filhas, Jacó respondeu-lhe:
32 A pessoa com quem acharem os teus deuses deverá ser condenado à morte! Aproveite o momento, dizia Jacó, para verificar entre os meus móveis, tudo que é teu (se eu o trouxe) e leva o de volta, perante os olhares de todas essas testemunhas presentes. Ele não sabia que sua esposa Raquel tinha furtado os ídolos.
33 Então Labão começou às buscas; primeiro pela tenda de Jacó, depois, pela de Léia, continuou pelas tendas das servas de suas filhas e nada encontrou; então dirigiu-se à tenda de Raquel.
34 Raquel havia escondido os ídolos debaixo da sela de um camelo e estava sentada sobre eles; então, enquanto seu pai procurava em sua tenda, nada encontrando ali…
35 Desculpou-se ela pelo fato de não poder levantar-se ante sua presença, dizendo que estava mestruada. Com isso, ele procurou-os até se cansar, mas, não achou nada.
36 Terminada à busca e, não achando Labão o que procurara, Jacó (não sabendo que Raquel havia roubado os ídolos), ficou muito nervoso com seu sogro e disse-lhe: A qual dos teus “mandamentos” eu quebrei? Que pecado cometi contra ti e, por que estás a perseguir-me tão furioso?
37 Você acabou de apalpar todos os meus móveis, há entre eles algo que pertence a ti? Coloque o objeto aqui, perante essas testemunhas e eles farão o julgamento entre nós!
38 E continuou: Trabalhei para ti durante vinte anos; entre tuas ovelhas e cabras não existia sequer aborto (pois eu cuidava pessoalmente delas), fazendo inclusive questão de evitar comer os carneiros do teu rebanho…
39 Quando um animal feroz despedaçava a um deles, eu o pagava; se fossem furtados, durante o dia e/ou à noite, você o descontava em meu salário…
40 Suportei ao calor do dia e à geada à noite e por causa de teu rebanho perdi noites inteiras de sono.
41 Foram vinte anos morando em tua casa, quatorze deles trabalhei para “comprar” tuas duas filhas e seis para “herdar” parte do teu rebanho; você quis enganar-me, mudando meu salário por dez vezes.
42 Se o Deus a quem Isaque, meu pai e Abraão (meu avô), serviram, a quem meu pai ensinou-me a temer, não fora comigo, certamente eu sairia agora de mãos vazias. O Senhor viu à minha aflição e o meu esforço para fazer à coisa certa, por isso ele te repreendeu ontem à noite.
43 Diante dessas palavras, Labão respondeu-lhe: Não te esqueças de que, tuas esposas são minhas filhas e teus filhos são meus netos, teu rebanho fora meu e tudo que hoje te pertence, me pertenceu… Que mal eu poderia fazer às minhas próprias filhas e aos filhos que elas têm?
44 Portanto, vamos fazer um tratado de paz, selando um acordo entre o meu povo e o teu povo.
45 Dito isto, Jacó tomou logo uma pedra e a colocou como um monumento naquele lugar.
46 Depois ele disse aos seus homens: Ajuntem mais pedras. Obedecendo à sua ordem, eles fizeram ali um montão de pedras, comemorando àquele tratado, comendo e bebendo sobre elas.
47 Labão “batizou” o local pelo nome de Jegar-Saaduta (que em aramaico/língua dele, significa: O montão de testemunho); concordando com ele, Jacó deu ao mesmo local o nome de Galeede (que em hebraico/língua de Jacó, tem o mesmo significado).
48 Na ocasião, Labão disse: Que este montão (erguido hoje para “testemunhar” este acontecimento), sirva para lembrança futura de que fizemos um tratado de paz…
49 Atribuíram, também, àquele local, o nome de Mispa (Hb. Torre de vigia), depois de concordarem que, o Senhor levaria em conta o trato deles, mesmo enquanto estivessem distantes um do outro.
50 Não maltrate minhas filhas, nem arranje outras esposas para ti, aconselhou-lhe Labão; porque, mesmo quando não houver ninguém por perto, o Senhor não haverá de deixar que esqueçamos o nosso acordo.
51 Este montão e esta coluna que agora existe, funcionará como se fosse um limite entre nós. Disse Labão.
52 Este montão e esta coluna serão uma espécie de “testemunhas” de que não ultrapassaremos esses limites para fazer o mal um ao outro.
53 E que o Deus de Abraão (teu avô) e de Naor, a quem Isaque, teu pai, serviu, faça o julgamento entre nós. Então Jacó jurou pelo temor de seu pai Isaque.
54 Jacó ofereceu ao Senhor um holocausto naquela Montanha e depois convidou os que estavam com ele para um “jantar…” passaram a noite reunidos ali.
55 Na madrugada seguinte Labão beijou os seus netos e às suas filhas, abençoou-os e regressou para a sua terra, em Padã-Arã.


GÊNESIS 32

1 Jacó prosseguiu o seu caminho e os anjos de Deus estiveram com ele…
2 Quando viu os anjos, Jacó disse: Estes são os exércitos de Deus. Vendo, Jacó, que eles estavam de seu lado, deu àquele lugar o nome de Maanaim (Hb. Dois exércitos ou dois bandos).
3 Como estavam chegando perto do seu “destino” e, preocupado com a reação de Esaú, Jacó enviou emissários à terra de Seir (propriedade de seu irmão, Esaú), em Edom.
4 Deu-lhes a seguinte orientação: Digam a meu senhor Esaú: Jacó, teu servo, está de volta, depois de haver peregrinado na terra de Labão.
5 Adquiri muitos bens; possuo bois, jumentos, ovelhas; tenho muitos servos e servas, resolvi dar essas boas notícias a meu senhor e espero alcançar, de vossa parte, boa recepção.
6 Quando os emissários voltaram a Jacó, disseram-lhe: Achamos o teu irmão, que também está vindo ao nosso encontro, juntamente com quatrocentos “soldados” que estão ao seu serviço.
7 Essas palavras muito perturbaram a Jacó, que tratou de repartir o povo, as ovelhas, as vacas e os camelos que estavam com ele, em dois bandos.
8 Ele dizia consigo: Se meu irmão Esaú ferir a um desses bandos, o outro escapará.
9 E acrescentou esta oração: Ó Deus de meu avô Abraão e de meu pai Isaque, ó Senhor, que me disse: Volta à tua terra e à tua parentela, onde te farei somente o bem…
10 Não mereço todos os benefícios, que pela tua fidelidade fizeste a este teu humilde servo; saí de minha terra apenas com meu cajado; hoje retorno como líder de tantos, que pude dividi-los em dois bandos.
11 Eu peço-te que me livres de ter que guerrear contra meu próprio irmão, mesmo porque, estou em desvantagens… porque ele poderia ferir até às mulheres e crianças que estão comigo.
12 Lembro-me, de o Senhor me fez a seguinte promessa: Certamente te farei apenas o bem, farei com que teus descendentes cresçam até ficar difícil fazer o censo deles.
13 Passando, Jacó à noite naquele lugar, teve a idéia de separar de tudo que trazia consigo, um presente para Esaú, seu irmão.
14 Eis o presente: 200 cabras, 20 bodes, 200 ovelhas, 20 carneiros;
15 30 camelas de leite com suas crias, 40 vacas, 10 novilhos, 20 jumentas e 10 jumentinhos.
16 Repartiu tudo e os deu aos seus servos, dando-lhes às seguintes instruções: Vão à nossa frente e deixem um espaço entre os rebanhos.
17 Esta foi a sua ordem: Quando encontrarem Esaú, certamente ele irá perguntar: Para quem vocês trabalham, para onde estão indo e de quem são estes rebanhos?
18 Respondam assim: Estes rebanhos são de teu servo Jacó é um “presente” que ele mandou-nos entregar a nosso senhor Esaú e ele está vindo no último grupo.
19 Repassou essa orientação a cada grupo dos que conduziam os rebanhos: Vocês devem repetir a Esaú as mesmas palavras, quando encontrarem-se com ele.
20 Não esqueçam de acrescentar que eu mesmo estou indo, logo atrás de vocês. Com o presente, pensava Jacó, eu acalmarei meu irmão… Quem sabe ele me aceitará novamente!
21 Depois de organizar os grupos dos que levavam o “presente” e, enviando-os à sua frente, Jacó passou o restante daquela noite no acampamento.
22 Ao final daquela mesma noite ele resolveu tomar suas mulheres (incluindo às duas servas, Bila e Zilpa e sua filha “Diná”) e seus onze filhos e, atravessou uma parte de águas rasas do rio Jordão, um ponto conhecido como: Vau de Jaboque.
23 Tomando-os, mandou que passassem o ribeiro, levando tudo que era seu.
24 Ele, porém, ficou para trás e logo apareceu-lhe um “misterioso” Homem… com quem ele lutou até o amanhecer.
25 Vendo o tal homem que Jacó não o soltava, feriu-o à altura da cabeça do fêmur. Deslocando-lhe à coxa.
26 Em seguida disse-lhe: Solte-me, eu preciso ir, o dia está começando. Entendendo Jacó quem era aquele homem, disse-lhe: Não vou soltá-lo enquanto não me deres sua bênção!
27 Então aquele “homem” (que na verdade era o Anjo do Senhor e sabia qual a principal causa daquele pedido), perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Ele respondeu-lhe: Meu nome é Jacó.
28 O Anjo acrescentou: À partir de hoje não mais serás chamado de Jacó; teu novo nome é Israel (Hb. Aquele que luta com Deus), pois, você se comportou como um verdadeiro príncipe, ao lutar tanto com Deus, quanto com os homens e ainda estás vivo.
29 Insistentemente, Jacó perguntou-lhe: Qual o teu nome? Porém, ele apenas fez-lhe outra pergunta: Por que queres saber o meu nome? E abençoou a Jacó.
30 Quando descobriu com que lutara, Jacó deu àquele lugar o nome de Peniel (Hb. A face de Deus), porque dizia consigo: Vi à face do próprio Deus e ainda estou vivo…
31 Logo que o dia acabou de clarear, Jacó retirou-se de Peniel, manquejando, por causa da juntura de sua coxa.
32 É está a razão pela qual é proibido (aos israelitas), comer parte da coxa que fica próxima ao nervo chamado: Pequeno ciático. Porque o Senhor ferira à coxa de Jacó, naquele ponto.


GÊNESIS 33

1 De volta ao caminho na direção em que vinha Esaú, seu irmão e, vendo-o de longe (trazendo consigo quatrocentos homens), Jacó repartiu os seus filhos em grupos, entregando-os, cada um à sua mãe.
2 Pôs às servas (Bila e Zilpa) com seus filhos à frente, depois delas mandou Léia com seus filhos, porém, a Raquel e a José enviou por último.
3 Então passou adiante de todos eles, inclinando-se à terra sete vezes (conforme o costume de sua época), até o momento em que encontrou a seu irmão.
4 Mas, em vez de revolta, Esaú demonstrou-lhe um sentimento que se espera de um irmão, porque, não fez-lhe outra cousa senão: Correr ao seu encontro e, lançando-se ao seu pescoço, abraçá-lo, beijá-lo e chorar muito.
5 Pouco depois, quando as mulheres, com seus filhos estavam chegando perto, então Esaú perguntou a seu irmão: Quem são estas pessoas contigo? São as esposas e os filhos que o Senhor nosso Deus, pela sua graça, tem dado a este teu humilde servo. Respondeu.
6 Então chegaram as mulheres e seus filhos (primeiro as duas servas), inclinando-se, como Jacó havia inclinado, até à terra.
7 Logo chegou Léia com seus filhos, seguida por Raquel com José e todos se inclinaram…
8 Confuso, Esaú perguntou-lhe: Por que você fez separação de teu rebanho em tantos grupos? Ao que ele respondeu: Esperando que com um presente eu possa apaziguar à fúria de meu senhor.
9 Esaú respondeu-lhe: Já estou bastante rico, meu irmão, não quero o que é teu.
10 É muito bom ouvir isso de tua boca, meu irmão, mas, eu insisto que aceites o meu presente para selar essa nova fase em nossas vidas, poder ver o teu rosto novamente já me “parece estar vendo o rosto de Deus” e ‘o presente’ é o mínimo que posso oferecer-lhe, ao descobrir que não guardaste rancor.
11 Por favor, receba o presente que eu te trouxe; porque Deus me tem enriquecido e dado-me de tudo. De tanto insistir com seu irmão, ele resolveu aceitar o presente.
12 Esaú ofereceu-se para ir à frente (dando ‘proteção’ a Jacó e aos seus), vamos, eu vou à tua frente; dizia Esaú.
13 Ao isso Jacó respondeu: Meu senhor, sabes que as crianças não conseguem andar junto conosco, além disso, tenho comigo muitas ovelhas e vacas de leite, o que foça-me a ir devagar.
14 Portanto, meu senhor tenha a bondade de ir primeiro, que eu o seguirei conforme o caminhar dos animais e das crianças que estão comigo.
15 Se você precisar, deixarei contigo alguns de meus soldados. Disse Esaú. E respondeu Jacó: Não preciso; basta-me ter sido aceito por ti.
16 Diante disso, Esaú voltou para Seir (sua terra) naquele mesmo dia.
17 Jacó também partiu e chegou ao lugar que chamou de Sucote, onde construiu uma casa e fez galpões para o seu gado; por chegar ali em paz, foi que ele deu ao local o nome de Sucote (Hb. Em paz).
18 Pouco depois Jacó foi até à cidade de Siquém, que está na terra de Canaã e montou seu acampamento bem perto da cidade.
19 Logo comprou, da mão dos filhos de Hamor (o homem mais eminente daquele lugar), que era o pai de Siquém, à parte do campo onde estendera sua tenda; por cem peças da moeda corrente na época.
20 Então ergueu ali um altar, onde invocou a Deus, o Deus de Israel. Dando ao altar um dos títulos atribuídos ao Senhor.


GÊNESIS 34

1 Diná, A filha de Jacó e sua ‘segunda esposa’ Léia, saiu de casa com a intenção de apresentar-se às moças cananéias, que moravam perto dali.
2 Porém, o filho de Hamor (Siquém), que era um príncipe naquela terra, quando a viu, agarrou-a, à força e humilhou-a, deitando-se com ela.
3 Mas, depois de comportar-se assim, ele ficou realmente apaixonado por Diná, prometendo pedi-la em casamento.
4 Então contou a Hamor (o pai dele), o seu plano e disse-lhe: Peça ao pai dessa moça que permita que eu me case com ela.
5 Ao saber que sua filha Diná havia sido estuprada e, estando os irmãos dela trabalhando no campo, Jacó não tomou nenhuma decisão até que chegassem.
6 Então Hamor foi até Jacó pedir a permissão para que seu filho Siquém pudesse se casar com Diná.
7 Nisso, os seus filhos chegaram do campo e ficaram bastante irritados quando souberam o que havia acontecido à irmã deles, pois para um israelita, o que Siquém tinha feito é considerado inaceitável.
8 Chegando Hamor para pedir à mão da jovem, todos eles estavam ali, então falou-lhes dizendo: Meu filho, Siquém, está apaixonado pela irmã de vocês; permitam que ela seja sua esposa.
9 Tornem-se nossos parentes, assim, vossas filhas poderão se casar com os nossos filhos e vice-versa.
10 Vocês poderão ficar morando em nossa terra, mais que isso, podem negociar e adquirir propriedades nela, sem problemas.
11 Naquele instante o moço (Siquém), que também estava com o pai ali, disse a Jacó e aos irmãos da moça: Por favor, perdoem à minha loucura e eu prometo dar e/ou fazer tudo que vocês quiserem.
12 Multipliquem, se quiserem, o valor do ‘dote’ de vossa irmã e eu assumo convosco o compromisso de pagar o que exigirem, somente peço-vos que não a proíbam de se casar comigo.
13 Os filhos de Jacó haviam combinado de enganar a Siquém, por causa do que fizera à irmã deles, então responderam-lhe:
14 Nós somos proibidos (por Deus) de permitir isso; não podemos entregar nossa irmã para casar-se com um incircunciso, seria uma vergonha ainda maior para nós.
15 Só há um jeito, para que possamos dar nossa irmã em casamento a você; se não fizeres objeção em tornar-se como nós, isto é, queremos que todos os vossos homens sejam circuncidados.
16 Quando forem todos circuncidados, podereis tomar às mulheres de nosso povo como vossa esposa, então poderemos tomar às vossas, ficaremos morando aqui e seremos um único povo.
17 Porém se vocês não quiserem fazer assim, não haverá, de nossa parte, ressentimento; contudo (levando conosco à Diná), vamos embora de vossa terra.
18 As palavras deles agradaram muito a Hamor e ao seu filho Siquém.
19 Sem demora, Siquém tratou logo de fazer tudo que eles exigiram, porque achava fácil fazer àquilo para poder ficar com aquela moça; além disso, ele era o filho mais honrado por seu pai, que não hesitou-se em fazer sua vontade.
20 Usando à influência que tinham naquela cidade, Hamor e Siquém, reuniram os seus conselheiros e disseram-lhes:
21 Vemos que estes homens (Jacó e seus filhos) são homens piedosos, eles têm tratado-nos de modo pacífico; por isso, permitimo-lhes ficar morando o tempo que desejarem em nossa cidade, poderemos nos casar com suas filhas e dar nossas filhas em casamento a seus filhos.
22 Desde que atendamos a uma única exigência; que todo macho entre nós se deixe circuncidar como eles são circuncidados.
23 Arrazoemos às vantagens disso: Passando a coexistir como um só povo, seu gado, suas terras e todos os seus animais serão nossos. Vamos aceitar à exigência deles, então ficarão conosco!
24 Então, eles convenceram a todos os homens dali (a começar pelos magistrados) a aceitarem à proposta dos filhos de Jacó. E foi circuncidado todo o macho daquela cidade.
25 Mas, apenas três dias depois (quando os ferimentos causados pela circuncisão ainda não haviam sarado e os homens normalmente sentem a mais violenta dor), dois dos filhos de Jacó, Simeão e Levi (que premeditaram tudo), armados, cada um com sua espada, invadiram à cidade, matando todos os seus homens.
26 Hamor e seu filho Siquém estavam entre os que foram mortos… Então eles raptaram à sua irmã, Diná (que à esta altura já estava morando com Siquém) e trouxeram-na de volta à sua família.
27 Sabendo, os outros filhos de Jacó, o que havia acontecido foram até àquela cidade e a saquearam, satisfeitos por terem “vingado” sua irmã… que agora estaria “contaminada”.
28 Tudo que lhes interessou naquela cidade: ovelhas, vacas, jumentos e tudo que havia ao seu redor, eles saquearam.
29 Tudo que foi considerado importante; todas as suas crianças e às mulheres, como também todos os objetos de uso pessoal que haviam em suas casas, tomaram como presa de guerra…
30 Então disse Jacó aos seus filhos, Simeão e Levi: Estou bastante preocupado, sinto-me como que cheirando mal aos olhos dos moradores dessa terra, receio que os cananeus e os ferezeus se ajuntem contra nós e destruam-nos, aproveitando que somos apenas uma família.
31 A isso Simeão e Levi responderam: O senhor preferia que permitíssemos que nossa irmã fosse tratada como uma prostituta?


GÊNESIS 35

1 Entendendo o motivo da preocupação de Jacó, o Senhor lhe disse: Levanta-te, vá até Betel e fique morando lá; não esquecendo-se de que ali o Senhor apareceu a ti quando estavas fugindo de teu irmão, então, faça-me outro altar em Betel.
2 Então disse Jacó à sua família e aos seus empregados: Se houver algum ídolo (deus estranho) no meio de vocês, joguem fora, purifiquem-se e mudem até às vossas roupas!
3 Porque vamos subir a Betel, onde construirei ao único Deus (que me respondeu no momento de minha maior angústia e que tem guiado-me por onde tenho andado), um altar.
4 E todos eles entregaram a Jacó os seus deuses e os pendentes que estavam em suas orelhas, tomando-os ele, “escondeu” debaixo de um carvalho perto da cidade de Siquém.
5 Em seguida eles partiram e ninguém das cidades por onde eles passaram ousou incomodá-los, pois souberam o que tinham feito à cidade de Siquém. Deus colocou naquelas pessoas grande medo deles, por isso não os seguiram.
6 Chegaram em segurança a Luz, isto é, a Betel, que estava situada na terra de Canaã.
7 Então Jacó fez logo o “altar” ao qual deu o nome de El-Betel (Hb. Deus de Betel), foi naquele mesmo lugar que o Senhor apareceu a ele quando estava fugindo de Esaú.
8 Nessa época morreu Débora (mãe de leite de Rebeca), choraram e sepultaram-na perto de Betel, sob um carvalho, que passou a ser chamado de Alom-Bacute (Hb. Carvalho de pranto).
9 Acabando Jacó de instalar-se ali, terminada a sua peregrinação em Padã-Arã, Deus apareceu-lhe outra vez, abençoou-o e disse-lhe:
10 Vim para confirmar-te o que já havia dito… O teu nome, que antes fora Jacó, não poderá mais ser o mesmo, Israel será o teu nome. E passou a tratá-lo somente pelo nome de Israel.
11 Então acrescentou-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; vou abençoar à tua semente, teus descendentes não haverão de ser apenas uma nação, uma multidão de nações e muitos reis procederão de ti.
12 Quanto à terra que prometi a Abraão e a Isaque; vou dá-la à tua posteridade.
13 À vista de Jacó, o Senhor subiu do lugar em que estava a falar-lhe.
14 Naquele mesmo lugar Jacó erigiu uma coluna de pedras e derramou (em forma de libação) azeite sobre ela.
15 Então deu, em definitivo, àquele lugar (onde Deus falara com ele), o nome de Betel.
16 Partiram de Betel, rumo a Efrata e, estando ainda longe de daquele lugar, Raquel, a esposa amada de Jacó (depois de uma gravidez de risco), entrou em trabalho de parto.
17 Diante do sofrimento que Raquel teve em seu parto, a parteira disse-lhe: Não fique com medo, o teu filho vai nascer.
18 Ela não resistiu e, tendo o seu corpo dado o último suspiro, saindo dela a sua alma (pois ela morreu durante o parto); teve, entretanto, tempo para dar nome ao filho, chamou-o de Benoni (Hb. Filho de minha dor), mas Jacó chamou-o de Benjamim (Hb. Filho de minha destra).
19 Foi assim que morreu Raquel e sepultaram-na, quando estavam a caminho de Efrata, que é Belém.
20 Então Jacó fez uma coluna (que ainda está naquele local até o momento em que esse livro está sendo escrito), para marcar o local de sua sepultura.
21 Partiu Israel para um lugar chamado Migdal-Éder (Hb. A torre de Éder), onde estendeu seu acampamento.
22 Enquanto Israel estava morando naquela terra, seu primogênito (Rúben), deitou-se com Bila (uma das mulheres de seu pai) e Israel ficou sabendo. Eis a lista dos doze filhos de Israel:
23 Os filhos de Léia são: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom.
24 Os filhos de Raquel são: José e Benjamim.
25 Os filhos de Bila (a serva de Raquel) são: Dã e Naftali.
26 Os filhos de Zilpa (a serva de Léia) são: Gade e Aser. Com exceção de Benjamim, são estes os filhos que nasceram quando ele ainda estava em Padã-Arã e era tratado pelo nome de Jacó.
27 Nessa época Jacó (que agora se chama Israel) veio até o lugar onde estava Isaque, seu pai, em Manre (também chamada de Quiriate-Arba ou Hebrom), onde Abraão e Isaque haviam morado.
28 E achou-o ainda vivo, pois Isaque viveu cento e oitenta anos.
29 Não muito depois disso, Isaque expirou e morreu, sendo reunido com os seus antepassados (vivido e farto de dias); então Esaú e Israel, seus filhos, sepultaram-no.


GÊNESIS 36

1 Aqui está a lista dos descendentes da Esaú ou Edom:
2 Sabemos que ele tomou por esposas às cananéias Ada (Basemate), filha de um heteu chamado Elom (ou Beeri), a Odibama (Aolibama), filha de Aná e neta de um heveu chamado Zibeão.
3 Sua terceira esposa foi Basemate, a filha de Ismael, que tinha como irmão a Nebaiote.
4 Ada (a Basemate filha de Elom) deu-lhe um filho por nome de Elifaz e Basemate, a filha de Ismael, deu-lhe Reuel.
5 Sua outra esposa (Odibama) deu-lhe os seguintes filhos: Jeús, Jalão e Corá; são estes os filhos que nasceram a Esaú, na terra de Canaã.
6 Havendo seu irmão (Jacó), instalado-se na terra de Canaã, Esaú reuniu suas mulheres, seus filhos, às filhas que tinha e todas as pessoas que estavam sob o seu poder; como também tudo que era seu (às suas riquezas, o seu gado e outros animais que adquiriram em Canaã) e foram embora para outra região…
7 Eles estavam muito ricos e, dificilmente seus bens caberiam “juntos” naquela terra. Vejam só: A mesma terra onde um dia eles haviam sido peregrinos, agora estava “pequena” para comportar o gado deles!
8 Portanto, Esaú (que é Edom) foi morar na região montanhosa de Seir.
9 Esaú (Edom) tornou-se o pai dos edomitas, que são oriundos da montanha de Seir.
10 Vamos repetir os nomes dos filhos de Esaú: Elifaz (o filho de Ada), Reuel, filho de Basemate (a filha de Ismael).
11 Seu filho Elifaz, teve os seguintes filhos: Temã, Omar, Zefô, Gaetã e Quenaz.
12 Elifaz teve uma concubina chamada Tesma, que lhe deu um filho chamado Amaleque; estes são os descendentes de Esaú, por parte de sua esposa Ada.
13 Eis os filhos de Reuel: Naate, Zerá, Samá e Mizá; estes são os descendentes de Esaú, por parte de sua esposa Basemate.
14 Eis a lista dos filhos que Odibama, filha de Aná e neta de Zibeão, deu a Esaú: Jeús, Jalão e Corá.
15 Veja a seguir à lista dos “príncipes” filhos de Esaú: De seu filho Elifaz, saíram os seguintes príncipes: Temã, Omar, Zefô, e Quenaz…
16 Elifaz também teve outro filho, “legítimo” (príncipe), por nome de Corá (Coré) e Gaetã, que é o último dos filhos legítimos de Elifaz. Quanto ao príncipe Amaleque, era filho de Tesma, sua concubina. São estes os príncipes descendentes de Elifaz, o filho de Ada, que morava na terra de Edom.
17 De Reuel, saíram os seguintes príncipes: Naate, Zerá, Samá e Mizá; estes são os príncipes, filhos de Reuel (o filho de Basemate), que também moravam na terra de Edom.
18 Eis a repetição da lista dos filhos que Odibama (a outra mulher de Esaú) lhe deu: O príncipe Jeús, o príncipe Jalão e o príncipe Corá. Essa Odibama é a filha de Aná e são esses os filhos que ela deu a Esaú.
19 Lembremo-nos de que, Esaú e Edom são a mesma pessoa e esses são os seus filhos, que se tornaram os “líderes” dos edomitas.
20 Eis os nomes dos filhos de Seir (o horeu), que foram desapropriados daquela terra para darem lugar aos edomitas: Lotã, Sobal, Zibeão, Aná…
21 Disom, Eser e Disã… Todos eles foram príncipes dos horeus (antigos habitantes da terra de Edom) e filhos de Seir.
22 Estes são os filhos de Lotã: Hori e Homã; também teve uma filha por nome de Timna.
23 Estes são os filhos de Sobal: Alvã, Manaate, Ebal, Sefô e Onã.
24 Estes são os filhos de Zibeão: Aiá e Aná; este Aná, foi quem achou às fontes de águas termais no deserto, enquanto apascentava os jumentos de seu pai.
25 Estes são os filhos de Aná: Disom e Odibama (que foi uma das esposas de Esaú).
26 Estes são os filhos de Disom: Hendã, Esbã, Itrã e Querã.
27 Estes são os filhos de Eser: Bilã, Zaavã e Acã.
28 Estes são os filhos de Disã: Uz e Arã.
29 Eis a lista dos príncipes dos horeus: O príncipe Lotã, o príncipe Sobal, o príncipe Zibeão, o príncipe Aná;
30 Disom, Eser e Disã… Todos esses foram príncipes dos horeus e moravam na terra de Seir antes que ela fosse ocupada pelos edomitas.
31 Esses príncipes “reinaram” sobre os horeus (na terra de Edom), bem antes que houvesse rei sobre os israelitas…
32 Então levantou-se na terra Edom um rei chamado Belá, filho de Beor, tendo como sua capital uma “Cidade-Estado” chamada Dinabá.
33 Quando Belá morreu, Jobabe (o filho de Bozra), reinou em seu lugar.
34 Quando Jobabe morreu, Husão (natural de Temã), reinou em seu lugar.
35 Quando Husão morreu, Hadade, filho de Bedade, reinou em seu lugar (esse Hadade foi o que mudou sua capital para Avite). Como é o seu nome, que em hebraico significa: “Sem clemência” assim fora ele! Exemplo: Ele derrotou os midianitas em pleno campo “de batalha…” dos moabitas.
36 Com a morte de Hadade, Samlá (natural de Maresca), reinou em seu lugar.
37 Com a morte de Samlá, Saul, que era natural de Reobote (a Reobote que estava situada às margens do Eufrates), reinou em seu lugar.
38 Com a morte de Saul, Baal-Hanã (Hb. Baal = senhor ou dono e Hanã = gentileza: “Senhor de gentileza” ou dono de grande gentileza), filho de Acbor, reinou em seu lugar.
39 Com a morte de Baal-Hanã, Hadar reinou em seu lugar (esse era natural de Paú e foi casado com Meetabel, filha de Metrade, que fora filho de Me-Zaabe).
40 Aqui está a lista completa dos príncipes que foram descendentes de Esaú; pela ordem de suas respectivas famílias e segundo os lugares em que habitaram (lugares que receberam os seus nomes). Eis os príncipes: Timna, Alva, Jetete.
41 Oolibama, Elá, Pinom,
42 Quenaz, Temã, Mibzar,
43 Magdiel e Irã, são esses os príncipes de Edom e organizaram-se naquela terra segundo suas famílias; é por essa razão que Esaú é considerado o pai dos edomitas.


GÊNESIS 37

1 A esta altura, Jacó já havia estabelecido-se na terra de Canaã, lugar onde seus pais (Abraão e Isaque), peregrinaram.
2 Eis o registro dos principais acontecimentos com a família de Jacó: Quando José estava com dezessete anos, tornou-se um dos pastores das ovelhas de seu pai, juntamente com seus irmãos (com os filhos de Bila e os de Zilpa), vendo o mal procedimento deles, José contava tudo a seu pai.
3 José era o filho predileto de Israel… um dos motivos disso, era por ser ele filho de sua velhice, para mostrar sua “preferência” por José, fez-lhe uma túnica de várias cores.
4 Isso pegou muito mal, pois, quando seus irmãos perceberam o quanto eles eram tratados de modo diferente dele, passaram a odiá-lo e a darem-lhe somente más respostas, por não conseguirem mais suportá-lo.
5 A situação piorou, desde o dia em que José teve um sonho e resolveu contá-lo a eles.
6 Eis os detalhes de um dos seus sonhos: Eu quero que vocês prestem atenção (dizia José) no sonho que tive:
7 Sonhei que, enquanto colhíamos o trigo, o meu feixe pôs-se de pé e logo os vossos feixes vieram e se prostraram perante ele…
8 Entendendo o seu sonho, seus irmãos perguntaram-lhe, ironicamente: Você pretende reinar sobre nós? Queres mesmo dominar a todos nós? E passaram a odiá-lo ainda mais, por causa desse sonho e muito mais por suas palavras.
9 O segundo sonho foi ainda mais eminente que o primeiro e, de novo, contou a eles dizendo: Eu tive outro sonho e nesse meu sonho, o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam diante de minha presença.
10 Com isso, seu pai (que também estava ali), repreendeu-o com as seguintes palavras: Que sonho estranho é esse, meu filho? Você está insinuando que chegará o dia em que eu, tua mãe e teus irmãos viremos a ti e, prostrados até à terra, o reverenciaremos?
11 Contudo, seu pai resolveu guardar tudo e esperar pelo cumprimento daquele sonho, pois, ele entendeu o seu real significado… mas, os irmãos de José passaram a invejá-lo ainda mais.
12 Planejando matar a José, quando este estivesse longe de sua casa e da presença de seu pai, seus irmãos levaram os rebanhos para perto de Siquém.
13 Ao saber Israel que eles estavam perto de Siquém e, preocupado como era com todos eles, disse a José: Eu quero que você leve provisões para teus irmãos! Sim, papai. Eu irei.
14 Disse mais Jacó a ele: Informe-se de como estão teus irmãos e de como está o rebanho, conte-me tudo quando voltares. Então partiu José do vale de Hebrom até às proximidades de Siquém.
15 De tão longe que foi sua jornada, perdeu-se no deserto, até que um homem o ajudou a chegar ao seu destino… Que ou quem você está procurando? Disse-lhe o homem.
16 Procuro meus irmãos, se você os conhece, por favor, diga-me, onde posso encontrá-los? Eles estão com as ovelhas.
17 Aquele homem lhe disse: Eu os conheço, também os ouvi dizer que iam para Dotã. Então José foi atrás deles e os achou em Dotã.
18 Mas eles haviam arquitetado tudo… e, quando viram-no de longe, começaram a combinar como iriam matá-lo.
19 Então disseram uns aos outros: O “sonhador real” está vindo!
20 Vamos fazer uma reunião rápida para acertar os detalhes de sua morte, depois o colocaremos em uma dessas covas e diremos a nosso pai que ele provavelmente foi devorado por um animal feroz; assim, ficaremos sabendo se seus “sonhos” de fato são verdadeiros!
21 Porém, Rúben, o irmão mais velho (querendo livrá-lo de suas mão), disse-lhes: Nós não precisamos matá-lo.
22 E acrescentou: Não precisamos derramar sangue, vamos jogá-lo num desses buracos que existem aqui… ele pretendia devolvê-lo a seu pai, mas primeiro, precisava livrá-lo das mãos deles.
23 Enquanto isso, José chegou aonde eles estavam, então tiraram-lhe à sua túnica (um dos principais motivos da inveja que tinham), porque ele sempre a usava.
24 E lançando mão dele o jogaram numa cova (cisterna), “por sorte” a cova estava vazia, isto é, não havia nela água.
25 Em seguida assentaram-se para comer o pão “que ele havia lhes trazido” e, olhando eles ao longe, eis que vinha chegando uma companhia (ismaelita), formada por traficantes de escravos e “vendedores ambulantes”, que iam de Gileade para o Egito…
26 Então Judá disse aos demais: Se o matarmos e escondermos o seu sangue, o quê ganharemos com isso?
27 Podemos ficar livres de culpa e ainda ganhar um bom dinheiro, se o vendermos para essa caravana de ismaelitas. De quebra, não sujaremos nossas mãos, matando nosso próprio irmão. Então eles concordaram com ele.
28 Quando os mercadores ismaelitas chegaram, eles tiraram-no daquela cova e o venderam por vinte moedas de prata (dois terços do valor corrente pago por um escravo); então eles se foram para o Egito, levando consigo a José.
29 Depois, Rúben (que não estava com eles no momento em que venderam a José) voltou até à cova e, quando viu que ele não mais estava ali (pensando que havia morrido), rasgou às suas vestes em sinal de protesto.
30 Correu ao local aonde estavam os demais e disse-lhes: O moço deve ter morrido, pois eu o chamo mas ele não aparece; como vou explicar isso a nosso pai?
31 Então tiveram uma idéia, tomaram à túnica que havia sido de José, mataram um cabrito e molharam-na com o seu sangue.
32 Enviaram mensageiros a seu pai, levando o que sobrou “daquela túnica de várias cores” com a seguinte questão: Nós encontramos essa túnica e trouxemos ao senhor, por achá-la “parecida” com a de teu filho José.
33 Reconhecendo à túnica, Jacó rasgou às suas vestes e, vestido com panos de saco, lamentou à “morte” de seu filho por muitos dias.
34 Quando os outros filhos e filhas vieram ao velório e tentavam consolá-lo (ainda que alguns deles sabiam a verdade), Jacó dispensou os pêsames, dizendo: Somente a morte me consolaria, pois seria o único meio de encontrar meu filho de novamente. E chorou-o muitíssimo.
35 Enquanto ocorria o seu “velório” José estava sendo vendido pelos mercadores na feira de escravos do Egito, a um homem chamado Potifar (um alto oficial do exército de Faraó).


GÊNESIS 38

1 Ao mesmo tempo em que José ia sendo conduzido ao Egito, Judá saiu do lugar onde estavam seus irmãos e foi à casa de homem chamado Hira (em Adulão).
2 Chegando ele ali, viu uma moça cananéia, filha de Sua, ele tratou logo de pedi-la em casamento.
3 Depressa ela deu-lhe um filho, que recebeu o nome de Er (Hb. Vigia).
4 Tornou ela a conceber e chamou ao segundo filho pelo nome de Onã (Hb. Forte).
5 Ela deu um terceiro filho a Judá, que recebeu o nome de Selá (Hb. Elevação). O parto desse, Judá não presenciou, pois estava viajando para Quezibe.
6 Nessa época Judá resolveu procurar uma esposa para Er (seu filho mais velho), casou-o com uma jovem chamada Tamar (Hb. Palmeira).
7 Deus não gostou da forma má, adotada por Er para evitar filhos e resolveu matá-lo.
8 Conforme o costume da época (lei do levirato), o irmão mais próximo do falecido (nesse caso Onã) deveria casar-se com a viúva, para não apagar à sua memória. Então Onã casou-se com Tamar.
9 Sabendo, Onã, que os filhos que nascessem desse casamento não seriam seus, jogava o seu sêmen ao chão no momento da ejaculação; só para não deixar semente a seu irmão.
10 Vendo como ele era egoísta, Deus resolveu matá-lo também.
11 Como o Selá estava, ainda, muito novo para o casamento (além disso, seu pai tinha medo de que acontecesse também com ele o que aconteceu aos seus irmãos), Judá disse a Tamar: Volte para a casa de teu pai… até que Selá atinja à idade mínima para se casar, então, casarás com ele. Ela obedeceu à risca a seu sogro e foi morar como viúva na casa de seu pai.
12 Alguns dias depois, morreu a filha de Sua (esposa de Judá), depois que passou os dias de seu luto, Judá subiu para visitar os que tosquiavam suas ovelhas e aproveitou o momento para fazer uma visita ao seu amigo Hira.
13 Alguém disse a Tamar: Judá, “teu sogro” está indo para Timna, tosquiar suas ovelhas.
14 Depressa, ela tirou às vestes de viúva, cobriu-se com o véu e disfarçou-se de prostituta (ficando ao lado da estrada por onde Judá deveria passar), ela queria cobrar dele à promessa que fez, de dar Selá em casamento a ela, pois, sabia que o tempo já havia chegado.
15 Judá não teve dificuldade em confundi-la com uma prostituta; porque até o véu que ela estava usando parecia-se com o tipo de véu usado por prostitutas.
16 Então dirigiu-se a ela e a convidou para deitar-se com ele… A propósito: Ele não sabia que ela era sua nora, por causa de seu disfarce… mas ela exigiu dele uma recompensa para poder aceitá-lo.
17 Disse Judá: Eu te darei um cabrito (mandarei traze-lo até você). E disse-lhe ela: Eu quero uma garantia de que o enviarás.
18 Nada há aqui comigo. Que tipo de garantia você exige? Falou-lhe Judá. Como ela já havia planejado tudo, disse-lhe: Eu quero que deixes comigo o teu anel de selar, o teu lenço e o cajado que tens na mão. Aceitando todas as suas exigências, ele se deitou com aquela mulher, que ficou grávida.
19 Saindo dali, ela tirou àquele disfarce e tornou a vestir-se como uma viúva.
20 Judá cumpriu sua palavra, enviando-lhe o cabrito (aos cuidados de Hira, seu amigo adulamita) e, junto com o cabrito, o pedido de devolução daquele penhor que estava com a mulher; mas, para sua surpresa, a mulher não foi encontrada.
21 Depois Judá foi pessoalmente àquele lugar e perguntou aos homens dali: Onde está a prostituta que esteva neste caminho, perto das duas fontes? Eis a resposta que lhe deram: Aqui não esteve prostituta alguma.
22 Dizia Judá, enquanto voltava para casa: Estranho, eu não consegui encontrá-la! Então os homens do lugar tornaram a dizer-lhe: Você deve estar enganado. Nenhuma prostituta esteve aqui.
23 Diante disso, Judá lhes disse: Vocês são testemunhas de que eu cumpri à minha palavra (enviando o cabrito que havia prometido), nada mais devo a ela… pois a tenho procurado e não consegui achá-la.
24 Passaram-se uns noventa dias, então, alguém disse a Judá: Tamar, tua “nora”, está grávida… por certo adulterou! Ele logo pronunciou à sua sentença e disse: Tirem-na para fora da cidade para que seja queimada.
25 Tiraram-na para fora, porém, enquanto seus algozes a levavam (para ser morta), ela mandou a Judá os objetos, com este recado: Eu estou grávida sim. Estou grávida do homem que é o dono deste anel de selar, destes lenços e deste cajado! E acrescentou: Você reconhece estes objetos?
26 Lembrou-se, Judá de que a principal promessa que lhe fizera, não havia cumprido (porque chegou o tempo de dar seu filho Selá em casamento a ela e ele não o fez), então disse: Ela é bem mais justa que eu. Deixem-na em paz! E nunca mais a possuiu.
27 Para sua surpresa, quando chegou o tempo do nascimento, descobriram que ela esperava gêmeos.
28 No momento do parto, um deles pôs a mão para fora (parecendo que seria o primeiro a nascer), então a parteira amarrou-lhe uma fita e disse: Este é o primeiro.
29 Porém, ao recolher ele à sua mão, seu irmão acabou nascendo primeiro que ele. Assustada, disse a parteira: Como pôde romper tamanho obstáculo? Você é o responsável pela rotura. E deram-lhe o nome de Perez (Hb. Rotura ou separação).
30 Quando o que estava com a fita marcando sua mão saiu, deram-lhe o nome de Zerá (Hb. Último ou crepúsculo).


GÊNESIS 39

1 Então os mercadores ismaelitas levaram José ao Egito e o venderam a Potifar (que era capitão da guarda real), um alto oficial de Faraó.
2 Conforme o significado de seu nome (que em hebraico é sinônimo de próspero), José começou logo a fazer fama e fortuna como empregado daquele oficial; porque o Senhor estava com José.
3 Potifar não pôde deixar de notar isso e, logo que percebeu quanto Deus ajudava José em tudo que este fazia…
4 Começou a admirá-lo e colocou-o como mordomo de todos os seus bens.
5 O amor de Deus por José era muito grande e, por causa desse amor, o Senhor começou a abençoar, de maneira notável, àquela família; a bênção de Deus estava tanto na casa como no campo daquele oficial administrados por José.
6 E ele confiou a José tudo que era seu e com exceção daquilo que comiam, não procurava a José, nem mesmo quais eram os seus bens. Porém, quando sua esposa pôs os olhos em José, achou-o formoso, tanto de aparência quanto de presença…
7 Passado algum tempo ela se dirigiu a José e lhe disse: Deita-te comigo.
8 Recusando-se, ele respondeu-lhe: Teu marido confiou às minhas mãos, tudo que lhe pertence e no momento, ele nem procura saber quanto ou o quê há comigo…
9 Pôs-me no posto mais elevado desta casa e, nenhuma cousa me foi vedada, somente de ti devo manter-me afastado, pois és a esposa dele. Eu jamais toparia essa proposta, porque estaria pecando contra meu Deus.
10 Ela passou a assediá-lo todos os dias, porém ele não quis decepcionar nem ao seu Deus, nem ao seu senhor; por isso, resistiu a todas as cantadas dela.
11 Ela não desistiu e, um dia (quando ele foi à casa fazer uma inspeção), não havendo ninguém por perto…
12 Então ela agarrou-o pela orla de suas vestes e, insistentemente, disse-lhe: Deita-te comigo. Entretanto, ele preferiu lançar de si às vestes (que ficaram em suas mãos, como fossem “a prova” do crime) e fugiu dela, correndo para fora.
13 Fugindo ele para fora (seminu), tendo deixado suas vestes nas mãos dela…
14 Ela gritou à sua guarda, que prenderam-no “em flagrante”, porque ela lhes disse: Vejam, meu marido confiou nesse homem hebreu e agora ele quer escarnecer de nós! Ele quis se aproveitar de mim, porém, quando eu gritei, ele saiu correndo.
15 Logo que eu alterei à minha voz, ele correu, deixando comigo às suas vestes e fugiu, saindo para fora.
16 Deixou ela à roupa de José perto de si (para comprovar suas palavras), até que Potifar viesse à casa.
17 Então ela repetiu a seu marido às mesmas palavras e disse-lhe: Você confiou nesse homem hebreu e agora ele quer escarnecer de nós!
18 Porém, eu levantei à minha voz e ele saiu correndo (dizia ela) e, deixando sua roupa em minhas mãos, fugiu para fora.
19 Ao ouvir essas palavras (porque ela as repetiu várias vezes como se as tivesse ensaiado), Potifar ficou furioso.
20 Então ele lançou mão de José e mandou que este fosse encerrado na prisão, junto com todos os presos que, acusados de traição ao rei, aguardavam julgamento e José ficou preso ali por muito tempo.
21 Deus continuou a fazer-lhe companhia, porque estava com ele ali também; vendo o comandante daquele cárcere que Deus abençoara tudo que José fazia, passou a admirá-lo.
22 Então confiou a José a administração daquele cárcere e ele passou a “cuidar” de todos os detentos dali…
23 Sua confiança em José cresceu tanto, que ele não tinha preocupação com nada, porquanto notou que Deus era com José e também, viu que o Senhor abençoava tudo que este fazia.


GÊNESIS 40

1 Durante o tempo em que José esteve preso aconteceu que, dois oficiais do palácio de Faraó (seu copeiro e seu padeiro), foram acusados de conspiração contra ele.
2 Indignado, Faraó mandou que o copeiro e o padeiro fossem investigados.
3 Depois de concluída à investigação, mandou prendê-los, no mesmo cárcere onde estava José.
4 Então José passou a cuidar, também, deles (que ficaram presos por muito tempo); porque o carcereiro confiou a José todos os detentos, mesmo os presos considerados “importantes…”
5 Numa noite, cada um dos dois detentos (tanto o copeiro quanto o padeiro) tiveram um sonho e ficaram impressionados com os sonhos que tiveram, pois, “sabiam” que seus sonhos eram importantes, entretanto, não sabiam o seu significado.
6 Na manhã seguinte, quando veio visitá-los, José percebeu que estavam perturbados…
7 Então José fez aos ex-oficiais de Faraó (agora, presos), à seguinte pergunta: O quê houve com vocês? O vosso semblante está muito triste!
8 Como que numa só voz, eles disseram-lhe: Cada um de nós sonhou um sonho e, tememos que não haja quem possa interpretá-los… Mas José lhes disse: Vocês estão com sorte, as interpretações pertencem, justamente, ao meu Deus! Contem-me o sonho que tiveram.
9 E disse-lhe o ex-copeiro do rei: Eis que havia diante de mim um galho de uvas…
10 Dele brotavam outros três galhos, que por sua vez, brotavam flores e em seguida, cachos, que (rapidamente), estavam cheios de uvas maduras.
11 Nesse momento eu (que tinha na mão o copo de Faraó), colhia àquelas uvas e as espremia no copo dele, que por sua vez bebeu-o (de minhas mãos), como antigamente.
12 Respondeu-lhe José: A interpretação do teu sonho é a seguinte: Os três galhos representam três dias.
13 Na verdade, daqui há três dias, Faraó chegará à conclusão de que és inocente e te honrará; então você voltará a ser seu copeiro, como nos velhos tempos…
14 Peço-te, apenas uma cousa: Quando voltares à tua função, não te esqueças desse teu amigo; se tiveres uma chance de retribuir-me (pondo em prática à tua compaixão), fale de mim ao rei, para que eu saia dessa prisão.
15 Porque, na verdade fui seqüestrado da terra dos hebreus e depois, prenderam-me aqui, por um “crime” que não cometi…
16 Quando o ex-padeiro percebeu que a interpretação que “José” dera ao sonho de seu companheiro fora boa, disse-lhe: Eu também tenho interesse de saber qual o significado do meu sonho. E continuou. No meu sonho eu vi três cestos cheios de pão; o mais engraçado é que: eles estavam sobre minha cabeça!
17 No cesto de cima, não havia apenas pão; mas, tinha nele de todos os manjares que Faraó gosta… Então vi que as aves de rapina vinham e comiam a tudo que estava dentro daqueles cestos, em cima da minha cabeça.
18 Respondeu-lhe José: A interpretação do teu sonho é a seguinte: Os três cestos que viste, também significam três dias…
19 E eis o que acontecerá a ti daqui há três dias: Faraó irá te apresentar à corte (onde serás julgado); serás declarado “culpado” e depois, ele mandará que te pendurem num madeiro; quanto às aves que viste: significam os “urubus” que hão de comer à tua carne.
20 Tudo que fora predito por José realmente aconteceu, porque, em três dias, comemorou-se (em grande estilo), o aniversário de Faraó; nesse mesmo dia ele apresentou “aos magistrados” os dois prisioneiros (levando-os a julgamento).
21 Então, como dissera José, o copeiro voltou a servir ao rei; entregando nas mão à sua bebida (como havia visto em seu sonho).
22 Porém (ainda conforme à interpretação de José), o padeiro foi condenado à morte e enforcado naquele mesmo dia.
23 Para “infelicidade” de José, o seu “amigo” copeiro, logo que recuperou seu antigo cargo no governo, esqueceu-se dele.


GÊNESIS 41

1 Passaram-se dois anos inteiros, então Faraó teve um sonho, no qual ele estava ao lado do rio Nilo…
2 De repente, subiram das águas, sete vacas bem gordas e formosas à vista… que pastavam na relva.
3 Continuou a observar e eis que subiram outras sete vacas (ao contrário das primeiras), essas eram magras e feias; então posicionaram-se à uma distância não muito longe das outras, porém, ficaram na praia do Nilo.
4 Para sua surpresa, as sete vacas magras e feias devoraram às sete vacas gordas e formosas. Naquele exato momento Faraó acordou.
5 Voltando ele a dormir, tornou a sonhar, só que dessa vez, ele viu outra visão: De um mesmo tronco (pé), brotavam sete espigas cheias e boas.
6 Depois (daquele mesmo pé), brotaram outras sete espigas, sendo que essas eram miúdas e queimadas pelo vento Leste.
7 Enquanto aquelas espigas miúdas estavam devorando às espigas grandes e cheias; Faraó acordou de seu “segundo” sonho.
8 Esses sonhos incomodaram muito a Faraó, que na manhã seguinte, mandou chamar a todos os sábios e a todos os advinhos que haviam no Egito (contando a eles os seus sonhos), mas nenhum deles foi capaz de saber à sua interpretação…
9 Naquele instante, exclamou o copeiro do rei: Eu sou, realmente, um pecador impenitente! Como pude ser tão insensível?
10 Recordo-me, agora, o tempo em que vossa majestade indignou-se comigo e com meu ex-colega de trabalho (o padeiro), mandando nos prender…
11 E continuou: Naquela prisão, cada um de nós teve um sonho (na mesma noite) então desejamos saber qual o significado daqueles sonhos…
12 Naquela época (ó grande rei), havia ali um preso hebreu, auxiliar do carcereiro, a quem contamos os nossos sonhos e ele interpretou-os, fielmente…
13 Tudo que ele nos disse, aconteceu-nos… Porque ele me disse: Você voltará a entregar o copo nas mãos de Faraó. E disse ao meu companheiro de prisão: Você será condenado à morte.
14 Imediatamente Faraó mandou que trouxessem José à sua presença. Então tiraram-no do calabouço e por uma exigência do rei, cuidaram de fazer à sua barba… arranjaram-lhe vestes apropriadas e o conduziram à presença de sua majestade.
15 Faraó foi direto ao assunto e disse a José: Tive um sonho e não conheço ninguém que possa interpretá-lo! Entretanto, foi-me dito que, quando você ouve um sonho, logo o interpreta.
16 Aproveitando bem o momento para dar glória ao seu Deus diante de Faraó, José respondeu-lhe: Isso não está em mim, o meu Deus dará uma resposta favorável a Faraó!
17 Prosseguiu Faraó: Em meu sonho, eu estava em pé na praia do rio Nilo…
18 De repente, subiram das águas, sete vacas bem gordas e formosas à vista… que pastavam na relva.
19 Na seqüência, outras sete vacas (só que essas eram magras e bem feias, do tipo que jamais existiram no Egito), também subiram das águas…
20 Continuei a observá-las e vi que, aquelas vacas feias e magras estavam devorando às sete vacas gordas.
21 O que mais me assustou, foi o fato de que, mesmo tendo devorado às outras, aquelas vacas magras continuaram com sua antiga aparência… Naquele instante eu acordei.
22 Quando consegui voltar a dormir, continuei a sonhar; porém, não mais com aquelas vacas, mas com sete espigas (cheias e boas), que brotavam de um mesmo pé…
23 Pouco tempo depois (daquele mesmo pé), brotaram outras sete espigas, sendo que essas eram miúdas e queimadas pelo vento Leste.
24 Repetiu-se, então, ‘a mesma cena’ que ocorreu no primeiro sonho, porque as sete espigas feias devoraram às sete espigas boas. Chamei todos os sábios do meu reino e contei-lhes os sonhos, mas, nenhum deles conseguiu interpretá-lo.
25 Então José disse a Faraó: Vossa majestade teve apenas um sonho. O Deus dos céus resolveu revelar a ti o que há de acontecer ao teu país…
26 Tanto as sete vacas formosas, como as sete espigas que viste, representam um período de sete anos. Portanto, apesar da aparente duplicidade, sonhaste apenas um sonho.
27 Do mesmo modo, as sete vacas magras e feias que subiram após às gordas, bem como aquelas sete espigas miúdas e queimadas pelo vento Leste; representam um outro período de sete anos (nesse caso, sete anos de escassez).
28 Na verdade, ó Faraó, o que Deus há de fazer (à tua terra), resolveu revelar a ti através desse sonho.
29 O Egito experimentará sete anos de uma fartura sem precedente em sua história…
30 Mas, depois desse período (como viste subir em teu sonho), levantar-se-ão sete anos de uma escassez, tão grande, que ninguém terá lembrança da fartura que anteriormente fora vista no Egito, porque a fome trazida por essa escassez há “consumir” à terra.
31 Durante esse período de fome (e será uma escassez gravíssima), vai ser como se as pessoas jamais tivessem conhecido à abundância.
32 Por dois motivos Deus duplicou o sonho de vossa majestade: a) Para confirmar-te que isso fora determinado por ele; b) Para informar-te que Deus tem pressa em fazer o que diz.
33 Aceite, portanto, o meu conselho: Nomeai um homem inteligente e sábio (para ser primeiro-ministro no Egito).
34 Se vossa majestade se deixar representar por pessoas confiáveis, que estarão distribuídas em todo o reino e esses administradores tiverem o cuidado de ajuntar ‘vinte por cento’ de todas as colheitas, durante os sete anos de boa fartura…
35 Quando vir a faltar alimento nas cidades, toda a comida que fora estocada nos bons anos que vêm, estará à disposição de Faraó, assim, terás o trigo (de que vai precisar para enfrentar à fome), sob seu domínio.
36 E, chegando os sete anos de fome (que haverá na terra do Egito), esse alimento ‘salvará’ o teu povo da extinção que seria causada pela fome.
37 Essas palavras de José pareceram boas, tanto a Faraó, quanto aos seus conselheiros.
38 Diante da ‘proposta’ de José, Faraó disse aos seus conselheiros: Vocês acham que é possível que encontremos pessoa mais adequada para o cargo que este homem? Vejo que há nele o Espírito de Deus!
39 Havendo unanimidade entre eles, disse Faraó a José: O mesmo Deus que te deu esta inteligência e esta sabedoria que vimos, nos fez entender que, não temos ninguém melhor que você para o cargo.
40 À partir desse momento, o Egito será governado por ti. Todos os egípcios, inclusive meus parentes, estarão sujeitos às tuas ordens. Somente quando estiveres sentado lado a lado comigo (no trono), eu serei maior que você.
41 Dando ênfase ao que acabara de dizer, Faraó acrescentou: Acabo de colocá-lo como ‘chefe de estado’ em todo o Egito.
42 Dito isso, Faraó tirou logo o anel do seu dedo e o entregou a José; em seguida, mandou que vestissem-no de linho fino e deu a ele o colar de ouro que os reis costumam usar.
43 Entregou-lhe o segundo ‘carro’ e quando ele subiu nele, o povo começou a prestar-lhe homenagens e a dizer: Reverenciem a José… foi assim que ele tomou posse como primeiro-ministro do Egito.
44 Vendo isso, disse Faraó a José: Será difícil distinguir-me de ti, pois, apesar de eu ser o Faraó, ninguém se arriscará levantar à mão ou o pé, sem a tua autorização.
45 E acrescentou: Você será chamado de Zafenate-Panéia (que na linguagem egípcia significa: O salvador do mundo), então (na tentativa de afastá-lo de seu Deus ou de fazê-lo adotar como costume, o politeísmo dos egípcios), casou-o com Asenate, filha de um ‘sacerdote’ de Om, chamado Potífera; depois disso, José saiu para inspecionar todo o Egito.
46 José estava com trinta anos de idade quando fora apresentado a Faraó. Inspecionar todo o reino (e ver à viabilidade de construir armazéns para abrigar à fartura), foi a primeira atitude de José, como novo chefe de estado.
47 De fato, as palavras preditas por José cumpriram-se, a terra do Egito produziu muita fartura, logo nos primeiros sete anos de sua gestão.
48 Então ele armazenou tudo que pôde, nos anos em que houve boa colheita no Egito e guardou àquela farta produção agrícola, nas cidades mais próximas de cada lavoura.
49 José conseguiu ajuntar tanto trigo, que chegou mesmo o momento em que desistiram de tomar o seu peso…
50 Como se não bastasse a José a felicidade de ver tão boas colheitas, Asenate (a filha do sacerdote de Om), deu-lhe dois filhos durante aquele bom período.
51 Achando que seus filhos o ajudariam a esquecer o à dura realidade de seu passado recente e à sua família paterna, José deu ao filho mais velho o nome de Manassés (Hb. Que faz esquecer).
52 E chamou o segundo filho de Efraim (Hb. Duplamente frutífero), acrescentando o seguinte: Deus me fez ficar importante na terra onde um dia passei às maiores aflições de minha vida!
53 Logo depois terminou o bom período de fartura no Egito.
54 Imediatamente, vieram os anos de escassez, cumprindo-se às palavras de José, mas, a fome (que não atingiu somente ao Egito), veio sobre os países vizinhos e, só no Egito, graças à boa administração de José, havia mantimento.
55 Quando a fome começou a afligir os egípcios, eles vieram a Faraó e clamaram-lhe por comida; então ele dizia-lhes: Vocês devem falar com José e fazer o que ele vos ordenar, então, certamente tereis o vosso ‘sustento’.
56 Agravando-se à situação, José começou a abrir os celeiros e a “vender” a cesta básica ao povo… porque a escassez, que foi grande e de grande duração (sete anos), forçava-os a isso.
57 Tendo sabido que no Egito havia trigo, os países vizinhos começaram a negociar com José, em busca de alimento, pois, em todas aquelas terras havia fome.


GÊNESIS 42

1 Quando ficou sabendo que havia mantimento no Egito, Jacó disse aos seus filhos: Não fiquem aí parados, olhando uns para os outros!
2 E acrescentou: Eu ouvi dizer que há mantimento no Egito; desçam até lá e comprem-nos trigo, pois é o único meio de livrarmo-nos dessa escassez.
3 Então os dez “meio irmãos de José” desceram, afim de comprarem trigo no Egito.
4 Não posso enviar a Benjamim (irmão de José), para que não aconteça um “desastre” com ele. Dizia Jacó.
5 Assim, dentre outras caravanas que foram ao Egito para comprarem alimento, os filhos de Israel (vítimas daquele mesmo estado de calamidade, que também atingiu à terra de Canaã), resolveram descer…
6 O que eles não sabiam era que José “estava governando” sobre o Egito e como este fazia questão de (pessoalmente), vender os cereais aos interessados; foi numa dessas “transações comerciais” que ele pôde ver cumprir-se um de seus sonhos, porque seus irmão vieram e inclinaram-se diante dele até tocar com seus rostos à terra.
7 Ao vê-los, José reconheceu-os, mas, comportou-se como se fora um estranho e, falando asperamente com eles, perguntou-lhes: De onde são vocês? Eles responderam-lhe: Viemos da terra de Canaã, para comprarmos mantimento.
8 E José começou a aproveitar à vantagem de não ser reconhecido por seus irmãos.
9 Depois de recordar os sonhos que tivera a respeito deles, José disse-lhes: Vocês têm cara de espias e há fortes indícios de que vieram inspecionar à terra.
10 A esta “acusação” eles responderam: Por favor, majestade, somos teus servos e viemos apenas para fazer nossas compras.
11 E continuaram: Teus servos são todos homens “retos” e filhos de um homem piedoso; não somos espias.
12 Mas José (insistentemente), dizia-lhes: Vocês não me convencem; sei que sois espiões e que vieram inspecionar à terra.
13 Durante o seu depoimento (e, começando a revelar o que José queria ouvir deles), eles disseram-lhe: Éramos doze irmãos, filhos de um homem muito importante da terra de Canaã; nosso irmão caçula está agora com nosso pai e o irmão dele já morreu…
14 Até que vocês consigam provar o contrário (dizia José), continuo a sustentar à suspeita de que sois espiões.
15 Vocês ficarão detidos e sofrerão os danos previstos para quem atentar contra a vida de Faraó, se não trouxerem-me este vosso irmão caçula, para que eu o veja.
16 Apenas um de vocês irá, para trazer-me o vosso irmão; os demais estão detidos e, depois que as investigações forem concluídas (e a vida de faraó estiver fora de perigo), saberemos se realmente sois espiões ou não.
17 Então mandou prendê-los por três dias…
18 Ainda não havia terminado o terceiro dia, José veio e disse-lhes: Sei que a vida de vossa família depende do sucesso de vossa viajem; eu tenho muito respeito por Deus…
19 Façamos um trato: Vou dar-lhes um voto de confiança; que apenas um de vós fique detido; os demais estão em “liberdade condicional” para levar o alimento que matará à fome de sua família.
20 Somente prometam-me que trarão o vosso irmão mais novo, nisso provareis que são homens de bem, pois, de outra forma, seríeis condenados à morte. Então eles concordaram.
21 Em seguida eles começaram a clamar entre si, dizendo: Na verdade merecemos passar por isso; somos culpados no caso de nosso irmão (naquele dia que viramo-lhes às costas); pois, mesmo diante de seus apelos, quando nos implorava, não quisemos ouvi-lo… chegou a nossa vez de sermos angustiados.
22 Tomando à palavra, Rúben lhes disse: Não foi por falta de quem vos avisasse, que vocês cometeram àquela “loucura…” Lembrem-se de que eu insisti muito para livrá-los daquele pecado! Mas vocês não me deram ouvidos, agora estamos pagando pelo nosso crime.
23 Sem que eles soubessem, havia intérpretes no local em que estavam e tudo aquilo que falavam fora anunciado a José.
24 Emocionado ao ver o quanto seus irmãos haviam amadurecido, José pediu licença e foi procurar um local onde pudesse chorar. Em seguida voltou ao lugar onde eles estavam, para falar-lhes; mas antes de continuar à conversa, lançou mão de um deles (Simeão) e amarou-o perante os seus olhos.
25 Depois mandou que os sacos que haviam levado fossem cheios de mantimento e que o dinheiro pago por aquele trigo fosse posto de volta, cada qual em seu saco e também mandou que dessem-lhes comida para o caminho…
26 Então, eles colocaram o trigo sobre seus jumentos e partiram de volta à terra de Canaã.
27 Como houvesse necessidade de que abrissem os sacos, para dar forragem aos animais e, abrindo um deles o saco, eis que o seu dinheiro estava bem na boca do saco.
28 Então disse a seus irmãos: O dinheiro que paguei pelo trigo foi devolvido; está bem aqui na boca do saco. Entristecidos com a notícia (pois sabiam o mal que poderia sobrevir-lhes), começaram a perguntar uns aos outros: O que Deus está querendo fazer conosco?
29 Contudo eles continuaram sua viagem até à casa de Jacó, na terra de Canaã e contaram-lhe tudo o que havia acontecido. Eis que disseram a seu pai:
30 O homem que governa sobre o Egito, tratou-nos com dureza e ainda levantou contra nós um processo, acusando-nos de espionagem.
31 Porém nós lhe falamos desta maneira: Não senhor, não somos espiões. Somos homens honestos e justos.
32 Pertencemos a uma família de doze irmãos, dos quais um já não existe e o caçula está hoje com nosso pai em Canaã.
33 Mas aquele homem resolveu testar se nossas palavras eram de fato verdadeiras e disse-nos: Só há um jeito de saber se estão falando à verdade: manterei um de vocês preso enquanto os demais vão levar o alimento ao restante da família.
34 Com uma condição: Quando voltarem ao Egito, tragam-me o vosso irmão mais novo; só assim (quando provarem que são homens de retidão), sereis livres da acusação de que sois espiões, soltarei vosso irmão e autorizarei vossos negócios nesta terra.
35 Descarregando eles o mantimento (na presença de seu pai), eis que na boca de cada saco havia uma trouxinha com o dinheiro pago pelo trigo, então ficaram sobremodo assustados.
36 Nesse momento Jacó disse a eles: Vocês estão dizimando nossa família. José já não existe, Simeão está preso e dizem-me que devem levar também a Benjamim! Por que estão fazendo isso comigo?
37 Então Rúben insistiu com ele dizendo: Eu prometo-te que o trarei de volta papai… Se eu não o trouxer, te darei meus dois filhos em seu lugar…
38 Nem mesmo essa corajosa atitude de Rúben o comoveu. E disse Jacó: Meu filho não irá a parte alguma (ele é a única lembrança que tenho de Raquel e de José). Pode ser que ocorra-lhe algum desastre no caminho, morrerei de desgosto.


GÊNESIS 43

1 Como a escassez era cada vez mais grave na terra e por sua causa a fome era grande…
2 Acabaram de comer o trigo que trouxeram do Egito. Então disse Jacó aos seus filhos: Não fiquem aí de braços cruzados! Vão ao Egito, comprar-nos mais comida.
3 Mas Judá lhe respondeu: Não podemos. Eis a forma como aquele governo deferiu-nos suas palavras: Se vocês aparecerem aqui sem trazer-me vosso irmão, estarão confessando que sois culpados!
4 Por isso, só poderemos descer e comprar alimento se pudermos levar conosco a Benjamim.
5 Portanto, se não o levarmos, isso seria a confissão de que realmente somos ‘espiões’ (além disso), o governador nos disse: Não apareçam à minha presença sem o vosso irmão!
6 Diante disso, Israel perguntou-lhes: Por que vocês me fizeram este mal, contando àquele homem que tínheis outro irmão?
7 Não o fizemos de propósito (responderam eles), aquele homem chamou-nos em particular e fez perguntas sobre nós e sobre a nossa parentela! Apenas respondemos às suas perguntas… Jamais passou pela nossa cabeça que ele nos diria: tragam-me o vosso irmão!
8 Então disse Judá a Israel: Deixe-me levar o moço, só assim poderemos retornar ao Egito e comprar o que necessitamos para escaparmos dessa escassez.
9 Eu assumo à responsabilidade; se eu não devolvê-lo a ti são e salvo, serei réu e criminoso para contigo para sempre.
10 Chega de impedir nossa volta ao Egito; já devíamos estar voltando pela segunda vez de lá.
11 Diante dessa proposta, disse-lhe Israel: Tudo bem. Vocês podem ir. Antes, porém, tomem um presente do que há de melhor em nossa terra e levem ao homem; um pouco de bálsamo, um pouco de mel, ervas aromáticas, mirra, terebinto e amêndoas.
12 Não se esqueçam de levar o dinheiro em dobro, porque vocês devem devolver ao homem o dinheiro que foi posto nos sacos, provavelmente, por conta de algum erro.
13 Com pesar, deixarei que vocês levem a Benjamim. Agora vão em paz.
14 Que o Deus Todo-Poderoso tenha misericórdia de vocês diante daquele governador, para que ele deixe voltar convosco o vosso outro irmão (Simeão) e também a Benjamim. Eu sofreria muito se perdesse mais dois filhos!
15 Imediatamente os filhos de Israel tomaram àqueles presentes, o dinheiro (em dobro) e a Benjamim; então desceram ao Egito, onde apresentaram-se perante o governador (José).
16 Ao ver Benjamim (seu irmão), José disse a seu copeiro: Prepare o almoço para ser servido ao meio-dia (mate novilhas e prepare tudo, como que para uma festa), estes homens devem ser convidados.
17 Então, eles foram conduzidos por aquele copeiro à casa de José.
18 Assustados, por não saberem à razão de tamanha “honra”, eles diziam entre si: Alguém percebeu que o dinheiro foi devolvido aos nossos sacos da outra vez que viemos, agora, seremos responsabilizados e condenados. Na melhor das hipóteses, nós e nossos animais haveremos de ser transformados em escravos.
19 Tiveram uma idéia: chegaram-se ao que estava encarregado da casa daquele governador…
20 E disseram-lhe: Por favor (senhor), escute-nos: “Essa não é a primeira vez que teus servos estão descendo ao Egito para negociar;
21 e, em nossa primeira vinda aconteceu que, quando verificamos nossos sacos (no caminho de volta à nossa terra), eis que todo o dinheiro gasto pelo trigo estava dentro deles; mas, o senhor pode ficar sossegado, pois, tornamos a trazê-lo.
22 Também trouxemos o dinheiro para a compra que pretendemos fazer desta vez; não sabemos explicar como o dinheiro foi parar em nossos sacos.”
23 Para surpresa deles, aquele homem respondeu-lhes: De certo o Deus de vocês vos deu um presente, pois, eu garanto que vosso dinheiro chegou às minhas mãos… Para deixá-los mais à vontade, restituiu-lhes Simeão que estivera preso.
24 Ao chegarem à casa (não sabendo que pertencia a José), ofereceram-lhes todas as honrarias com que a casa costumava tratar seus hóspedes: depressa deram-lhes água, até para lavarem os pés e pasto para seus animais.
25 Prepararam, então, o presente para ser entregue a José, pois foram informados de deveriam almoçar com ele ao meio-dia.
26 Traziam à mão os presentes, que foram entregues a José (diante de quem eles se inclinaram até à terra), assim que ele chegou.
27 Ele perguntou como haviam passado e, se o ancião (pai deles), estava com boa saúde… Tudo bem com o velho de quem vocês tanto falam, vive ainda o vosso pai? Perguntava-lhes ele.
28 Unânimes, eles responderam-lhe: Sim. Teu servo, o nosso pai, ainda vive e tem boa saúde. Então inclinaram-se novamente diante dele.
29 Logo ele viu a Benjamim (seu irmão), filho de sua mãe, então perguntou-lhes: É este o vosso irmão mais novo, de quem vocês me falaram? E disse a Benjamim: Que Deus te abençoe, meu filho.
30 Pediu, então, licença (emocionado, por rever seu irmão) e foi procurar um lugar para chorar; ele entrou num dos quartos da casa, onde chorou.
31 Disfarçou-se, lavando o rosto e retornou à sala da onde seria servido o almoço, logo deu ordem para que fossem servidos.
32 Sentaram-se à mesa (conforme o costume da época), primeiro José, depois os “convidados” (seus irmãos) e por último, os egípcios. Detalhe: Para os egípcios era considerado uma estrema desonra, o comer junto com estrangeiros, por isso comiam após os demais.
33 Os egípcios e demais empregados da casa ficaram impressionados quando viram a maneira como eles assentavam-se à mesa: observando-se à idade, desde o primogênito até ao mais novo.
34 Suas porções estavam postas diante deles; porém, a porção que fora servida a Benjamim era cinco vezes maior que a dos demais. Então eles comeram e beberam à vontade (sem saber que estavam), com José.


GÊNESIS 44

1 E José deu ordem ao seu mordomo, dizendo: apresse-se em encher bem (com mantimento), aos sacos que esses homens trouxeram e, coloque o dinheiro deles de volta nos sacos.
2 Toma o copo de prata de minha preferência e coloque-o bem na boca do saco que está com o mais novo, ao lado do dinheiro de seu trigo. Mesmo sem entender o motivo, o homem fez tudo como José lhe mandou.
3 Na manhã do dia seguinte (quando ‘nascia’ o sol), os homens se despediram, tendo seus jumentos carregados.
4 Eles ainda estavam perto da cidade quando José disse ao mordomo: Vá “perseguir” àqueles homens e quando tiveres alcançado-os, faça às seguintes perguntas: Por que vocês pagam o bem com o mal?
5 Por que roubaram o copo em que meu senhor bebe e usa em suas adivinhações? (disse isso só para reforçar à tese deles de que ele era um egípcio, porque o Deus dos hebreus, a quem José temia e servia proíbe essa prática).
6 Alcançando-os, o mordomo falou tudo que José lhe mandara dizer.
7 Então eles começaram a justificar-se e a dizer ao homem: Por que diz, meu senhor, essas palavras? Teus servos não têm esse costume.
8 Veja que, até o dinheiro que achamos em nossos sacos fizemos questão de devolver; como, poderemos estar sendo acusados de roubar à prata e/ou o ouro da casa de vosso senhor?
9 E acrescentaram: Aquele com quem o senhor encontrar algum objeto de sua majestade, deverá ser condenado à morte e quanto aos demais, poderão ser tomados como vossos escravos.
10 Tudo bem, disse aquele homem. Seja feito conforme à vontade de vocês; mas, não vamos condenar ninguém à morte; quem estiver com o copo, levarei para ser escravo; os demais estão livres.
11 Apressaram-se aqueles homens e colocaram no chão os seus sacos e foram averiguados, um a um.
12 O mordomo fez questão de usar o mesmo critério que eles usaram quando assentaram-se à mesa e, começando pelo mais velho (investigou-os), até chegar ao mais novo. Para tristeza deles, o copo foi encontrado no saco que estava com Benjamim.
13 Eles protestaram e, depois de rasgarem às suas vestes e de recarregarem seus jumentos, voltaram àquela cidade.
14 Chegando lá, Judá foi com eles até à casa de José (que ainda estava ali), então, prostraram-se perante ele em terra.
15 Mas José perguntou-lhes: Que é isso que vocês fizeram? Então, vocês não conhecem à capacidade que um homem como eu tem para prever o que acontece em torno de si?
16 Então Judá falou-lhe, dizendo: Não temos nada a declarar! Que diremos em nossa defesa? Com que argumento nos justificaríamos perante o senhor? Certamente, Deus resolveu nos punir por causa de nossas maldades; à partir de hoje (não somente aquele com quem fora encontrado o vosso copo), mas, todos nós, seremos escravos de meu senhor.
17 Porém ele respondeu-lhe: Eu jamais aceitaria essa proposta. Somente o homem com quem o copo foi encontrado será meu escravo. Os outros estão livres para voltar à casa de vosso pai.
18 Naquele momento Judá chegou-se bem pertinho dele e suplicou-lhe, dizendo: Por favor, majestade, permita-me dizer-te uma palavra em particular… pois eu sei que o teu poder de decisão é como o poder de Faraó.
19 No dia em que o senhor perguntou-nos: Vocês têm pai ou outro irmão?
20 Confesso que tivemos medo de dizer-te que sim. Porém, respondemo-lhe: Sim; temos o nosso velho pai e um irmão que é filho de sua velhice, cujo irmão já morreu… o velho o ama muito.
21 Lembramo-nos de que o senhor exigiu que o trouxéssemos, alegando que gostaria de conhecê-lo.
22 Então falamo-lhe que, aquele moço não poderia deixar seu pai (que morreria), por não suportar à sua perda.
23 Mas o senhor jurou-nos que não nos receberia, caso aparecêssemos aqui sem o moço.
24 O que contamos a vosso servo, nosso pai, logo que chegamos à nossa terra.
25 Agora, ele ficou muito triste, pois, quando disse-nos: Voltem ao Egito e comprem-nos mais um pouco de mantimento.
26 Tivemos que dizer-lhe: Não poderemos descer. A menos que o senhor permita que levemos a nosso irmão (Benjamim); sob pena de morte, fomos proibidos de voltarmos ao Egito se não o levarmos…
27 Naquele momento disse-nos o vosso servo, nosso pai: Vocês bem sabem que a mulher que eu amava deu-me apenas dois filhos…
28 Um deles está desaparecido (foi dado como morto); desde o dia em que me disseram: certamente ele foi devorado por algum animal feroz.
29 Se o seu irmão for levado e (acontecendo-lhe algum desastre), não retornar a mim, com certeza, morrerei de desgosto.
30 Por isso, quando voltarmos a teu servo, nosso pai, não levando o moço conosco, sabendo o quanto são apegados…
31 Acontecerá que, ao perceber ele à sua ausência, morrerá; então, vossos servos, terão que chorá-lo e sepultá-lo.
32 Além disso, eu, teu servo, ofereci-me como tutor do rapaz perante o velho, dizendo: Se eu não devolvê-lo a ti, serei culpado para o resto da vida!
33 Portanto, aceite-me como teu escravo em lugar do moço e deixe que ele suba com seus irmãos.
34 Porque, como eu poderia subir a meu pai sem levar-lhe o moço? Não quero presenciar o mal que sobrevirá ao velho!


GÊNESIS 45

1 Não podendo mais conter-se diante deles, José fez sair a todos os egípcios e aos empregados da casa e, ficando a sós com seus irmãos, disse-lhes: Eu sou José.
2 Dizia isso com grande choro, de modo que os egípcios e até a família de Faraó o ouviram.
3 Logo que disse a eles quem ele era, José perguntou-lhes: Meu pai ainda está vivo? Mas (pasmados diante dele), eles não puderam responder-lhe.
4 Então, José chamou-os para perto e, quando eles chegaram, ele repetiu-lhes: Eu sou José, o irmão que vocês venderam ao Egito.
5 Mas, não precisam ficar tristes e preocupados; agora eu entendo que, para preservar à nossa família, Deus permitiu que viesse à vossa frente.
6 Prestem atenção! A fome está só começando (são dois anos de estiagem), haverá mais cinco anos de escassez na terra.
7 Só agora entendi porque Deus me enviou ao Egito, foi para salvar vossa vida…
8 Portanto, não foi vocês (quando me venderam) que mandaram-me para cá, Deus quis constituir-me ‘cabeça’, até da casa de Faraó e regente em todo o Egito.
9 Andem, subam ao meu pai e digam-lhe: Eis o que diz José, teu filho: Deus me fez governador de toda a terra do Egito; desça para cá sem demora.
10 Já preparei a melhor porção da terra para tua habitação; você, teus filhos, teus netos e todos os teus animais deverão ir para Gósen; perto de minha residência oficial.
11 Fique tranqüilo, eu vou sustentá-lo; porque a escassez estender-se-á por mais cinco anos e, não quero que gastes todos os teus bens tentando preservar à vida.
12 Agora que vocês e meu irmão (Benjamim), comprovaram que sou eu mesmo quem está aqui…
13 Contem-no a meu pai; falem-lhe sobre minha importância para o Egito e de tudo que vocês presenciaram; apressem-se e façam vir o meu pai.
14 Dito isso, se lançou ao pescoço de seu irmão (Benjamim) e, juntos, choraram.
15 Depois, ele beijou a todos os seus irmãos e chorou com eles, então eles puderam falar-lhe.
16 A notícia de que aqueles homens eram irmãos de José logo chegou à casa de Faraó, e isso agradou, a ele e aos seus servos.
17 Então Faraó chamou a José e disse-lhe: Libera teus irmãos (depois de suprir à necessidade deles), para que voltem à sua terra.
18 Porque, quanto mais rápido eles partirem ao local onde mora o vosso pai, mais depressa retornarão ao Egito; saiba que, é meu prazer dar-lhes o melhor lugar da terra e, quero que aproveitem bem os bons tempos de sua fartura.
19 Te dou liberdade para enviar os melhores carros, que transportarão às suas crianças, às mulheres e ao vosso pai. Venham depressa!
20 Não se preocupem com a preservação de vossos móveis; pois, tereis o que há de melhor na terra do Egito.
21 Apressaram-se os filhos de Israel e fizeram tudo o que fora sugerido por Faraó. Então José deu a eles carros e comida para o caminho.
22 Deu roupas novas a todos eles; mas, a Benjamim ele deu (além de cinco mudas de roupas), trezentas peças de prata.
23 A seu pai ele enviou dez jumentos carregados com os melhores produtos do Egito e outros dez jumentos carregados de trigo; bem como a provisão para os dias de caminho até o Egito.
24 Ao despedir seus irmãos (que partiram em seguida), ele advertiu-os, dizendo: Não discutam no caminho.
25 Subiram eles, desde o Egito, até ao local onde estava Israel, em Canaã.
26 Chegando lá, disseram a Israel: Eis que José está vivo, mais que isso, ele é o governador de toda a terra do Egito. Porém, ele, quase teve um desmaio e não queria acreditar.
27 Mas, eles insistiram (contando-lhe às palavras de José) e, vendo ele toda àquela comitiva, os carros mandados por seu filho para levá-lo, voltou ao seu estado normal.
28 Tomado por um profundo desejo de rever seu querido filho, disse Israel: Já chega, se José não está morto, eu irei e o verei enquanto estou vivo.


GÊNESIS 46

1 Partiu, Israel, levando todos os seus bens e chegou a Berseba; onde ofereceu sacrifícios ao Deus que seu pai (Isaque), o ensinou a servir.
2 Então Deus falou-lhe numa visão à noite e disse-lhe: Israel! Israel! Estou aqui, respondeu o velho Jacó.
3 E disse-lhe o Senhor: Eu sou Deus, o Deus de teu pai, não tenha medo de descer ao Egito, pois, sereis transformados numa grande nação ali.
4 Eu descerei contigo ao Egito e, um dia farei que teus descendentes saiam de lá; agora, teu filho (José), cuidará de ti…
5 Imediatamente, Israel saiu de Berseba com toda a sua família; foi assim que os irmãos de José (usando os carros enviados por Faraó) conduziram a seu pai, aos netos, às mulheres e às noras dele ao Egito.
6 Levando consigo todo o gado e os bens que tinham adquirido na terra de Canaã, toda a família de Israel partiu para o Egito.
7 Seus filhos, seus netos; todos os seus descendentes migraram com ele para o Egito.
8 Eis a lista dos que desceram com Jacó ao Egito: Rúben (seu primogênito).
9 E seus filhos: Enoque, Palu, Hezrom e Carmi.
10 Simeão e seus filhos: Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar e Saul (que era filho de uma mulher cananéia).
11 Levi e seus filhos: Gérson, Coate e Merari.
12 Judá e seus filhos: Selá, Perez e Zerá. Quanto a Er e a Onã, haviam sido mortos na terra de Canaã… Os filhos de Perez foram: Esrom e Hamul.
13 Issacar e seus filhos: Tola, Puva, Jó e Sinrom.
14 Zebulom e seus filhos: Serede, Elom e Jaleel.
15 Esses foram os descendentes de Jacó com Léia, sua primeira esposa (que também foi mãe de Diná); trinta e três pessoas, somando seus filhos e suas filhas.
16 Gade e seus filhos: Zifiom, Hagi, Suni, Esbom, Eri, Arodi e Areli.
17 Aser e seus filhos: Imna, Isvá, Isvi, Berias e Será (a irmã deles). Os filhos de Berias: Héber e Malquiel.
18 Esses foram seus descendentes com sua serva Zilpa… Ao todo: Dezesseis pessoas.
19 Os filhos de Raquel (a segunda esposa de Jacó), foram: José e Benjamim.
20 Eis os filhos que nasceram a José na terra do Egito: Manassés e Efraim, com Asenate, sua esposa, filha de Potífera (o sacerdote do Om).
21 Benjamim foi pai de: Belá, Bequer, Asbel, Gera, Naamã, Eí, Rôs, Mupim, Rupim e Arde.
22 Esses são os “filhos” de Jacó com Raquel. Catorze pessoas ao todo.
23 O filho de Dã foi: Husim.
24 Os filhos de Naftali foram: Jazeel, Guni, Jezer e Silém.
25 São esses os descendentes de Jacó com Bila. Sete pessoas ao todo.
26 Sem contar suas noras e nem às suas esposas, todos os “descendentes de Jacó” que desceram ao Egito foram: sessenta e seis pessoas.
27 Incluindo ele, José e seus dois filhos (Efraim e Manassés), que já estavam lá; somaram-se setenta pessoas da família de Jacó que desceram ao Egito.
28 Judá foi à frente, para os encaminhar à terra de Gósen, onde não demoraram a chegar.
29 Imediatamente, José aprontou o seu carro e foi ao encontro de seu pai, que já estava na terra de Gósen. Vendo-o, se lançou ao seu pescoço e choraram por longo tempo.
30 Então, Israel disse-lhe: Agora, já posso morrer… estou realizado, por ver que você ainda está vivo.
31 Depois de conversarem, disse José a todos eles: “Eu irei pessoalmente a Faraó e direi que vocês chegaram…
32 Direi que meus irmãos são pastores de ovelhas e, que trouxeram consigo todo o gado e todos os bens que possuem…
33 Por isso, quando virem a Faraó (e eu sei que), ele há de perguntar-vos: Qual é a vossa ocupação?
34 Vocês devem responder-lhe: Teus servos são criadores de ovelhas e gado… então ele vos deixará permanecer na terra de Gósen (que é a melhor do Egito); pois, para os egípcios, todo pastor de ovelhas é considerado ‘abominável’ e proibido de habitar ao seu lado.“


GÊNESIS 47

1 Chegando-se a Faraó, José disse-lhe: Meu pai e meus irmãos (com tudo que possuem) já chegaram de Canaã e estão na terra de Gósen.
2 Em seguida, apresentou cinco de seus irmãos a Faraó.
3 Que tratou logo de perguntar-lhes: Qual é a vossa ocupação? Unânimes, responderam-lhe: Teus servos são pastores de ovelhas, aprendemos com o nosso pai!
4 E acrescentaram: Pedimos à permissão de vossa majestade, para permanecer (em Gósen), principalmente por causa de seus pastos… o que faltava-nos em nossa terra. Rogamo-te, que deixe-nos ficar no local onde estamos alojados.
5 Faraó disse a José (na presença deles): Foi como teus hóspedes que teu pai e teus irmão foram recebidos no Egito.
6 Você tem carta branca para agir em todo o Egito; faça-os habitar onde for do teu agrado. Gósen é a melhor de nossas terras? Então deixe-os morar ali. Se você julgar que entre eles há homens fortes, coloque-os para liderar os meus pastores.
7 Depois, José apresentou o seu pai a Faraó e Jacó o abençoou.
8 Admirado, perguntou Faraó a Jacó: Quantos anos o senhor tem?
9 Respondeu-lhe Jacó: Não creio que irei alcançar à mesma idade que meus pais alcançaram, mas, minha peregrinação na terra já dura cento e tinta anos.
10 Depois que acabou de abençoar a Faraó, retirou-se Jacó.
11 Com a devida autorização de Faraó, José permitiu que seu pai e seus irmãos ficassem morando na melhor parte de terra de Ramessés (que é Gósen).
12 Mais que isso, José sustentou-os, a cada um com a sua família.
13 A carestia continuou a crescer por toda parte, sendo decretado estado de calamidade pública em Canaã e no próprio Egito…
14 Por esse motivo, José conseguiu grande riqueza para o Faraó de sua época; pois, somente nos seus celeiros havia mantimento à venda naqueles dias.
15 Sem dinheiro (a ponto de serem vencidos pela escassez de alimento), o povo de Canaã e do Egito começou a vender-lhe seus rebanhos.
16 Então José passou a aceitar o gado deles em troca do alimento.
17 Mas o gado acabou antes do fim daquela carestia… Não apenas o seu gado, como também suas ovelhas, seus jumentos e até os seus cavalos; tudo os egípcios deram a José em troca da comida.
18 Sem dinheiro e sem os seus rebanhos, os egípcios vieram à presença de José e disseram-lhe: “Só resta-nos a disposição para o trabalho e às nossas terras…
19 De modo que só temos uma alternativa: Queremos vender-te nossas propriedades. De outra forma, correríamos o risco de morrer nessa escassez; podemos trabalhar para o rei…”
20 Ótimo (disse José), a vossa proposta é razoável. Mas, eu vou apenas confiscar por algum tempo às vossas terras (no tempo certo vou permitir que vocês voltem a morar e a cuidar delas).
21 Então os camponeses (em toda a terra do Egito), mudaram-se para às cidades.
22 Quanto aos sacerdotes egípcios, eram assalariados por Faraó e comiam à sua mesa, por essa razão José não pôde comprar às suas propriedades.
23 Depois, José chamou os egípcios e animou-os dizendo: Eu não quero que fiquem tristes por terem se “vendido” a Faraó; vou dar-vos as sementes e permitir que voltem a cultivar à terra.
24 Exigirei apenas 20% do produto de vossas colheitas; para que sempre haja mantimento tanto no palácio de Faraó quanto em vossas casas.
25 Satisfeitos, os representantes do povo lhe responderam: Devemos nossa vida a você! Que bom podermos contar com o teu favor e podermos útil ao nosso povo e a Faraó!
26 À partir de então, este acordo passou a constar nas leis egípcias: Que (com exceção da renda na terra dada aos sacerdotes), 20% de tudo fosse estabelecido por imposto ao governo.
27 Porém, Israel habitou, sossegado, em Gósen (que está na terra do Egito) e, os seus descendentes receberam escritura de posse, então, começaram a crescer e a multiplicarem-se muito ali.
28 Quanto a Jacó (que chegou ao Egito com a idade de cento e trinta anos), viveu mais dezessete anos ali…
29 Sabendo Jacó que havia chegado o momento de sua morte, chamou a José e fê-lo jurar não permitir que se fizesse seu enterro no Egito.
30 Eu quero ser levado daqui e ser sepultado ao lado de Abraão e de Isaque, meus pais. E José prometeu-lhe solenemente, dizendo: Farei como o senhor quer.
31 E Jacó perguntou novamente a seu filho: Você me jura? Sim meu pai, eu juro. Então Israel inclinou-se sobre a cabeceira da cama.


GÊNESIS 48

1 Ao adoecer Israel, os médicos disseram a José: O estado de teu pai é grave. Depressa José levou a Manassés e a Efraim (seus dois filhos), para receberem à última bênção de Jacó.
2 Quando foi informado de que seu filho José vinha vê-lo, Jacó esforçou-se e assentou-se na cama.
3 E disse a José: “O Deus Todo-Poderoso me apareceu em Luz (Betel), na terra de Canaã e me abençoou, dizendo:
4 Eis que farei com que você frutifique e multiplique-se até os teus descendentes se tornarem numa multidão entre os povos; darei esta terra por herança à tua semente…
5 Eu quero que teus dois filhos (Efraim e Manassés) sejam incluídos nessa herança como se fossem meus filhos…
6 Quando você tiver outros filhos, os incluirás como teus herdeiros e levarão o sobrenome de seus irmãos…
7 E continuou. Quando eu estava ainda no caminho entre Padã e Efrata (que é Belém e está na terra de Canaã), perdi minha querida esposa (Raquel), que foi sepultada ali…”
8 Já com grande deficiência visual, Jacó, ao ver chegar os seus netos, perguntou: Quem são esses garotos?
9 Respondeu-lhe José: São meus filhos, papai; os filhos que o Senhor Deus me deu aqui no Egito. Traga-os aqui, eu quero dar-lhes minha última bênção. Disse Jacó.
10 Devido à sua idade (avançada), Israel teve certa dificuldade para identificá-los; então pediu que eles chegassem mais perto dele, para que os abraçasse e os beijasse.
11 Então, disse Israel a José: Eu, que não acreditava na possibilidade de voltar a ver-te em vida (pela bondade de Deus), agora estou aqui abraçando teus filhos…
12 A esta altura (tendo os netos em seu colo), José tirou-os de seu pai para poder inclinar-se diante dele em agradecimento por tê-los julgado dignos tamanha honra.
13 Em seguida tornou a traze-los a Israel, para serem abençoados. Ele pôs a Efraim (caçula) à sua direita (esquerda de Jacó) e a Manassés (o primogênito) à sua esquerda (direita de seu pai); conforme à tradição daquela época…
14 Mas, de propósito, Israel resolveu cruzar às mãos (contrariando os costumes) e, pôs à direita sobre o menor e a esquerda sobre o primogênito.
15 E começou a abençoá-los (diante de José), com às seguintes palavras: “O Deus, em cuja presença andaram meus pais (Abraão e Isaque), que me tem sustentado desde o dia em que nasci até hoje…
16 O Anjo que livrou-me de todos os males, dê à sua bênção a estes rapazes; que o meu sobrenome e o sobrenome de Abraão e Isaque faça parte da assinatura deles e, que seus descendentes sejam multiplicados, tanto quanto é difícil contar um cardume de peixes.
17 José, não aprovando à atitude de Jacó (que ‘trocou’ o primogênito pelo caçula), tentou ‘destrocar’ às mãos de Israel…
18 Que lhe disse: Não faça assim, papai; Manassés é o primogênito. Coloque à tua mão direita sobre sua cabeça.
19 Para sua surpresa, Israel respondeu-lhe: Eu sei o que estou fazendo; estou agindo assim porque o Senhor me faz saber que, apesar de os filhos de Manassés virem a ser uma família muito importante, a multidão dos filhos de Efraim será bem mais eminente.
20 E acabou de proferir-lhes sua bênção e acrescentou: O Senhor fará com que as pessoas digam: “Deus te faça como fez a Efraim e a Manassés…” Assim, pôs a Efraim no lugar de Manassés e vice-versa.
21 Depois ele disse a José: Eu estou para morrer, porém, sei que Deus será convosco e vos fará sair do Egito, de volta à terra de vossos pais…
22 Meu testamento já está pronto e, tua herança nele é maior que a herança oferecida a teus irmãos. É um pedaço de terra que eu conquistei (das mãos dos amorreus), com minha própria espada e com o meu arco.


GÊNESIS 49

1 Em seguida Israel mandou que fossem reunidos todos os seus filhos e disse: Venham até aqui, eu quero contar a vocês o que há de suceder-lhes no futuro.
2 Cheguem-se, para ouvir-me, ó filhos de Jacó, escutem ao que dirá Israel, vosso pai.
3 E profetizou-lhes, dizendo: “Rúben, é verdade que você é meu primogênito, essa seria a autoridade devida a ti (o vigor, o porte, a capacidade), você tem todos os dotes exigidos…
4 Mas, o teu ‘comportamento’ foi reprovado. De tanto ‘subir’, resolveste subir à cama de teu próprio pai (profanando-a).
5 Simeão e Levi (com vossas espadas), vocês são irmãos, até para cometerem à violência…
6 Ainda bem que eu não tomo parte nos conselhos ocultos de vocês! Não é essa a glória que eu quero ajuntar; quando ficaram nervosos, vocês mataram muitos homens em Siquém e (contra a minha vontade), ainda saquearam o seu gado…
7 Maldita ira, era incontrolável… vocês foram desobedientes; por isso, eu vou espalhar os teus filhos por toda a terra dada aos filhos de Jacó, eles serão ‘peregrinos’ em Israel.
8 Quanto a ti, Judá, serás elogiado por teus irmãos; teus descendentes se tornarão destros na guerra contra seus inimigos; diante de tua posteridade até os teus irmãos hão de inclinar-se.
9 Você é semelhante a um filhote de leão quando é forçado a retirar-se da caça… Quando resolve encurvar-se, és semelhante ao leão adulto; quem terá coragem de acordá-lo?
10 O bastão da autoridade estará na mão de teus descendentes (que terão suas próprias leis e seus juizes), até o dia em que virá aquele a quem realmente pertence; diante dele os povos se curvarão…
11 Ele amarrará à vide o jumentinho, dará ao filho de uma jumenta a maior honra; mergulhará no vinho às suas vestes e à sua capa no suco de uvas.
12 Seus olhos ficarão avermelhados como vinho e seus dentes serão brancos, porque ele tomará leite.
13 Zebulom, você habitará nos portos dos mares e serás próspero como um porto cheio de navios; os limites dos teus termos chegarão até à cidade de Sidom (na Fenícia).
14 Issacar, teus ossos são fortes como os ossos de um jumento de carga…
15 Ele gosta de repouso e de tomar posse de terra fértil; assim (como os jumentos), Issacar escolhe os melhores lugares para trabalhar e não foge de suas responsabilidades.
16 Dã, terá sua chance como uma das tribos de Israel…
17 Ele será ‘esperto’ como uma cobra que fica à beira do caminho… para morder o calcanhar dos cavalos, fazendo cair (à traição) os seus cavaleiros.
18 Que Deus me livre de cair em sua armadilha!
19 Quanto a você (Gade), serás cercado como que por uma tropa, mas, por fim, sairás vencedor.
20 Para Aser, não haverá escassez de mantimento e viverás regaladamente.
21 Naftali, possui ‘velocidade’ semelhante à de uma cerva solta, sua habilidade como orador é admirável…
22 E você, José, serás um ramo frutífero, ao lado de uma fonte; o teu bom exemplo será estampado até nos muros da cidade…
23 Foi amargurado (como se recebesse flechadas), tendo sido atingido e, aborreceram-no.
24 Porém (confiando naquele que é forte), manteve firme o seu arco, deixou que os seus braços e suas mãos fossem fortalecidos pelo ‘Valente de Israel’ (que é nosso Pastor e nossa Pedra).
25 Rogo, pelo Deus de teu pai, que há de te ajudar, pelo Todo-Poderoso, que não te negará às bênçãos vinda do céu (que está em cima) e do ‘abismo’ aqui em baixo; faço minhas às palavras de tua mãe e transmito-lhe à bênção daquela que te amamentou.
26 As bênçãos que desejo para ti meu filho, são maiores que as bênçãos recebidas de meus pais; são bênçãos eternas, que sempre serão lembradas por ti, que um dia foi separado de teus irmãos.
27 Benjamim é semelhante a um lobo que despedaça; de manhã ele devora sua presa e à tarde repartirá o que sobrou…”
28 São essas as doze famílias que descendem de Israel e, foi isso o que ele disse quando as abençoou, dando à bênção de cada família segundo à sua necessidade.
29 Depois, deu-lhes à seguinte ordem: “Quando eu morrer; quero que vocês sepultem-me ao lado de meus pais, naquela cova do campo que fora do heteu Efrom.
30 No campo de Macpela (próximo a Manre), em Canaã, o qual Abraão comprou das mãos de Efrom, para ser a sepultura de nossa família.
31 Ali estão enterrados: Abraão com Sara (sua esposa), Isaque com Rebeca (minha mãe) e, foi ali que eu enterrei à minha primeira esposa, Léia.”
32 Se compramos esse campo e essa cova dos filhos de Hete; então, seremos todos sepultados ali.
33 Aconteceu que, terminando Israel de dar às últimas instruções aos seus filhos, encolheu os pés sobre sua cama e (ao morrer), reuniu-se aos seus pais.


GÊNESIS 50

1 Então José se lançou sobre seu pai e (chorando) o beijou.
2 Em seguida mandou chamar aos médicos da família, que embalsamaram a Israel…
3 Velaram-no durante setenta dias, quarenta deles por causa de o haverem embalsamado (conforme o costume da época) e os trinta para completar os dias do lamento por sua morte.
4 Quando terminou o período do choro por Israel, José falou com os familiares de Faraó e lhes disse: Se V. Sa. realmente têm tanto apresso por vosso servo, rogo-vos que ajudem-me a convencer o rei, para que,
5 permita-me cumprir um juramento que fiz ao meu pai, de que o levaria e o sepultaria no seu sepulcro (que está pronto), em Canaã… serão poucos dias, em seguida (assim que tiver enterrado meu pai), eu voltarei e retomarei às minhas funções aqui no Egito.
6 Então disse-lhe Faraó: Se você jurou ao seu pai que o sepultaria ali, não sou eu quem vai impedir. Vá sepultá-lo.
7 Assim (levando muitos dos servos de Faraó e vários anciãos egípcios consigo), José subiu para sepultar o seu pai…
8 Toda a família de José (tanto os de sua casa como os da casa de seu pai) subiu com ele, deixando na terra de Gósen apenas às suas crianças e os seus animais…
9 Fizeram um grande cortejo fúnebre, com muitos carros e cavalos.
10 Quando chegaram à eira de Atade (a Oeste do rio Jordão), eles pararam e choraram à morte de Israel mais uma vez, ali José chorou-o por mais sete dias.
11 O que vendo os cananeus (moradores daquele lugar), disseram: “Olhem! Vejam, que grande lamento fazem os egípcios!” Por essa razão, o local passou a ser chamado: “Abel-Mizraim” (Hb. Pranto do Egito).
12 Foi assim que os filhos de Israel fizeram para cumprir à promessa que tinham feito ao seu pai…
13 Levaram-no de volta à sua terra e o puseram na cova de Macpela (perto de Manre), no campo que Abraão havia comprado das mãos do heteu Efrom, para sepultar nele toda a sua família.
14 Acabando eles de sepultar a Israel, José, seus irmãos e todos os que haviam subido com eles a Canaã, para sepultar seu pai, retornaram ao Egito…
15 Então o medo tomou conta de seus irmãos, que voltaram ao Egito pesarosos e arrazoando entre si dizendo: “Com a ausência de nosso pai, certamente José irá aproveitar para vingar-se de nós!”
16 Tiveram uma idéia: contrataram uns ‘mentirosos’, para representá-los diante de José e dizer-lhe: “Teu pai fez-nos um último pedido antes de sua morte:
17 Pediu que falássemos a você, para perdoar aos erros que teus irmãos cometeram contra ti no passado… diga-nos, se perdoarás à transgressão dos servos do Deus de teu pai. Enquanto falavam-lhe, José chorou muito.”
18 Em seguida chegaram seus irmãos e, prostrados diante dele, lhe disseram: Estamos aqui, prontos para sermos teus escravos!
19 Porém, ele respondeu-lhes: Não fiquem amedrontados! Eu não sou Deus para decidir o que fazer com alguém…
20 Lembro-me de que vocês tentaram tirar-me à vida, mas, também, reconheço que Deus mudou, para bem (como podem ver hoje), o mal que me sobreviria. Sei que tudo aconteceu para que a vossa vida fosse preservada.
21 Não tenham medo! Eu vou continuar a sustentar a vós e aos vossos filhinhos… Foi assim, que José “retribuiu” aos seus irmãos: Procurando falar-lhes com palavras que foram de encontro à necessidade deles…
22 Então eles continuaram a morar no Egito, com José, que viveu cento e dez anos.
23 Em boa saúde, viu José os filhos da quarta geração de seu filho Efraim; também, aos seus outros bisnetos (filhos do filho de Manassés), que nasceram em seu colo.
24 Depois de tudo isso, José mandou chamar aos seus irmãos e lhes disse: Eu estou morrendo; mas, sei que um dia vocês irão sair do Egito. Porque, Deus irá tirá-los daqui… para à terra que deu a Abraão, a Isaque e a Jacó.
25 Então José fê-los jurar, dizendo: Quando Deus tirá-los do Egito, vocês levarão os meus ossos daqui. E eles juraram.Assim, morreu José, com cento e dez anos; então os médicos egípcios embalsamaram-no e o puseram num sarcófago, no Egito.

Êxodo Capítulo 31

  PENTATEUCO – O LIVRO DE ÊXODO Escola Teológica Aberta Para Centros Educacionais de Joven...